A temporada de férias de verão inclui viagens com a família de carro ou de avião. E também os cuidados que precisam ser tomados além da segurança dos automóveis, do preparo das malas e demais providências. Você se preocupa e se previne em relação a imprevistos de saúde? Não é só lembrar do filtro solar adequado à sua pele, para evitar queimaduras e também alergias ou surgimento de acne. É bom lembrar de problemas otorrinolaringológicos muito comuns e que podem tornar uma viagem de lazer em um verdadeiro pesadelo.

Mesmo numa viagem curta, de fim de semana, é importante ter a mão um kit de primeiros socorros , sobretudo se viajar com a família.
“Dependendo da cidade pode haver dificuldade para encontrar os medicamentos que está acostumado a usar. Acho sempre válido levar alguns medicamentos coringas e que já costume usar. Em caso de dúvida sempre procurar orientação médica”, alerta a médica endocrinologista Dra. Juliana Garcia Dias, que tem sua clínica na Barra da Tijuca.
“Recomendo por exemplo, levar analgésico, Antialérgico, Relaxante muscular, Antiinflamatório, Remédios para facilitar digestão, Remédios para enjôo, Antitérmico, Remédio para uma diarréia, Anti-gases, Soro fisiológico”, explica a médica.  Se possível, em caso de alguma ocorrência, Dra Juliana indica que vale a pena entrar em contato com um médico local e solicitar um antibiótico para resolver alguma infecção bacteriana inesperada.
Para viajar de avião
Se a opção for por viajar de avião é preciso saber se você não tem alguma doença crônica que exija maiores cuidados durante o voo, como problemas cardio-circulatórios ou pulmonares, por exemplo. Mas se você é uma pessoa saudável, ou tem somente aquela sua rinite que incomoda de vez em quando, é preciso ficar alerta para pequenos detalhes que podem perturbar. Basicamente, se você está resfriado, com gripe, sinusite ou uma crise de rinite te causando obstrução nasal, isso pode se tornar um grande transtorno durante a viagem.
“O mau funcionamento nasal, com edema das mucosas nasais, pode afetar também o funcionamento das comunicações entre as cavidades nasais e os seios paranasais (seios da face), e também a comunicação da rinofaringe (parte superior da faringe, que fica logo atrás do fim da cavidade nasal) com a orelha média através da tuba auditiva”, afirma o médico otorrinolaringologista Hugo Leite. Ele tira as principais dúvidas a respeito:
Essas comunicações servem para a entrada e saída de ar das cavidades paranasais e das orelhas médias. Se houver falha nessa renovação de ar, em condições diárias poderia apenas haver o aumento da chance de ocorrerem infecções como sinusites e otites médias. Porém, nos aviões, por mais que a cabine seja artificialmente pressurizada conforme ele vai ganhando altitude, há uma variação da pressão atmosférica em relação a pressão ao nível do mar, ou mesmo em relação a lugares com maiores altitudes (alguns locais famosos por gerarem problemas aos atletas, pelo ar rarefeito, e de menor pressão atmosférica).
“Com isso, conforme o avião vai subindo, e a pressão atmosférica diminuindo, o normal seria que houvesse uma saída de ar das orelhas médias e cavidades paranasais, onde a pressão estava maior. E na descida do avião ocorre o inverso. Começa a haver a entrada de ar para que as pressões fiquem sempre iguais nas cavidades nasais e nas paranasais e orelha média. Quando essas passagens de ar não estão funcionando bem, e há qualquer bloqueio, essas pressões não conseguem se igualar e a diferença gera de fato uma sensação de pressão seja na face, na testa, atrás dos olhos, na cabeça como um todo, ou nos ouvidos.
Quando a diferença é muito grande, a sensação de pressão pode se transformar em dor intensa e até insuportável. E o pior é que pode chegar a ocorrer o chamado barotrauma. Que é uma condição gerada por essa diferença de pressão.  Nos ouvidos, pode haver apenas o extravasamento de líquido da mucosa para a orelha média, e algumas vezes pode ocorrer o preenchimento por sangue. Pode também ocorrer a perfuração da membrana timpânica. Tudo vai depender do grau de obstrução das passagens de ar e da diferença das pressões. Em decorrência disso, pode haver sangramentos pelo nariz e pelos condutos auditivos, diminuição da audição e, claro, muita dor.
Outro problema muito comum em aviões, mas esse mais leve, é o ressecamento das mucosas nasais. Nesse caso, ocorre apenas um desconforto mais leve, que apenas em algumas situações pode chegar a causar sangramentos.
Como prevenir? Em algumas situações, o recomendado é não fazer a viagem de avião. Mas e se a viagem está programada há meses, ou anos?! Se for a viagem dos sonhos?! Ainda assim, em algumas situações é melhor cuidar da saúde primeiro e não arriscar. Mas, se não for algo tão grave, o recomendado é consultar seu médico de confiança, para que possa lhe passar orientações específicas de prevenção conforme o seu caso.
Para prevenir as situações mais graves que citamos é importante manter sempre um bom funcionamento nasal, prevenindo ou tratando as congestões. E para manter a mucosa umidificada, o recurso mais fácil sempre é o uso de soro fisiológico. As formas mais específicas de se alcançar esses objetivos vão depender das condições de cada paciente, e devem ser orientadas pelo médico.
E se a viagem for de carro?
Algumas vezes situações semelhantes podem acontecer no carro, quando se pega uma serra com grandes variações de altitudes.
Mas o mais habitual de alterações otorrinolaringológicas podemos dizer que é a cinetose, que acomete muitas crianças, mas também adultos. E o que é isso? Nada mais é do que aquela sensação de enjoo e náusea ao realizar alguns movimentos, como andar de carro, ônibus, navio e até mesmo no caso do avião, que falamos antes.
Algumas pessoas são mais suscetíveis em uma situação ou outra. Por exemplo, há pessoas que não sentem problemas ao andar de carro, mas se sentem mal em navios, ou aviões. Há algumas situações que podem piorar a sensação, como o hábito de ler durante essas viagens. Os sintomas associados também podem incluir perda de equilíbrio, sudorese, dores de cabeça, cansaço e tonteiras. Para tratar e prevenir podem ser feitos alguns exercícios para o sistema vestibular, que possuem resultados de médio e longo prazo.
Mas vou viajar em poucos dias!!! O que fazer?
Para evitar esse problema no curto prazo, o ideal é consultar um otorrino para que ele possa avaliar o seu caso e identificar se seu problema é de fato a cinetose. Se for confirmado, ele poderá lhe passar orientações específicas para evitar e diminuir os sintomas, bem como prescrever medicações que possam diminuir o desconforto ou até mesmo para que ele nem cheguem a ocorrer.
Da Redação, com assessorias
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