A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública que afete uma em cada 10 pessoas no mundo, de acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), e atinge mais de 20 milhões de brasileiros, ou cerca de 10% da população. Outras estimativas indicam a prevalência global em 14% da população geral e 36% em grupos de risco. 

A enfermidade leva o paciente a depender de diálise e/ou transplante renal, impondo uma drástica redução na sua qualidade de vida.  Atualmente, mais de 157.354 brasileiros realizam diálise no território nacional. No entanto, a maioria dos pacientes desconhece que possui a doença, pois a DRC pode evoluir de forma silenciosa, sem sintomas perceptíveis, nas fases iniciais.

A boa notícia é que um exame simples, disponível na rede pública de saúde, pode fazer a diferença no diagnóstico precoce da DRC. O exame de creatinina é um dos principais marcadores da função renal e pode detectar problemas nos rins ainda nos estágios iniciais da doença renal crônica. Além disso, o exame simples de urina também pode ser um aliado na detecção precoce da doença.

Os níveis elevados neste exame podem indicar doenças como insuficiência renal crônica, uma condição crescente no Brasil.  A doença renal crônica registrou um salto de 57,6% nos últimos 10 anos, levando mais de 155 mil brasileiros a dependerem de hemodiálise, segundo o Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia. O avanço é reflexo dos principais fatores de risco, que também registraram alta nos últimos anos e seguem em crescimento.
A identificação precoce permite intervenções que retardam a progressão da Doença Renal Crônica e melhoram a qualidade de vida dos pacientes. “Exames como a creatinina no sangue e o exame simples de urina podem detectar a DRC antes mesmo do aparecimento de sintomas”, destaca José Moura Neto, presidente da SBN.

Diante desse cenário, a SBN coordena, no Brasil, as ações da campanha mundial do Dia Mundial do Rim, lembrado em 13 de março, que em 2025 tem como tema: “Seus rins estão ok? Faça exame de creatinina para saber”. O objetivo é ampliar a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce, garantindo que mais pessoas tenham acesso ao tratamento adequado.

Desafios no acesso ao tratamento

Embora o diagnóstico precoce seja fundamental, garantir o acesso ao tratamento ainda é um grande desafio no Brasil. no Brasil e no mundo, iniquidade na assistência à saúde renal, com regiões onde há barreiras no acesso ao diagnóstico e tratamento, especialmente à terapia renal substitutiva (hemodiálise ou diálise). 

Atualmente, estima-se que cerca de 50 mil brasileiros morrem anualmente por falta de acesso ao tratamento adequado, antes de ter acesso à diálise ou ao transplante. Muitos pacientes enfrentam dificuldades para iniciar a diálise ou conseguir um transplante renal, especialmente em algumas regiões do país.

Existe uma crise que acomete a diálise no SUS, causada pelo subfinanciamento crônico do setor, e muitos pacientes encontram dificuldades no acesso ao tratamento”, alerta Moura Neto.

Para enfrentar esse problema, segundo ele, a SBN tem intensificado sua atuação junto aos gestores públicos, defendendo melhorias estruturais e financiamento adequado para o setor. “A SBN tem atuado na discussão de políticas públicas na nefrologia e para sensibilizar gestores públicos em relação à necessidade de um financiamento adequado e do estabelecimento de uma linha de cuidado efetiva para pacientes adultos e pediátricos com Doença Renal Crônica no SUS”, explica o presidente da SBN.

Por mais investimento em prevenção e detecção precoce

Segundo a presidente do Vozes do Advocacy, Vanessa Pirolo, o investimento anual do Ministério da Saúde no tratamento de doenças renais alcança cerca de R$ 4 bilhões. Esse montante poderia ser significativamente reduzido por meio de um maior investimento em iniciativas de prevenção e detecção precoce da condição.

Com o tema Seus rins estão ok? Faça exame de creatinina para saber, a campanha pelo Dia Mundial do Tim tem o intuito de ratificar a busca por uma política de saúde inclusiva que garanta a equidade e permita o acesso ao diagnóstico e tratamento.

Por isso, faremos a campanha para sensibilizar a população com diabetes para que possa procurar os serviços de saúde e faça os exames de creatinina e de albuminúria para o diagnóstico precoce, para que possa descobrir a alteração renal no princípio e não precise chegar à hemodiálise.

Agenda Positiva

10 mil testes gratuitos em todo o país

O Dia Mundial do Rim é uma campanha mundial idealizada conjuntamente pela Federação Mundial de Fundações do Rim (IFKF) e Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) com o objetivo de informar a população sobre a importância dos cuidados com a saúde renal. Comemorado sempre na segunda quinta-feira do mês de março, no Brasil, país recordista em ações com mais de 1000 eventos cadastrados, as ações são coordenadas pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), e suas regionais.

Na semana em que se celebra o Dia Mundial do Rim (13 de março), a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), com apoio da AstraZeneca, vai oferecer exames de dosagem de creatinina no sangue de forma gratuita à população. A testagem vai acontecer em 20 regionais da Sociedade nas cinco regiões do País como parte da campanha nacional que busca conscientizar a população sobre a importância da saúde renal.

Esse é o primeiro passo para garantir acesso ao tratamento, em uma política de saúde mais inclusiva e equitativa para todos. Quando o diagnóstico demora a acontecer, o paciente pode enfrentar impactos importantes na qualidade de vida”, explica o presidente da SBN.

Ao todo, 10 mil testes, sendo 500 por regional, serão disponibilizados à população em cinco dias de campanha. A partir dos resultados, pacientes serão encaminhados para atendimento médico em unidades de saúde locais.

Com a projeção de que a DRC se tornará a quinta principal causa de mortalidade em todo o mundo, até 2040, há uma necessidade urgente de que lideranças tratem a condição como uma prioridade de saúde pública”, diz a diretora médica da AstraZeneca Brasil, Karina Fontão.   

Dia Mundial do Rim é lembrado no Rio de Janeiro

Data terá iluminação especial do Cristo Redentor e ação na Praia de Copacabana

O monumento ao Cristo Redentor e a Praia de Copacabana farão parte da campanha mundial do Dia Mundial do Rim, celebrado nesta quinta-feira, 13 de março. Nesta data, o monumento será iluminado em azul e vermelho, a partir das 20h, mantendo a tradição iniciada em 2012, em parceria com o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor.

A Sociedade de Nefrologia do Estado do Rio de Janeiro (Sonerj) promoverá, em conjunto com a SBN, outras duas importantes ações: no sábado, 15, a partir das 9h, na Oficina do Sucesso na Rocinha, médicos e enfermeiros nefrologistas realizarão ações educativas e exames de creatinina para detecção da doença renal.

Já no domingo, 16, será a vez de uma ação na Praia de Copacabana, em frente ao Copacabana Palace, receber os médicos e enfermeiros para novamente alertar sobre a doença renal, realizar o exame da creatinina, além de recreadores e atividades para famílias.

Fundação Pró-Rim promove diferentes atividades na Semana Mundial do Rim

Para chamar a atenção ao cuidado com os rins, a Fundação Pró-Rim, com matriz em Joinville (SC) e filiais em outras cidades catarinense e no Tocantins, fará uma série de ações nos municípios onde tem clínicas instaladas. São mais de 10 ações, como palestras em escolas e universidades, visitação às clínicas de hemodiálise, orientações e atividades de prevenção em locais públicos com aferição de pressão, teste rápido de glicemia capilar e de creatinina.

Em Joinville, os testes rápidos de creatinina que serão realizados nos diferentes pontos de ação fazem parte do “Estudo EPI-DRC Brasil”, organizado pela SBN e coordenado pela dra. Viviane Calice-Silva, médica nefrologista da Fundação Pró-Rim.

O objetivo do estudo é fazer um rastreamento da doença renal crônica para adultos com fator de risco para esta comorbidade. Estão neste grupo pessoas com hipertensão, diabetes, obesidade, tabagistas e pacientes com mais de 60 anos. A Fundação Pró-Rim é uma das instituições que vai representar a regional de Santa Catarina da SBN para participar do estudo.

Conforme o resultado do teste rápido de creatinina, a pessoa é orientada a repetir o exame e encaminhada para consulta com nefrologista, se necessário. Para este segundo teste de creatinina, a ideia é que seja feito de forma gratuita na Proll Med Laboratórios, por meio da parceria com a Fundação Pró-Rim, com cadastro imediato através link www.creatinometro.prorim.org.br

Campanha mobiliza diabéticos em nove cidades brasileiras

Com patrocínio de quatro gigantes do mercado farmacêutico no Brasil – Astrazeneca, Baxter, Bayer e NovaBio -, o Vozes do Advocacy, que integra 27 organizações de diabetes no país, promove a Campanha do Mês Mundial do Rim em nove cidades brasileiras. A iniciativa tem o intuito de disseminar informações sobre a doença renal para profissionais de saúde e a população em geral, com foco: na prevenção, no diagnóstico precoce e no tratamento.

Na segunda semana de março, o Vozes do Advocacy também fará a iluminação do Senado e da Câmara dos Deputados, em Brasília, com as cores azul e vermelho, para reforçar a sensibilização da população sobre a temática, além de participar da Sessão Solene na Câmara dos Deputados, no dia 11 de março.

A mensagem será sobre a importância da adesão ao tratamento para não desenvolvimento da insuficiência renal. As organizações  farão a iluminação de pelo menos um ponto da cidade. As organizações vinculadas com o Vozes do Advocacy farão campanhas de rastreio de creatinina pelo país.

A primeira ação ocorreu no dia 8 de março, na sede do Instituto ADIFI, em Foz do Iguaçu, no Paraná. No dia 13 de março, serão realizadas ações em Fortaleza (CE), Birigui (SP), Aracaju (SE) e Botucatu (SP). No dia 19, a ação será em Santa Bárbara D’Oeste (SP), no dia 20 em Tanguá (RJ), no dia 21 em Florianópolis (SC) e no dia 22 em Petrolina (PE).

Doença renal crônica em números

No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, o número de pessoas com a condição no estágio avançado é crescente. A prevalência estimada pelo critério laboratorial em adultos é de 6,7%, triplicando em indivíduos com 60 anos ou mais de idade, dados estes do último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, publicado em setembro de 2024.

Entre 2019 e 2023, os atendimentos relacionados à DRC aumentaram 152,81%, com destaque para as regiões Sudeste e Sul. Já a taxa de mortalidade também cresceu, especialmente entre idosos e homens. As principais causas são: hipertensão arterial (33%) e diabetes (32%), afetando cerca de 10% da população brasileira, o equivalente a 20 milhões de pessoas.

Segundo as Diretrizes Clínicas para o Cuidado ao Paciente com Doença Renal Crônica, do Ministério da Saúde, a Doença Renal Crônica é um fator determinante para uma pessoa desenvolver a doença cardiovascular, responsável por 30% de todas as mortes no mundo.

Com Assessorias

 

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