O período de verão, conhecido por festas e celebrações em todo o país, também traz consigo um aumento potencial nos casos de síndrome retroviral aguda, associada à infecção pelo vírus HIV. Essa síndrome, caracterizada pelos primeiros sinais e sintomas de uma infecção pelo HIV, destaca a necessidade de conscientização sobre a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) afirma que o aumento de casos durante o Carnaval, por exemplo, está diretamente relacionado aos comportamentos de risco das pessoas nesse período festivo. O HIV é transmitido pelo contato com secreções, como sangue, secreção vaginal e sêmen, e a prática de sexo desprotegido com múltiplos parceiros aumenta significativamente o risco de contrair o vírus.

O médico patologista clínico Leonardo Vasconcelos, diretor de Ensino da SBPC/ML, esclarece que a síndrome retroviral aguda muitas vezes se manifesta com sintomas inespecíficos, como dor no corpo, febre, cansaço, desânimo, cefaleia, dor de garganta e aumento de linfonodos.

Esses sintomas podem ser facilmente confundidos com os de uma virose comum, tornando essencial a realização de exames quando há exposição a riscos, como sexo desprotegido ou compartilhamento de agulhas”, explicou.

Além do HIV, outras ISTs  merecem atenção. A SBPC/ML alerta que, apesar da redução das infecções por HIV, há crescimento das infecções por outros tipos de infecções sexualmente transmissíveis, como hepatites, sífilis, clamídia e gonorreia.  O especialista da SBPC/ML destaca a importância da prevenção. “A escolha cuidadosa dos parceiros, o uso de preservativos e a realização de exames periódicos são medidas fundamentais para evitar a disseminação dessas infecções”, reforçou Leonardo.

Testagem e “janela diagnóstica”

Quanto à testagem, Leonardo enfatiza a necessidade de compreender a “janela diagnóstica”, o período em que os testes podem detectar a presença do vírus. “Após uma exposição de risco, os resultados dos testes podem não ser imediatamente conclusivos, sendo necessário repetir os exames após a segunda ou terceira semana para maior precisão”, explicou o Patologista Clínico.

Importante ressaltar que os laboratórios desempenham um papel crucial na disseminação de informações e na realização eficiente dos testes. Durante todo o ano, eles oferecem serviços confiáveis, mas na época do Carnaval, alguns podem disponibilizar informações específicas sobre doenças relacionadas às ISTs em seus sites.

Em última análise, a conscientização, a prevenção e a testagem regular são essenciais para combater a propagação das ISTs. O conhecimento sobre o status de saúde individual permite que as pessoas ajam de maneira responsável, contribuindo para a promoção da saúde pública.

Abaixo, alguns dos testes disponíveis para a população nos laboratórios:

  • HIV: é possível realizar dois testes, a depender da janela diagnóstica: o de Biologia Molecular (Carga Viral), vai detectar o material genético do vírus nas primeiras semanas após a exposição. Já os testes sorológicos (Anticorpos) vão identificar os anticorpos produzidos contra o HIV, tornando-se positivos após a terceira ou quarta semana.
  • Hepatite B e C: Os testes sorológicos para antígenos e anticorpos identificam a presença de antígenos e anticorpos específicos para as hepatites. Já o de biologia molecular, detecta a carga viral do vírus, confirmando a infecção.
  • Sífilis: o teste rápido de sífilis identifica anticorpos contra a bactéria treponema pallidum, o que traz um rápido resultado. Os testes sorológicos (VDRL e FTS-ABS) confirmam a presença de anticorpos, sendo mais preciso após a terceira ou quarta semana.
  • Gonorreia: para esta doença, é feita a cultura de secreções; isola a bactéria gonorrhoeae em amostra de secreções, permitindo a identificação. Já o teste de amplificação de Ácidos Nucleicos (NAAT) detectam material genético da bactéria.
  • Clamídia: os testes são bem parecidos com o da doença acima; é feito o NAAT, que detecta os materiais genéticos da bactéria Chamydia trachomatis em amostras clínicas. A cultura de secreção também é usada; isola a clamídia para confirmação.

Com informações da SBPC/ML

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