Timidez: como encarar esse desafio?

A timidez é uma condição humana que provoca inibição, vergonha, sentimento de isolamento, mesmo ou principalmente, estando entre outras pessoas. Sentir-se tímido com alguma situação é normal, o problema é quando esse comportamento compromete e dificulta as relações.

Muitas vezes a timidez pode ser um comportamento somente inicial em um primeiro contato, depois o indivíduo consegue se soltar, descontrair. É importante aprender a “quebrar o gelo” numa conversa, entrevista de emprego, num encontro amoroso ou mesmo casual.

Existem pessoas que apresentam timidez em quase todos os seus relacionamentos. Mas mesmo essa pessoa vai ter um lado que é o seu ponto forte ou positivo. Pode ser uma habilidade que ela desenvolve com muita eficiência, como por exemplo um profissional muito dedicado e competente que causa admiração e respeito entre os colegas de trabalho. Essas características podem deixá-lo mais seguro, autoconfiante. A pessoa fica com menos timidez e se sente pertencente ao grupo de trabalho com mais facilidade.

A timidez, pode surgir na infância, nas primeiras relações do indivíduo, mas com as experiências vividas, ela pode acentuar-se ou não. A adolescência, por exemplo, é um período de muitos conflitos, indecisões e mudanças. É quando o jovem começa a ter as primeiras relações afetivas e sexuais. Nessa fase da vida é esperado um maior contato humano, então, nesse período, é possível que a timidez apareça com maior frequência. A pessoa pode ser tímida na infância e não na fase adulta. E o inverso também pode ocorrer. Não existe uma regra.

A timidez torna-se preocupante quando começa a limitar a vida do indivíduo, a pessoa passa a se isolar e evitar relacionamentos, não sentindo prazer no convívio social, na relação com o outro. Os seres humanos precisam uns dos outros, pois somos seres singulares e sociais. Sabe-se que as pessoas com maior capacidade de se relacionar apresentam mais inteligência emocional e também mais saúde mental.

Quando a timidez pode ser uma doença

Timidez não é doença. Mas é importante que se faça a distinção entre timidez e fobia social. A timidez é um comportamento natural que pode atingir várias escalas, mas a fobia social é um transtorno de ansiedade, que transtorna a vida da pessoa, porque é incapacitante. A pessoa tem um sofrimento emocional todas as vezes que está diante do outro, chegando a sentir medo, apreensão, sensação de perigo, ameaça, insegurança, desconfiança e outros.

Nesses casos, estar na presença do outro ser humano causa um estado de tensão, e isso provoca um sofrimento enorme! Junto com todo este desconforto há sensações reais no corpo, tais como sudorese, mãos e pés gelados, taquicardia, boca seca, tremor, falta de ar, e o cérebro libera o cortisol, o hormônio do estresse. Diante de tanto sofrimento a pessoa não tem dúvida nenhuma que os outros são uma ameaça e que está realmente em situação de perigo. E, na maioria das vezes, a pessoa evita o outro para não sofrer tudo isso de novo. Viver torna-se sofrido! 

O que um tímido pode fazer para melhorar sua vida?

Como o tímido tem restrições nas relações interpessoais, recomenda-se que amplie suas possiblidades de relacionamentos, quanto mais ele se isola, mais a timidez aumenta. Procurar fazer atividades em grupo como: participar de atividades sociais, na escola, na faculdade, no bairro ou condomínio, fazer aulas de teatro, praticar esportes coletivos e dançar. A dança é ótima! Tem o contato humano e relação com o grupo, além disso é uma atividade física, o cérebro produz substâncias de prazer. 

Quando a pessoa não consegue desenvolver suas habilidades e a timidez está afetando a sua vida, principalmente no trabalho, na escola ou faculdade, é importante buscar um tratamento com psicólogo para ajudar nas questões de origem emocional, que podem estar causando a timidez.

A grande mudança começa quando a pessoa tem o verdadeiro desejo de sair da condição de ser tímido. O desejo mobiliza dentro da pessoa uma capacidade transformadora de parar de sofrer pela timidez e descobrir que se relacionar pode ser uma atividade prazerosa. A troca de afeto pode nos ajudar bastante em muitas situações de nossa vida, principalmente em momentos difíceis. 

Outra ajuda para diminuir a timidez é fazer amigos, as amizades geram trocas de sentimentos e emoções nobres, nessas amizades existem admiração, respeito, acolhimento, solidariedade, generosidade, carinho, cuidados, compreensão. Enfim, uma gama de sentimentos altruístas e isso eleva o nosso sentimento humanitário e coletivo.

O sentimento de pertencimento é muito importante na construção da nossa personalidade. É da natureza humana se sentir pertencente a grupos como a família, ter vínculos sociais e afetivos nos deixa mais seguros e autoconfiantes. Precisamos sair da zona de conforto! Vamos nos desafiar e ousar fazer novas relações para que possamos vencer a timidez. 

Desejo que você construa relações virtuosas e saudáveis!

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