A vacina contra a dengue, recém-adquirida pelo governo federal, será aplicada na população de regiões endêmicas, em 521 municípios, a partir de fevereiro. No Rio de Janeiro, onde o aumento nos casos este ano já chega a quase 600%, o Ministério da Saúde anunciou que 12 cidades receberão o imunizante, todas fazem parte da região de saúde Metropolitana I.
O governador Claudio Castro reforçou nesta sexta-feira (26) que o estado está preparado para receber as vacinas contra a dengue e promover a rápida entrega do material, com helicópteros à disposição para a realização do trabalho.
As regiões de saúde selecionadas atendem a três critérios: possuem pelo menos um município de grande porte, ou seja, mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo DENV-2. Com isso, 16 estados e o Distrito Federal têm municípios que preenchem os requisitos para o início da vacinação este ano.
Serão vacinadas as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalização por dengue – 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023, depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Anvisa. Esse é um recorte que reúne o maior número de regiões de saúde. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Empresa tem capacidade limitada de doses
A definição de um público-alvo e regiões prioritárias para a imunização foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante da vacina. A primeira remessa com cerca de 757 mil doses chegou ao Brasil no último sábado (20). O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica.
Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está com entrega prevista para fevereiro. Além dessas, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.
O Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) esclarecem que o processo de seleção das regiões de saúde prioritárias para imunização contra a dengue foi pactuado, ratificado entre os entes e seguiu rigorosamente as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Confira a lista das regiões prioritárias para a vacina da dengue
Ministério da Saúde alerta sobre focos do mosquito em casa
A vacinação se soma as estratégias de combate à dengue que já estão em andamento. Desde o ano passado, o Ministério da Saúde, estados e municípios estão em constante monitoramento e alerta quanto ao cenário epidemiológico do Brasil, coordenando uma série de ações para o enfrentamento das arboviroses, unindo esforços e trabalhando pela conscientização sobre medidas de prevenção em todo o território nacional.
“Diante do aumento do número de casos de dengue no Brasil, ressaltamos que o momento é de intensificar os cuidados e unir esforços para eliminar os focos do Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e Chikungunya. Essa é a principal forma de evitar a transmissão das doenças”, afirma a pasta.
Não deixar água parada e estar atento aos locais que podem se tornar criadouros do mosquito em casa é fundamental, já que cerca de 75% dos focos estão dentro dos domicílios brasileiros.
O Ministério da Saúde também ressaltou a importância de procurar atendimento médico imediato em caso de sintomas como febre, dores nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceiras ou vermelhidão nos olhos. A dengue tem tratamento disponível no SUS em todo país e a demora para procurar atendimento pode agravar os sintomas.
Com informações do Ministério da Saúde e Gov-RJ