O diagnóstico de câncer de mama pode ser devastador para a paciente. Um dos principais medos é o de ter de remover as mamas – uma das partes do corpo mais relacionadas à feminilidade. Considerada uma mutilação, a mastectomia causa um grande abalo emocional na paciente. A cirurgia afeta a autoestima, a estabilidade emocional e ainda traz dores e desconfortos na área operada, alteração na sensibilidade e até comprometimento do membro superior do lado operado.

Mais do que estética, a reconstrução mamária é uma cirurgia que permite o equilíbrio da postura, evitando dores e deformidades na coluna, e a manutenção da autoestima da paciente, contribuindo para sua saúde mental e sucesso do tratamento contra o câncer de mama.

Para minimizar esse impacto negativo, muitos mastologistas e oncologistas optam por fazer a reconstrução mamária imediata, ou seja, no mesmo tempo cirúrgico da ressecção tumoral. Dessa forma, a mulher não se vê sem a mama ou parte dela. “Mas, o procedimento também pode ser feito tardiamente, após a remissão da doença. Essa decisão é tomada em conjunto médico-paciente”, diz a cirurgiã plástica Tatiana Moura, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Mais do que preocupação com aparência física, psiquiatras e psicólogos possuem um consenso ao afirmarem que a autoestima é um fator determinante para a saúde emocional e o equilíbrio. Sentir-se bem consigo mesmo e com sua própria imagem eleva a autoestima e traz satisfação pessoal. Dependendo da situação, mudanças necessárias na aparência física são cruciais para que pacientes consigam lidar com traumas e superar desafios.

Apenas no Brasil, em 2019, segundo o Ministério da Saúde, quase 60 mil mulheres foram acometidas da doença que mais afeta a autoestima da mulher. Após a cura, muitas mulheres recorrem à reconstrução mamária em suma por motivos pessoais. O procedimento acontece por meio de várias técnicas de cirurgia plástica que tentam restaurar a mama considerando-se a forma, a aparência e o tamanho após a mastectomia.

Dra Tatiana conta que o câncer de mama é o segundo tipo mais comum em mulheres no Brasil, sendo responsável por 29% de novos casos de tumores anuais, como indicado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). “Esse alto índice de diagnóstico faz com que a cirurgia reconstrutora de mama seja bastante frequente. A técnica empregada depende de diferentes fatores, como localização do tumor, tipo de ressecção tumoral etc.”, conta.

Tatiana Moura, cirurgiã plástica, esclarece sobre reconstrução mamária (Foto: Divulgação)

São pelo menos três tipos de cirurgia

reconstrução mamária pode ser feita ainda com tecido da própria paciente, com retalhos de regiões como costas e abdômen, ou com o uso de próteses e expansores. “A recuperação tende a ser mais demorada com tecido da paciente, por envolver outros segmentos corporais. Porém, diversos trabalhos mostram os benefícios da reconstrução imediata para a autoestima, o que contribui muito na resposta do tratamento como um todo”, afirma Tatiana.
A cirurgiã plástica lembra que a reconstrução de mama é um procedimento realizado em etapas e, dependendo da técnica escolhida, podem ser necessárias, pelo menos três cirurgias. Por isso, a paciente deve sanar todas as suas dúvidas antes de se submeter ao procedimento. “Há estudos que indicam que mais de 95% dos procedimentos são realizados imediatamente à mastectomia e têm resultados satisfatórios tanto em qualidade de vida quanto em estética.”

Maioria dos casos uso o próprio tecido mamário

Thamy Motoki explica como é feita a reconstrução mamária (Ale Santos e Diego Nata)

Thamy Motoki, médica e cirurgiã plástica, explica que a partir da mastectomia existem opções de reconstrução das mamas que podem ser feitas no mesmo dia da retirada do câncer ou após a cicatrização da primeira cirurgia.

Na maioria dos casos de setorectomia, a reconstrução é realizada com o próprio tecido mamário. “Em pacientes que realizaram a retirada de toda a glândula, podemos optar pelo uso de próteses de silicone”, diz. Nas cirurgias mais extensas é possível reconstruir a mama com retalhos locais.

“Em algumas pacientes existe a necessidade de colocar um expansor de tecido. Esta técnica permite o estiramento progressivo da pele remanescente da mama, para a posterior confecção de retalhos e colocação da prótese”, completa.

Também há a possibilidade de optar por retalhos de tecidos de outras regiões do corpo, como o dorso e abdome e também é possível operar a mama sadia (sem câncer), para deixá-las proporcionais por meio do procedimento de simetrização.

Crédito para cirurgias privadas

Para Arnaldo Korn, diretor do Centro Nacional de Cirurgia Plástica, assim como nos outros tipos de cirurgia plástica, nesse procedimento deve ser levado em conta, em primeiro lugar, a segurança e a saúde da paciente. “O paciente deve priorizar sua segurança e não optar apenas pelo que aparenta ser barato”, destaca.

Se a dificuldade for o valor, hoje existe a assessoria administrativa, que oferece crédito com condições especiais de pagamento. Se não houver qualidade, não há como garantir todo o processo de forma correta. “Não se pode pagar barato por um procedimento que também envolve a saúde”, analisa o Korn.

Em qualquer procedimento estético ou de reparação, a segurança deve estar em primeiro lugar, em casos que envolvam o emocional do paciente mais ainda, pois a reconstrução da mama, além do benefício físico, é emocionalmente gratificante para quem perdeu a mama devido ao câncer ou a outra situação, e o resultado pode contribuir para elevar sua autoestima, autoconfiança e qualidade de vida.

Com Assessorias

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