Das 74 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) previstas pelo Plano Estadual de Saúde para atenderem o município do Rio de Janeiro no período de 2016 a 2019, apenas 46 estão operando. A informação foi apresentada durante audiência pública realizada nesta quinta-feira (4) pela Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que discutiu a situação precária do serviço.

Desde 2008, o Samu é responsabilidade do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). Além do déficit de viaturas, a falta de profissionais  dificulta o atendimento. Apenas 51% dos enfermeiros e 35% dos médicos bombeiros atuam em ambulâncias no estado. “Muitos oficiais acabam desenvolvendo patologias que os impedem de atuar na atividade-fim. Por conta disso, eles são deslocados para funções administrativas, em vez de prestar o atendimento pré-hospitalar”, explicou o diretor-geral de Saúde da corporação, Coronel Roberto Miúra.

Saúde dos bombeiros 

Segundo levantamento realizado pelo próprio CBMERJ, a idade média de óbito dos bombeiros militares é de 58 anos. O estresse e a sobrecarga de trabalho são as principais causas do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, as que mais matam os oficiais. No entanto, outro problema muitas vezes é ignorado: a saúde mental desses trabalhadores.

Mestre em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a enfermeira Marisa Augusta analisou as condições de trabalho dos bombeiros militares no Rio de Janeiro em sua dissertação de mestrado. Segundo ela, a questão psicológica é uma das queixas frequentes apresentadas pelos oficiais. “Estes profissionais trabalham muitas vezes em comunidades, sofrem ameaças por serem militares, e às vezes precisam atuar de forma improvisada pela falta de equipamentos. Isso gera um enorme sofrimento mental”, relata.

O presidente da Comissão de Trabalho, deputado Paulo Ramos (PDT), afirmou que irá encaminhar aos candidatos ao governo do Estado as propostas levantadas pela categoria, que incluem a criação da gratificação por dupla função aos oficiais que atuam no Samu. “A precarização do trabalho dos bombeiros afeta diretamente tanto a saúde deles quanto dos próprios pacientes atendidos pelas ambulância. Esta situação precisa ser avaliada pelo próximo governo”, declarou.

Fonte: Alerj

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