O estado também confirmou 15 casos de intoxicação pela substância – outros 181 estão em investigação. A capital paulista é a cidade com mais casos confirmados: 16, seguida de Osasco (1), São Bernardo do Campo (1), Itapecerica da Serra (1) e Guarulhos (1).
Na segunda-feira (6), existiam 17 confirmações de contaminação por metanol e 217 notificações. Esse número subiu para 259 suspeitas, sendo que, nesse momento, há 235 em investigação. Outras 145 suspeitas foram descartadas. Entre os casos confirmados, são 20 pessoas em São Paulo, três no Paraná e uma no Rio Grande do Sul. Ainda há avaliação de casos em 11 estados:
- Pernambuco (24),
- Paraná (5),
- Rio de Janeiro (5),
- Rio Grande do Sul (4),
- Mato Grosso do Sul (4),
- Piauí (4),
- Espírito Santo (3),
- Goiás (2),
- Acre (1),
- Paraíba (1) e
- Rondônia (1).
Juiz autoriza destruição de 100 mil garrafas de bebida apreendidas
A Justiça de São Paulo autorizou nesta quarta-feira (8) o governo paulista a destruir 100 mil vasilhames apreendidos pelas forças de segurança no inquérito que investiga a adulteração de bebidas no estado. O pedido havia sido feito pela Polícia Civil, e a destruição foi autorizada pelo juiz Lucas Bannwart Pereira, do Fórum Criminal Barra Funda do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Os recipientes haviam sido encontrados pela polícia em uma suposta empresa de materiais recicláveis que comercializava garrafas de diferentes bebidas destiladas sem controle sanitário e sem procedimentos de higienização. Na decisão, o juiz considerou que essas mercadorias apreendidas representam um “potencial e concreto risco a um sem número de pessoas que podem ser expostas a eventuais substâncias presentes nestes vasilhames”. Segundo o governo de São Paulo, a destruição dos recipientes que foram apreendidos é importante para garantir segurança e proteção da população após a confirmação de casos de contaminação por metanol em bebidas.
Nesta quarta-feira (8), as autoridades sanitárias interditaram um estabelecimento na capital paulista, localizado na zona Leste da cidade, por apresentar condições sanitárias inadequadas, e alimentos vencidos. Foram apreendidas seis garrafas de bebidas alcoólicas. Segundo o governo do estado, ao todo, 12 estabelecimentos já foram interditados e 23 locais fiscalizados pelas equipes da Vigilância Sanitária Estadual, em parceria com as vigilâncias municipais, o Procon e a Polícia Civil. A Secretaria da Fazenda e Planejamento suspendeu preventivamente a inscrição estadual de seis distribuidoras e dois bares, totalizando oito estabelecimentos.
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20 suspeitos presos por falsificação de bebidas em SP
O Governo do Estado de São Paulo atualizou os números das operações, que levaram à interdição cautelar de 11 comércios de bebidas, bares, adegas e distribuidoras e à prisão de 20 suspeitos em uma semana. Segundo o governo paulista, entre os presos e denunciados está o principal fornecedor de insumos para falsificação de bebidas do estado.
A Polícia Técnico-Científica de São Paulo confirmou a presença de metanol em bebidas de duas distribuidoras do Estado. Outras 17 fiscalizações da Vigilância Sanitária, Procon-SP e Polícia Civil foram realizadas em bares, adegas e distribuidoras na semana passada.
Os estabelecimentos foram interditados cautelarmente devido à constatação de bebidas sem comprovação de origem, para a averiguação da procedência dos produtos. Além disso, outros oito estabelecimentos tiveram inscrições estaduais suspensas cautelarmente, sendo seis seis distribuidoras e dois bares. No ano, já foram presas 41 pessoas acusadas de adulteração de bebidas.
Estabelecimentos interditados e prisões
- 11 estabelecimentos interditados cautelarmente pelas Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal.
- Capital: Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins e Mooca, M’Boi Mirim, Cidade Dutra.
- Grande SP: Osasco (2), São Bernardo do Campo (1) e Barueri (1).
MPSP denuncia 20 pessoas por falsificação de bebidas no estado
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou 11 homens e nove mulheres por envolvimento com a falsificação de bebidas no estado. O grupo foi preso em flagrante, no dia 23 de setembro, por participação em esquema de adulteração de bebidas alcoólicas. Não há comprovação de uso do metanol.
A ação ocorreu três dias antes do alerta emitido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre os primeiros nove casos de contaminação por metanol no estado de São Paulo. Segundo a Polícia Civil de Santo André, que conduziu a operação, a investigação era sobre crimes de receptação de bebidas alcoólicas que seriam distribuídas na cidade.
Foram encontrados materiais usados na adulteração, como garrafas, rótulos, tampas e equipamentos de produção e armazenamento. No local, o grupo foi flagrado manipulando os produtos. O promotor Felipe Ribeiro Santa Fé informou que havia “clara divisão de tarefas, demonstrando a estabilidade e permanência da associação criminosa; e revelando a gravidade concreta das condutas e o risco de reiteração delitiva”.
PF apura se metanol abandonado é usado para adulterar bebidas
A Polícia Federal investiga se metanol abandonado por criminosos após operação policial contra infiltração do crime organizado no setor de combustíveis tem sido usado para adulterar bebidas alcoólicas, informou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, nesta terça-feira (7) em entrevista à imprensa.
Muitos caminhões e muitos tanques de metanol foram abandonados depois desta operação. E esta é uma hipótese que está sendo estudada, trilhada e acalentada pela Polícia Federal”, afirmou o ministro.
O ministro disse que a investigação passa em descobrir a origem do metanol – de combustível fóssil ou produtos agrícolas, por exemplo. “Se esta é origem do metanol que está adulterando as bebidas, a atuação repressiva será numa direção. Se esse metanol tiver origem a partir de produtos agrícolas, a repressão terá outros alvos”, acrescentou.
Lewandowski não descartou investigação sobre a hipótese de ligação do crime organizado com as falsificações de bebidas alcóolicas, que têm levado a casos de intoxicação por metanol em diversas partes do país. Na semana passada, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, negou que as contaminações por metanol em bebidas alcoólicas tenha relação com o crime organizado. O estado registra o maior número de casos e mortes.
O ministro disse ainda que o governo pretende aumentar o controle para sites que vendem rótulos, lacres, tampas e garrafas que servem para falsificação. Segundo ele, a ação deve ser feita pela Secretaria Nacional do Consumidor, Ministério da Agricultura e Receita Federal.
Comitê de enfrentamento
O ministro Ricardo Lewandowski anunciou a criação de comitê, em parceria com a sociedade civil, para enfrentar os problemas das bebidas contaminadas por metanol. A ideia é planejar tanto ações repressivas, contra aqueles que atuaram na adulteração das bebidas, quanto protetivas para o setor de bebidas.
O anúncio ocorreu após reunião com representantes do setor de bebidas. De acordo com o ministro, o comitê será informal para troca de informações sobre boas práticas e anúncios das providências tomadas, tanto pelo setor público quanto pelo privado, visando a uma solução rápida para problema.
Da Agência Brasil e GovSP