O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), de 84 anos, recebeu alta médica nesta sexta-feira (29), dois dias após passar por uma cirurgia de urgência para implantar um marca-passo em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Suplicy se sentiu mal durante uma agenda política em Maricá na segunda-feira (25) e na terça chegou a ser internado num hospital público do município, sendo então transferido para o Niterói D’Or. O parlamentar seguirá recuperação em sua casa, em São Paulo.

Os médicos do hospital privado de Niterói diagnosticaram uma arritmia cardíaca e recomendaram a cirurgia.  Batimentos fora do ritmo, cansaço inexplicável e desmaios recorrentes têm deixado de ser sintomas isolados para se tornarem alertas comuns nos consultórios cardiológicos. O motivo é o avanço das arritmias cardíacas, especialmente a Fibrilação Atrial (FA), que cresce entre os brasileiros com o envelhecimento da população e o aumento de doenças crônicas associadas.

O Ministério da Saúde destaca que as arritmias representam cerca de 20% das emergências cardiovasculares no Brasil. A Fibrilação Atrial é a forma mais comum, principalmente em pessoas com mais de 60 anos e com fatores de risco como hipertensão, diabetes, obesidade, apneia do sono e histórico de doenças cardíacas. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a FA já atinge cerca de 2 milhões de brasileiros, e esse número tende a aumentar.

As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no Brasil, segundo dados do DATASUS. A arritmia cardíaca está associada a um risco cinco vezes maior de acidente vascular cerebral (AVC) e pode causar insuficiência cardíaca se não for diagnosticada e tratada a tempo. De acordo com alguns estudos, o aumento da longevidade deve ampliar os casos de arritmia nos próximos anos, reforçando a necessidade de políticas de prevenção.

Aumento da longevidade deve ampliar casos de arritmia, diz médica

Para especialistas, olhar para o ritmo do coração com atenção é uma medida urgente e necessária. “A conscientização sobre as arritmias é fundamental, porque os sintomas podem ser sutis ou até inexistentes, o que dificulta o diagnóstico precoce”, afirmaa cardiologista Marianna Andrade, coordenadora do Serviço de Cardiologia do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS).

O diagnóstico pode ser feito por exames como eletrocardiograma e Holter de 24 horas. Além de medicamentos, há tratamentos mais avançados, como a ablação por cateter, que isola os circuitos elétricos anômalos do coração. ” A ablação é um procedimento minimamente invasivo e, em muitos casos, pode representar a cura da arritmia, permitindo ao paciente recuperar sua qualidade de vida”, explica Marianna Andrade.

Ela reforça, no entanto, a importância da prevenção e da adoção de hábitos saudáveis. “Mais do que tratar, precisamos educar a população sobre os sinais e investir em estratégias preventivas, como o controle da pressão, do diabetes e o incentivo à prática de atividade física regular”, orienta a médica.

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