Pesquisa da revista Science, uma das publicações cientificas mais importantes do planeta, aponta que a Humanidade gera aproximadamente 275 milhões de toneladas de resíduos plásticos por ano, e entre 4,8 milhões e 12,7 milhões vão parar nos oceanos. De acordo com um relatório britânico sobre a situação dos mares publicado pela Foresight Future of the Sea Report, cerca de 70% do entulho no mar é plástico.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que pelo menos 13 milhões de toneladas de plástico invadem os oceanos anualmente. Segundo a ONU, a população mundial utiliza por ano de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolas plásticas.
Pesquisa deste mês da ONG WWF aponta o Brasil em quarto lugar na produção mundial de lixo plástico, o número é preocupante, são cerca de 11,4 milhões de toneladas por ano. De acordo com a Associação Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos (Abrelpe), o Brasil utiliza cerca de 720 milhões de copos descartáveis por dia, o equivalente a mais de mil toneladas.
Diante desses números assombrosos, banir os canudinhos de plástico pode parecer besteira, mas é uma solução viável e prática para lidar com grande parte do lixo encontrado nos oceanos. Desde que o Rio de Janeiro proibiu o fornecimento de canudos descartáveis em estabelecimentos comerciais, em 2018, o assunto chamou atenção no Brasil.
Em fevereiro deste ano, o governo do Distrito Federal sancionou a Lei 6.266/2019, que proíbe canudos e copos de plástico em estabelecimentos comerciais da capital. O material deverá ser substituído por descartáveis feitos a partir de material biodegradável ou feitos de vidro ou inox. A multa para quem não seguir as novas regras varia entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. De modo geral, as mudanças valem para centros comerciais e gastronômicos, mas a tendência é que empresas de outros setores adotem a iniciativa.
Agora é a vez de Curitiba se adaptar à nova era dos reutilizáveis. Um projeto de lei que tramita na Câmara Municipal de Curitiba pretende obrigar restaurantes, lanchonetes, bares e estabelecimentos similares a ofertar apenas canudos comestíveis ou de papel biodegradável, individual e hermeticamente embalados com material biodegradável. Além disso, a partir de 1º de janeiro de 2020, o poder público municipal seria proibido de comprar de canudos de plástico.
De olho nesta nova tendência do mercado, vários empreendedores curitibanos estão adaptando seus negócios. Ao abrirem a Cookie Stories, no começo de 2018, as irmãs Camila e Rafaela Camargo jamais pensariam que uma ação tão simples, como colocar a venda de canudos reutilizáveis teria um impacto tão positivo.
Na Cookie Stories, é possível adquirir o Kit Ecológico com o canudo reutilizável de inox, escovinha para limpar e o saquinho de bottons por R$ 40. Apesar de custar mais que um canudo convencional, garantem as irmãs, o reutilizável substitui o vilão de plástico – e pode ser guardado para sempre.
Também surfando nesta onda, a marca brasileira Econudinho chegou ao mercado com a maior variedade de canudos reutilizáveis do país para substituir os vilões do meio ambiente. Focada 100% em sustentabilidade, a Econudinho desenvolveu três tipos de canudos reutilizável, Os preços variam de R$ 12,90 a R$ 49.90.
Vale lembrar que o banimento do plástico é cada vez mais recorrente. Em Fernando de Noronha, por exemplo, já não são permitidos o consumo e o comércio de canudos, copos, pratos, talheres, sacolas e garrafas plásticas inferiores a meio litro. No futuro, ainda, haverá o fim do uso de isopor, podendo gerar penalidades para quem não respeitar a lei.
Colégios de Brasília e do Rio reduzem uso de copos plásticos
Os hábitos sustentáveis, e a preocupação com o meio ambiente chegaram às instituições públicas e privadas de ensino. Diante da necessidade de se adequar, colégios têm criado campanhas para conscientizar a população e a comunidade escolar sobre a importância dos cuidados ambientais.
Incomodados com a grande quantidade de copos descartáveis utilizados diariamente – 720 milhões em todo o Brasil, estimam ambientalistas – , alunos do Colégio Cruzeiro, no Rio de Janeiro, realizaram uma pesquisa sobre o que poderia ser feito para minimizar esse impacto.
