Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a amamentação exclusiva com leite materno durante os seis primeiros meses de vida estimula a formação de laços afetivos entre a mãe e o bebê e previne doenças, como infecções, diarreia, doenças respiratórias e diabetes. Estudos indicam que o leite humano é capaz de reduzir em até 13% as mortes evitáveis de crianças até os cinco anos de vida.

Mas esse período, além de muito importante, gera diversas inseguranças nas mães, principalmente nas de primeira viagem, que estão em um universo novo e cheio de interrogações para desbravar. Entre as dúvidas, a alimentação das lactantes é bastante questionada, afinal, o que pode ou não passar pelo leite materno e ir direto para o organismo do bebê, prejudicando ou beneficiando sua saúde?

Ter uma alimentação balanceada e saudável é imprescindível para todos, mas é ainda mais importante no período de amamentação. “Apesar de o leite materno ser um alimento completo, a quantidade de vitaminas pode, por exemplo, ser influenciada pela alimentação e pelo estado nutricional da mãe durante a lactação”, explica Bruna Pavão, consultora nutricional da Cuida Bem.

Isso porque algumas trocas diretas acontecem entre a mãe e o filho, tanto que uma série de medicamentos não são indicados para esse período, pois acabam indo para a circulação do bebê por meio da amamentação. Diferentemente de quando o leite materno é doado e passa por uma triagem antes de ser oferecido, na amamentação, o leite vai do seio da mãe direto para a boca do bebê, que pode receber os nutrientes por difusão transcelular e intercelular, por exemplo.

Na forma de absorção transcelular, as moléculas menores atravessam os poros da membrana celular por difusão e alcançam o leite; já na intercelular, as moléculas maiores podem aparecer no leite humano, por exemplo, imunoglobulinas (anticorpos), cuja passagem ocorre entre as células e não através delas. “Ou seja, podemos dizer que a maneira como ocorre a troca depende do tamanho da substância ou nutriente”, completa Bruna.

Mas, como calcular esse tamanho? Existem, de fato, restrições na alimentação de quem está amamentando? Para começar, entre os alimentos estimulados para a boa nutrição da lactante estão os ricos em proteínas e as chamadas gorduras boas. “Alguns estudos indicam o ômega-3, uma gordura do bem, como benéfico para a saúde neurológica do bebê”, explica Bruna. Amendoins e castanhas são exemplos de alimentos que contêm esse benefício e podem fazer parte da rotina alimentar.

Já as gorduras ruins, como as saturadas, presentes em frituras e embutidos, devem ser evitadas. Outro cuidado importante para manter o leite sempre saudável para o bebê, bem como para manter a boa saúde de quem amamenta, é a hidratação, pois a água faz parte da composição do leite materno. Recomenda-se que o consumo diário de água seja de 35 ml por cada quilo de peso da gestante.

Veja abaixo mais exemplos do que é indicado, ou não, fazer no período de amamentação e mais algumas informações de interesse. A nutricionista elencou alguns mitos e verdades para ajudar nessa tarefa. Mas vale lembrar que uma dieta balanceada deve ser personalizada de acordo com as características e doenças pré-existentes de cada pessoa. Por isso, consulte sempre um profissional para avaliar sua saúde antes de fazer modificações na alimentação. Esse recado é mais que indicado para as mães que estão amamentando.

MITOS E VERDADES

1.Alimentos, como cerveja preta, podem aumentar a produção de leite

MITO – Nenhum alimento em específico é capaz de aumentar a produção do leite. Além disso, as mães não podem consumir bebida alcoólica na dieta.

2. Café e álcool precisam ser evitados durante a amamentação

VERDADE – Tanto o café quanto o álcool podem atingir a corrente sanguínea, passar para o leite materno e chegar até o bebê, causando irritabilidade, problemas no sono e alergias. Além disso, o álcool pode modificar o odor e o sabor do leite materno, causando a recusa do leite pelo bebê.

3. Não pode comer snack

MITO – Existem diferenças no perfil nutricional de alimentos dentro da categoria de processados: alguns apresentam maior quantidade de ingredientes benéficos à saúde, como fibras, vitaminas e minerais, e menor de itens maléficos, como corantes e conservantes. É preciso saber escolher. Uma dica para facilitar a vida das mães é a linha de snacks saudáveis Cuida Bem, da Santa Helena.

Isso porque são alimentos com amendoim e amêndoas que entram na lista de ricos em gordura boa, ajudando o corpo a aumentar a captação do colesterol ruim (LDL) pelo fígado e elevar as taxas do colesterol bom (HDL), melhorando a saúde cardiovascular. A gordura boa também fornece um ácido graxo importante, chamado de DHA, que é responsável por diminuir os níveis de gorduras ruins no sangue.

Além do amendoim e das amêndoas, outras sementes e castanhas como chia, quinoa, amaranto e castanha do Pará podem ser consumidas nesse período. Mas atenção, em caso de alergia, esses itens não poderão ser consumidos.

