Considerado um dos mais frequentes no país, o câncer de estômago foi a causa da morte da ex-jogadora da seleção brasileira feminina de vôlei Ana Paula Borgo, de 29 anos. A atleta, que morreu nessa quinta-feira (11), descobriu a doença há cerca de oito meses em exames de rotina no clube Barueri, que a contratara para a Superliga 2022-23. A aposta da Seleção se afastou das quadras em setembro do ano passado e desde então, fazia tratamento contra a doença.
A notícia de sua morte foi comunicada nas redes sociais por sua mãe, Débora Borgo. Na última terça (9), a jogadora chegou a postar uma mensagem comovente em sua conta no Instagram, direcionada ao marido Carlos. Na postagem, a atleta relembrou a data do aniversário de casamento que não pôde celebrar na semana passada, em razão da doença.
“Nosso dia 5 passou e eu não estava bem para falar. Passamos o dia 5 no hospital com você cuidando de mim e me dizendo o quanto me ama. Já vi relatos de maridos que abandonaram as esposas quando adoeceram, Carlos foi completamente diferente, ele só demonstrou o quanto me amava, mostrando que ele realmente era o homem que Deus mandou pra mim”.
O câncer de estômago é o quarto tipo mais incidente entre homens e o sexto entre mulheres no Brasil. Chamado também de câncer gástrico, é comum em homens na faixa etária de 60 a 70 anos. Cerca de 65% dos pacientes têm mais de 50 anos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Estima-se 21.480 novos casos da doença no país por ano, no triênio de 2023 a 2025, sendo 13.340 casos em homens e 8.140, em mulheres
A doença não tem sinais específicos. No entanto, alguns sintomas devem ser observados: perda de peso e apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente.
Esses sinais, de acordo com o Inca, podem indicar doenças como uma úlcera e gastrite (consideradas benignas) ou um tumor no estômago. Por isso, é importante busca uma orientação médica o quanto antes para diagnóstico.
Em estágio avançado, o paciente pode apresentar massa palpável na parte superior do abdômen, aumento do fígado, íngua na parte inferior esquerda do pescoço e nódulos ao redor do umbigo.
O instituto informa que alguns fatores podem aumentar o risco da ocorrência da doença, entre eles sobrepeso, obesidade, consumo excessivo de álcool e sal, fumo e doenças pré-existentes.
Prevenção, diagnóstico e tratamento
A doença é detectada por meio de uma endoscopia digestiva alta, exame que permite visualizar o estômago e esôfago, além de biópsia. Se confirmada, é feita uma tomografia computadorizada para avaliar a extensão do tumor. O tratamento passa por cirurgia e quimioterapia.
Para prevenir a doença, é recomendado evitar o consumo de bebidas alcoólicas, de alimentos salgados ou mantidos em sal, não fumar e manter o peso adequado.
Carreira em ascensão no vôlei
Natural de Barueri (SP), a atleta foi medalha de prata na Liga das Nações de 2019, em Nanquim (China), e integrou a seleção que venceu o Pré-Olímpico para os Jogos de Tóquio. Antes de chegar ao Barueri, Paula Borgo defendeu clubes no exterior, como o italiano Bergamo e os turcos Kale e Nilufer. O último clube em que atuou no Brasil antes de seguir carreira internacional foi o Fluminense.
Em nota de pesar, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) se solidarizou com a família e manifestou “profundo pesar pelo falecimento da jogadora” E destacou: “ela foi um grande talento do vôlei nacional e defendeu a seleção brasileira em importantes competições como a Liga das Nações e os Jogos Pan-Americanos”.
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) também divulgou nota de pesar, na qual ressaltou a importância da atleta que defendeu a camisa verde e amarela: “tem passagens marcantes pelas categorias de base e adulta da seleção brasileira feminina de vôlei”.
O Barueri homenageou a atleta nas redes sociais e agradeceu “à sua luta e ao seu legado”. Vários outros clubes e entidades lamentaram a morte precoce da atleta Entre elas a Federação Internacional de Vôlei (FIVB), o Praia Clube, o Fluminense e o Osasco.
Da Agência Brasil