Raquel D’Alpino, diretora de operações de uma agência de comunicação, sabe bem como é conviver com a asma. “Desde criança tenho rinite e sinusite e, há seis anos, fui diagnosticada com asma, após passar por uma forte crise. Acordei de madrugada sem conseguir respirar, tive que ir às pressas ao hospital”, conta ela.

Desde então, Raquel faz acompanhamento e tratamento diário com medicações para prevenir as crises de asma. “Sempre evito ambientes empoeirados e poluentes, que são os agentes que estimulam as minhas crises. Acredito que o problema seja hereditário, pois minha mãe e meus irmãos também têm essa doença”, comenta.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 300 milhões de pessoas sofrem com a asma, sendo 6,4 milhões de brasileiros com mais de 18 anos.  No Brasil, é a quarta causa de internações no país. No dia que marca o início do inverno, período em que os sintomas da asma se agravam, é também celebrado o Dia Nacional de Conscientização da Asma, uma das principais doenças crônicas que acometem as vias respiratórias e o pulmão, aumentando a produção de secreções e prejudicando a passagem de ar.

Essa inflamação está associada à responsividade das vias aéreas, que leva a episódios recorrentes de chiado no peito, falta de ar, opressão no peito e tosse, particularmente à noite ou no início da manhã.  É uma condição de hiper-reativa inflamatória das vias aéreas que a pessoa desenvolve, a partir de temperaturas mais baixas, exposição a poeiras e mofo, por exemplo”, explica o pneumologista Leonardo Dias, do Hospital Adventista Silvestre.

 Assim como outros problemas respiratórios, a asma não tem cura, por ser uma doença originária de fatores genéticos. Mas, é possível estabelecer um controle. “O principal é manter acompanhamento com um pneumologista e, dependendo do caso, manter o tratamento da forma correta, evitando a tomada de ações apenas em tempos de crise. A adoção de medidas ambientais ajudam muito, como evitar contato com fumantes, manter a casa bem ventilada, com acesso de luz solar e controlar a umidade nos cômodos, para evitar proliferação de mofos”, alerta Dias.

Hoje, com uma grande quantidade de opções de remédios existentes, é bem mais fácil controlar uma crise. “Existe uma gama de medicamentos inalatórios, com ausência de efeitos colaterais e muita segurança, para um tratamento adequado e para proporcionar uma qualidade de vida excelente ao paciente”, finaliza o pneumologista.

Leia mais

Asma não é fator de risco para Covid-19, mas não dá para descuidar

Tratamentos de última geração ajudam no controle da asma grave

Tempo frio e seco pode piorar sintomas da asma

Doença inflamatória é causada por fatores genéticos

Segundo o otorrino Kaian Scwanck Mury, médico da clínica Atende Mais, asma é uma doença alérgica que se caracteriza por uma inflamação crônica das vias aéreas. Ela é causada por fatores genéticos, mas não necessariamente é transmitida hereditariamente.

Vários fatores podem levar a episódios de asma. Entre eles estão o contato com agentes alergênicos como poeira, ácaros, pelos de animais e pólen. As crises também podem se manifestar como decorrência de infecções respiratórias virais como gripes. Para algumas pessoas, a fumaça de cigarro, a poluição do ar e alguns aerossóis também são fatores desencadeantes dos sintomas, assim como variações climáticas bruscas”, explica o otorrino.

Embora não tenha cura, é possível ter boa qualidade de vida quando se realiza o controle adequado. “Beber bastante água, realizar sempre a higiene nasal, trocar a roupa de cama a cada semana são algumas das dicas para melhorar os sintomas”, finaliza Kaian Scwanck Mury.

Aumento de 26% nos gastos assistenciais

Um estudo divulgado em março deste ano pela Capesp (Caixa de Previdência e Assistência aos Servidores da Fundação Nacional de Saúde) mostrou uma maior utilização do plano de saúde por indivíduos asmáticos, resultando em aumento de quase 26% nos gastos assistenciais.

Os dados coletados são utilizados para orientar as ações de prevenção, manutenção e promoção da saúde e da qualidade de vida, além de auxiliar no redimensionamento da rede credenciada”, afirma o diretor-presidente da Capesp, João Paulo dos Reis Neto.

De acordo com o médico, as doenças crônicas não transmissíveis interferem na qualidade de vida das pessoas, além de causarem impacto econômico para a sociedade e nos sistemas de saúde, por isso é imprescindível manter o controle da enfermidade.

A asma é uma condição sensível. É importante prevenir e tratar precocemente o estado agudo e controlar a enfermidade crônica. Essa doença está entre os principais motivos de procura por atendimento na Atenção Primaria à Saúde (APS), assim como em consultas, ambulatório e serviços de urgência.

Com Assessorias

Shares:

Posts Relacionados

2 Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *