Na semana passada, eu e minha filha Maria Clara passamos dias de aflição com nosso gatinho Timotheo. Ele que nunca nos deu trabalho e estava sempre brincando pela casa, ficou amoadinho, miando de um jeito sofrido, sem apetite, com dificuldades para urinar e até vomitou. Procuramos a emergência do Hospital Popular de Medicina Veterinária, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, que funciona 24 horas.
Nosso bichano precisou ficar internado. Suspeita: uma crise de DTUIF – Doença do Trato Urinário Inferior de Felinos, que é muito comum em gatos, já que eles têm dificuldades em beber água. A ultrassonografia acusou cistite, gastrite, nefropatia e esplenomegalia discreta (baço aumentado). Depois de dois dias hospitalizado, com “prognóstico reservado”, está em casa, agora sob os cuidados das mamães!
Nas fotos acima, Timotheo dando entrada na emergência e no dia que voltou para casa (Acervo pessoal)
Mesmo escolhendo uma unidade veterinária popular, com consultas básicas a R$ 60 e outros procedimentos a custos menores que em outros estabelecimentos do gênero, o valor acaba sendo salgado para quem é pego desprevenido como nós. Em dois dias de internação, foram 1.400 reais! Fora os medicamentos que levamos para o hospital e muitos outros que tivemos que comprar – ao todo, já se foram seguramente uns R$ 1.800.
E não para por aí. A recomendação agora é procurar um nefrologista, o especialista em rins, já que depois dessa ele pode ter se tornado um paciente renal crônico e necessitar de cuidados especiais pra vida inteira – agora está com apenas 2 anos e meio. E ainda temos que investir na adaptação ao novo ambiente, já que a recente mudança de endereço também pode ter influenciado na sua saúde, segundo informou a veterinária Alana. Para isso, ainda falta comprar um difusor de ferormônio específico, cujo preço é bem salgado também – pelo menos R$ 300!!
Além disso, nosso cat caramelo precisa muito ingerir mais líquidos. Para isso, a solução é comprar bebedouros, se possível em formato de fontes ou cascatas, pra tornar o hábito mais atraente – só espalhar potinhos pela casa não está funcionando. Para aumentar a hidratação, a orientação é optar por ração úmida, que sabemos que acaba ‘viciando’ os pets. promover a reeducação alimentar e um melhor manejo. Além, é, claro, de ganhar ainda mais amor, carinho e chamego porque ele merece.
Sabemos que idas ao veterinário, por mais simples que sejam, sempre impactam no bolso do tutor. E numa emergência como essa que passamos então, nem se fala. Ainda mais quando se tem dois ou mais pets – aqui ainda temos o Theodore, que é irmão germano do Timotheo, ambos virginianos da mesma ninhada, nascidos em 13 de setembro de 2020.
Mas você sabia que, pagando mensalidades a partir de R$ 39,99, dá para contratar um bom plano de saúde para o seu pet? Foi o que constatou a matéria sobre esse serviço na Revista Proteste nº 233 (abril/23). Na mesma edição, uma reportagem sobre seguro residencial mostra que existem assistências complementares a quem adere a esse tipo de apólice, como a que oferece atendimentos médicos para animais de estimação.
Aqui em casa, há providenciamos um seguro pet pelo banco onde tenho conta e estamos pesquisando opções de planos de saúde no mercado. Afinal, o que a gente não faz para cuidar da saúde e do bem-estar dos nossos filhos de quatro patas, não é verdade?!
Então, confira abaixo a diferença entre plano de saúde pet e assistência pet!
Plano de saúde para pets
Eles são bem semelhantes aos planos de saúde para humanos. Porém, têm um detalhe não muito favorável: ainda não possuem uma regulamentação específica aprovada pelos órgãos competentes. “A regulamentação para o mercado pet tramita hoje no Congresso, com o Projeto de Lei 2.888/19, que visa regulamentar o funcionamento de empresas que operam planos de assistência à saúde animal”, avisa Rodrigo Alexandre, especialista Proteste.
Isso faz com que não haja regras que permitam uma equalização entre os planos. Para se ter uma ideia, a associação encontrou cinco formas diferentes de prestação desse serviço, que pode ser oferecido tanto por clínicas veterinárias quanto por empresas (inclusive, em conjunto com algumas seguradoras). Entre elas, todas têm em comum o fato de disponibilizarem uma rede credenciada para atendimento — e alguns planos só atendem dessa forma.
A partir daí é que vêm os diferenciais: há produtos que aceitam reembolso; outros trabalham com coparticipação; uns limitam o valor máximo anual gasto com o uso do plano e por cada procedimento; e, por último, existem planos que fazem um misto dessas modalidades. Além disso, alguns impõem quantidade limite de utilização anual.
Igualzinho ao dos humanos, o plano de saúde pet também tem carências (para consultas e castração, por exemplo) e exclusões. É preciso ficar atento a isso antes de assinar o contrato. Se você ficou interessado em contratar para seu pet, informe-se bem antes sobre a rede de atendimento, porque há modalidades que só trabalham com rede própria ou com clínicas credenciadas, e nem todos os planos oferecem a opção de reembolso se você levar seu bichinho ao veterinário de costume. E avalie também o âmbito territorial, porque alguns só atendem por estado, enquanto outros têm cobertura nacional.
Por último, procure saber se a cobertura oferecida atende às suas necessidades. A PROTESTE considerou os seguintes procedimentos como o mínimo necessário: consulta de emergência, consulta padrão, vacina anual (V8), hemograma (check-up), castração, internação, exames para diagnóstico e tratamento clínico e cirúrgico para doenças congênitas.
E vale saber que quanto mais completo o plano, mais caro — e ele pode incluir serviços como microchipagem, várias outras vacinas, anestesia inalatória, internação e exames de alta complexidade. No estudo da associação, a mensalidade mais alta custava R$ 377,82 (tanto para gato quanto para cão).
Assistência pet
Em geral, as assistências pet são oferecidas como uma cobertura adicional no seguro residencial. Elas também não possuem uma regulamentação especifica para assistência Pet, mas, quando vêm agregadas ao seguro, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) estabelece as diretrizes gerais a essa oferta de assistência complementar. “O normativo apenas estabelece diretrizes que a seguradora precisa cumprir, e não a empresa da assistência. Assim como os planos de saúde pet, não há uma regulamentação para o funcionamento”, esclarece Rodrigo.
Normalmente, nesse tipo de serviço, o tutor pode levar o seu animalzinho a qualquer local de atendimento e depois solicitar o reembolso, embora algumas assistências também trabalhem com rede credenciada. As coberturas são muito semelhantes aos planos de saúde pet, podendo incluir banho e tosa, táxi dog, acupuntura, fisioterapia, diárias em hotel para animais e serviços funerais.
Com informações da Proteste