A ideia é substituir os copos descartáveis por um reutilizável e, assim, teve início a adesão ao Movimento Menos 1 Lixo, criado por Fe Cortez. Após a elaboração de um plano de negócios, que considerava também a viabilidade financeira do projeto, os alunos apresentaram o projeto à Direção Pedagógica do Colégio. A Sociedade de Beneficência Humboldt (SBH) – mantenedora do Colégio Cruzeiro e do Retiro Humboldt – subsidiou a concretização da ideia.
Em fevereiro, o colégio distribuiu a cada colaborador um copo do Movimento Menos 1 Lixo, abolindo assim a utilização de copos descartáveis em suas unidades. Com o copo Menos 1 Lixo, uma pessoa pode economizar até 150 copos descartáveis por mês.
Em busca de um ambiente escolar mais comprometido com o futuro, o Colégio Objetivo de Brasília também resolveu incentivar os alunos a se preocuparem com o meio ambiente e propôs, a partir deste mês, a campanha “Adote uma Caneca“. A ideia é que a partir de março cada estudante leve sua caneca de casa. Copos plásticos e canudos nas unidades do Objetivo passam a ser proibidos. A substituição já está em vigor nas quatro unidades da rede de ensino, em todo o DF.
A proibição do uso do material é uma das iniciativas sustentáveis da escola, que incentiva a substituição de materiais danosos ao meio ambiente, que além de demorarem em degradar-se, poluem a cidade e podem ameaçar a fauna e a flora. O Colégio Objetivo já possui outras ações sustentáveis junto aos estudantes, como a separação do lixo orgânico, a reutilização de papeis e a entrega do material escolar em sacolas ecológicas.
Rede de lojas substitui copos plásticos pelos de vidro ou papel
A preocupação com os produtos de plástico não é em vão: o resíduo pode levar de 100 a 450 anos para se decompor na natureza, no entanto, se jogado no mar e alcançar as regiões abissais, o item pode perdurar por milhares de anos e ameaçar a vida marinha.
Após eliminar o uso dos tradicionais canudos de todas as 100 lojas, a rede Mr. Fit – franquia de fast food saudável – também anuncia o fim do uso dos copos de plástico, que serão substituídos pelos de vidro ou de papel. A medida visa diminuir o impacto no meio ambiente, já que auxilia na redução da fabricação e consumo do produto.
A transição terminou no final do mês de fevereiro em todas as lojas de rua. Já nas unidades localizadas em shoppings, a mudança deve acontecer de forma mais gradativa.
Além do fim dos copos e canudos de plástico, a rede Mr. Fit assumiu o compromisso com a política cage-free, em parceria com a Mercy For Animals, organização que se dedica a combater a crueldade contra animais explorados para abate, para utilização ovos livres de gaiolas em todos os seus preparos até 2025.
Fabricante de massas reduz 457 toneladas de plástico
A M. Dias Branco, dona de algumas marcas de massas e biscoitos do país, como Adria, Vitarella, Fortaleza e Piraquê, segue diretrizes de sustentabilidade em todo o seu processo produtivo. A partir da modernização dos equipamentos ou readequações nas dimensões e design das embalagens, a companhia reduziu em 3,4% o consumo total de embalagens plásticas, o equivalente a 457 toneladas de plástico. A economia chegou a 26% nos bolinhos das marcas Richester, Treloso e Pellagio.
O uso do plástico na embalagem é necessário para a proteção do produto, por isso, a redução no consumo precisa ser aliada à manutenção da alta qualidade oferecida ao mercado. Como exemplo, os bolinhos da linha Animados Zoo, de Richester, ou das marcas Treloso e Pelaggio, que atingiram o maior percentual de economia de plástico, são resultado do processo produtivo modernizado na fábrica de Maracanaú, no Ceará. Dessa forma, foi eliminado o plástico que envolvia o display do produto na linha de produção, de maneira imperceptível ao consumidor.
A M. Dias Branco possui, desde 2015, mais sete grupos de trabalho voltados para as práticas sustentáveis, além do Grupo de Trabalho específico para embalagens. São focados em Energia; Resíduos, Águas e Efluentes; Cultura; Insumos; Nutrição e Saudabilidade; Comunidades e Investimento Social; Segurança e Saúde Operacional. Os grupos têm como objetivo direcionar o desenvolvimento corporativo rumo à sustentabilidade, em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Comércio do Rio aposta nas entregas em bike
Dirigir pelas ruas do Rio de Janeiro não é uma tarefa fácil. Vias congestionadas e carros disputando espaço para estacionar é um cenário frequente na “cidade maravilhosa”. Para driblar esses problemas, o jeito é apelar para as magrelas.
Nas ruas do Rio de Janeiro circulam 628 bikes — entre elas bicicletas normais, de cargas e triciclos. Sendo que 91% dos veículos pertencem aos comércios. Copacabana foi o bairro de maior destaque com 57% dos veículos, 61% das entregas e 58% dos estabelecimentos.
Um estudo, divulgado em 2015 pela Transporte Ativo , mostrou que 322 estabelecimentos — de uma amostra de nove bairros da cidade — faziam entregas com bicicletas, sendo que mais da metade fica em Copacabana.
De olho nesta tendência, cada vez mais os comerciantes estão apostando na bike. É o caso da empreendedora Giseli Gomes, franqueada da Ecoville, rede especializada em produtos de limpeza.
Segunda a empreendedora, na zona sul do Rio de Janeiro é difícil circular de carros e estacionar. “Precisávamos solucionar esse problema de estratégia de venda. Como Copacabana é um bairro em que as pessoas utilizam muito a bicicleta, optamos por esse modelo”, diz Giseli.
Há dois anos, a empreendedora possui uma loja física e faz as entregas com a bike. O cliente pode ligar e encomendar os produtos ou ir até ao estabelecimento fazer as compras e pedir para entregar sem custo. “Acho que a principal vantagem é usar um transporte ecologicamente correto, que não gasta muito”, afirma Giseli.
Para quem vai investir na bike, a empreendedora diz que é preciso se preocupar com a saúde dos colaboradores. “É necessário ter cuidado com o descanso do funcionário e acompanhar se ele está fazendo os intervalos indicados”, diz Giseli.
Uma outra franquia do centro carioca gostou tanto da ideia de entregas de bike que resolveu personalizá-la. Assim, a bicicleta virou um “outdoor ambulante”, o que auxiliou na divulgação da marca entre as pessoas. Para a sócia da franquia, Denise Borges, é muito difícil estacionar carros nas ruas do Rio de Janeiro, o que torna as entregas inviáveis.
Os clientes podem fazer os pedidos por mensagem e uma equipe é responsável por recebê-los e encaminhar uma bicicleta para a entrega. Para a empreendedora, a principal vantagem da bike é com relação à mobilidade. “Ela pode ir em qualquer lugar de forma rápida”, diz. No entanto, quem vai investir nas bicicletas precisa ter cuidado com desgastes dos pneus para o funcionário dirigir com segurança.
Petshops aderem a campanha para ajudar crianças com câncer
O Instituto Ronald McDonald acaba de lançar, com distribuidores da Neovia, marca especializada em nutrição animal – produtora do alimento Ciclos – a campanha “Ciclos de Amor”. A ação acontece nos petshops que comercializam a marca nos estados de Rio de Janeiro e Minas Gerais. Entre as unidades beneficiadas com a parceria, está a Casa Ronald McDonald Rio de Janeiro, que há quase 25 anos oferece assistência a crianças e adolescentes com câncer no país e seus familiares.
Quem comprar a ração Ciclos para o seu cão ou gato estará apoiando o tratamento de crianças e adolescentes com câncer no Brasil. Parte das vendas das rações será destinada à causa dos jovens que são assistidos pela Casa Ronald McDonald e em outros projetos mantidos pelo Instituto Ronald McDonald.
Para demonstrar apoio à campanha, os clientes podem postar fotos em suas redes sociais, com seu pet, usando a hashtag #ciclosdeamor. O objetivo da ação é unir as famílias em prol de duas grandes causas solidárias: ajudar as crianças a obterem qualidade de vida e sucesso no tratamento do câncer e beneficiar a saúde do seu animal de estimação, oferecendo um alimento rico na composição dos seus nutrientes, como enfatiza Geraldo Andrade, gestor Comercial da Ciclos e um dos idealizadores do projeto.
Da Redação, com Assessorias