Quase um terço dos brasileiros é hipertenso, só que a maioria não sabe disso. Sem sintomas e sem acompanhamento médico regular, os pacientes só descobrem a hipertensão quando desenvolvem uma doença mais grave, como mostramos em nossa série especial sobre Hipertensão esta semana.

A doença crônica em que a pressão sanguínea nas artérias se encontra constantemente elevada é uma das principais causas de infarto. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 51% das mortes por derrame e 45% daquelas associadas a problemas cardíacos são decorrentes da hipertensão.

Considerada uma doença silenciosa, ou seja, sem sintomas aparentes, a hipertensão exige atenção redobrada nas formas de prevenção, que incluem acompanhamento médico, prática de atividade física, alimentação saudável, controle do diabetes, não fumar e evitar estresse.

O cardiologista Marcelo Sampaio, membro do comitê científico do LAL, aconselha também a aferição da pressão de forma rotineira, a fim de manter o controle em dia. Porém, é bom ter em mente que essa prática deve ser realizada em momentos específicos, evitando qualquer interferência. “Para a aferição ser mais precisa é importante que a pessoa esteja calma, em um lugar sem barulho”, conclui.

“O tratamento de uma doença crônica vai além da prescrição medicamentosa. O controle desses problemas exige mudanças de hábitos, que representam o nosso maior desafio”, explica Dr. Sampaio. Isso porque, o paciente sente a necessidade de tomar o remédio e, por isso, ele cumpre a orientação na maioria das vezes. Porém, acordar cedo para fazer exercício físico ou mudar a dieta é muito mais complicado porque envolve problemas culturais e história de vida.

Mudar essa cultura também demanda uma mudança de postura dos médicos. “O médico não pode usar um tom processual, de comando. Tem que ser parceiro, tentar entender por que o paciente largou o tratamento, fazê-lo compreender que os dois estão juntos nessa caminhada. O resultado ruim de um, é ruim para o outro. Se você coloca dessa forma, o grau de adesão e de cumplicidade é muito maior”, afirma Dr. Sampaio.

Além disso, o papel da família também é importante. A adaptação ao novo estilo de vida pode ficar mais fácil quando todos que convivem com o paciente se propõem a mudar junto com ele. “Fazer atividade, dieta, largar o cigarro, tudo que é indicado para o paciente crônico beneficia não só ele, mas qualquer um que busque um estilo de vida mais saudável. Uma boa saída é fazer gincanas e desafios em casa. Ser parceiro e ser solidário”, recomenda.

As 5 formas de prevenir o infarto

A cardiologistaPriscila Cestari Quagliato, médica nuclear da Dimen SP, listou 5 formas de prevenir o infarto. Confira:

Procure manter uma alimentação balanceada

Os hábitos alimentares podem prevenir ou provocar um infarto, por isso é importante manter uma dieta balanceada e diversa, que inclua frutas, verduras, legumes e carboidratos, além de proteínas e nutrientes. “Ingerir gorduras saudáveis, chamadas de polinsaturadas, de origem vegetal, também é uma boa dica e ela pode ser encontrada no azeite, no chocolate meio amargo, na castanha-do-pará e também no abacate”, afirma a médica.

Inclua atividade física na rotina

A prática de atividade física contribui para evitar infartos e diversas outras doenças, tais como hipertensão, diabetes e o sobrepeso. “Você pode começar com pequenas caminhadas, passeando com o cachorro, por exemplo”, comenta a cardiologista.

Vá ao médico regularmente e faça exames preventivos

Existem exames cardiológicos permitem a detecção precoce de problemas cardíacos. O teste ergométrico, por exemplo. Mas pacientes hipertensos podem apresentar alterações do eletrocardiograma relacionadas ao aumento crônico da pressão arterial e em alguns casos, até relacionadas a hipertrofia (aumento da musculatura do coração) que resultam nos chamados “falsos positivos”. A Medicina Nuclear conta com dois exames que podem auxiliar de forma precisa a detecção das doenças cardiovasculares.

De acordo com a cardiologista, os exames preventivos de cintilografia de perfusão miocárdica e PET/CT, realizados em pacienteshipertensos, podem prevenir complicações como o infarto. Além disso, a Medicina Nuclear conta com exames como estudo renal dinâmico e cintilografia renal, que avaliam a função dos rins, um dos órgãos lesados pela hipertensão. “Casos graves e não tratados de hipertensãopodem gerar insuficiência renal nos pacientes”, afirma a médica.

Fuja dos maus hábitos

O tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas podem contribuir para os infartos. “As substâncias presentes no cigarro destroem a camada de proteção das veias, chamada de endotélio, e oxidam as artérias, deixando-as suscetíveis ao contato da gordura do organismo, o que ocasiona a formação de depósito de gordura em locais inadequados”, explica a médica nuclear.

Hereditariedade é um fator de risco

hipertensão pode ser causada por maus hábitos, mas há também o fator genético. “Algumas doenças são hereditárias, portanto, o cuidado para quem já tem a condição ou tem casos na família tem de ser redobrado, pois a chance de desenvolver a doença é muito maior”, orienta Priscila.

VEJA A SÉRIE ESPECIAL HIPERTENSÃO:

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Da Redação, com Assessorias

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