5. Não pode comer peixe cru

VERDADE – Alguns alimentos podem ser transmissores de doenças para toda a população, porém algumas dessas doenças, como toxoplasmose e intoxicação alimentar, podem se pronunciar de maneira mais grave em mulheres grávidas ou amamentando e, por isso, devem ser evitados. A carne crua ou com cozimento inadequado, leite não pasteurizado, ovo cru e peixes de má procedência podem ser causadores dessas doenças devido ao risco de contaminação por metais pesados como o mercúrio, que podem gerar riscos à vida do feto durante a gestação e à vida da mãe durante a amamentação.

6 – Cólicas intestinais dos bebês são causadas pelo leite humano

MITO – A cólica é comum nos primeiros meses de vida por imaturidade gastrointestinal, pois os órgãos dos bebês estão se acostumando com a vida fora da barriga. Se as cólicas parecerem fora do normal, um médico deverá ser consultado para avaliar o caso.

7. Amamentação cruzada pode ser prejudicial

VERDADE – A amamentação cruzada, como é conhecida a prática de mães que amamentam filhos de outras pessoas que apresentam alguma dificuldade com o aleitamento, é contraindicado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso se dá porque essa prática pode transmitir para o bebê doenças infectocontagiosas, entre elas, a AIDS.

Por exemplo, se uma mãe que tiver hepatite B amamentar outro bebê sem saber que tem a doença, o bebê que não tem ainda as doses da vacina suficientes (ou seja, não está totalmente imunizado) poderá contrair a hepatite B pelo leite materno.

Em caso de insuficiência de leite ou qualquer problema dessa natureza, recomenda-se procurar o médico ou um Banco de Leite Humano (BLH). Clique AQUI e acesse para saber onde existe um mais próximo.

8. Qualquer pessoa pode doar leite humano

VERDADE – Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano. Para doar, basta estar com a saúde em dia e não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação. Qualquer quantidade de leite pode ajudar, um ml já é suficiente para nutrir um recém-nascido a cada refeição, dependendo do peso.

Muitas cidades coletam o leite na casa da doadora. Clique AQUI e saiba onde existe um ponto de coleta mais próximo e todas as informações para ser uma doadora.

Carne suína na gravidez: médico esclarece mitos e verdades

Ao contrário do que diz crença popular, ingestão de proteína suína é aconselhada, mas cuidados devem ser tomados

O que as grávidas podem comer? Médico diz que carne suína é liberada (Foto: Divulgação)

A preferência pela carne suína disparou durante a pandemia. Segundo dados levantados pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o consumo desse tipo de proteína cresceu 80% em 2020, em comparação com o ano anterior. Por ser a nova ‘queridinha’ do consumidor, velhos mitos sobre a carne suína voltaram à tona, como a contraindicação do consumo durante a gestação.

Mas, segundo médicos, esse é um medo infundado. De acordo com o médico do trabalho da Alegra, João Carlos Santos Martins, a ingestão da proteína suína não apenas é permitida, mas incentivada para a dieta de mulheres grávidas.

Existe um mito, e isso vem de longa data, mas não há proibição de consumo para gestantes. Uma alimentação que contemple esse tipo de proteína é fundamental para o desenvolvimento do feto, devido a todos os aminoácidos presentes na carne suína. A ingestão desse produto, inclusive, deve ser feita diariamente, com porções entre 60g e 100g aproximadamente”, afirma Martins.

Entretanto, o médico ressalta que é preciso conhecer a procedência dos produtos suínos e balanceá-los com outras proteínas, de forma a tornar a dieta  rica em nutrientes necessários para uma vida saudável. “Esse é um cuidado importante: saber de onde vem a carne que você coloca dentro da sua casa e qual é o preparo mais indicado. Dessa forma, não há um padrão definido de quantas vezes por semana é apropriado o consumo, mas o equilíbrio com outras proteínas, como peixes e ovos, faz grande diferença no desenvolvimento da criança”, acrescenta.

Introdução alimentar

Recentemente, a Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, também desmentiu outro mito relacionado à carne suína: de que essa opção não seria indicada para o consumo de crianças no período de transição de alimentos líquidos para os sólidos. Segundo o estudo, que analisou 65 bebês e testou dietas à base de carne e laticínios, a proteína suína traz uma série de benefícios nutricionais e no metabolismo de crianças entre seis e 12 meses de idade.

De acordo com a pesquisa, a carne suína fornece micronutrientes importantes, é uma excelente fonte de proteína e pode ser um alimento complementar importante para bebês e crianças pequenas. Cortes como o lombo, por exemplo, possuem pouca gordura e muita proteína, sendo uma ótima opção para incluir nas refeições.

Com Assessorias

 

Gostou desse conteúdo? Compartilhe em suas redes!
Shares:

Related Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *