De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente em todo o mundo. Segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), são registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo. As ocorrências crescem principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos registrados pela ABP são relacionados a transtornos mentais como depressão, bipolaridade e abuso de substâncias.
Os transtornos podem surgir por conta de diversos fatores sociais, genéticos, ambientais e psicológicos. Questões relacionadas a personalidade e biologia podem tornar algumas pessoas mais suscetíveis aos desequilíbrios emocionais. Uma pesquisa da OMS afirma que metade dos problemas mentais começa aos 14 anos, mas a maioria deles não é detectada nem tratada. A depressão costuma ser uma das principais causas de doenças e até incapacidades dos jovens.
Em 2021, após mais de um ano de pandemia, o tema ganhou ainda mais relevância, já que o isolamento social trouxe um aumento nos transtornos mentais e comportamentais. Pesquisa da Fiocruz, por exemplo, afirma que 40% dos brasileiros sentiram estresse, desânimo, tristeza, dificuldade de concentração e cansaço excessivo durante a pandemia.
A sobrecarga de atividades em função do home office e dos estudos online despertou um alerta para a necessidade de se discutir e entender o chamado “Burnout”, ou Síndrome do Esgotamento Profissional, um distúrbio que costuma afetar pessoas em situações de extremo desgaste físico e psicológico decorrentes de uma rotina muito intensa.
Apesar de geralmente estar associado a profissionais mais velhos, é comum que jovens também manifestem sintomas de Burnout. Para Mayra Temperine, psicóloga do Serviço de Acolhimento Psicológico (SAP) do Curso Anglo, é importante que haja uma conversa sobre o assunto principalmente com estudantes no período pré-vestibular.
“Nesse momento pode haver um excesso de autocobrança nos estudos. Com receio de não serem aprovados, alguns vestibulandos negligenciam sintomas de cansaço, indisposição ou até mesmo de ansiedade e depressão, acreditando que isso faz parte do processo. Com isso, podem ser ignorados sinais de alerta importantes, que requerem cuidados específicos”, explica.
A psicóloga afirma também que, com o isolamento social, muitos estudantes passaram a se cobrar mais por produtividade e rendimento, o que pode levar a uma sobrecarga emocional e física. Por isso, o jovem deve sempre reconhecer e respeitar seus limites, buscando mais informações e ajuda profissional caso seja necessário.
O Curso Anglo irá realizar duas lives gratuitas e abertas ao público sobre Síndrome de Burnout. A primeira acontece no dia 20, às 17 horas, e irá abordar o tema sob a perspectiva da psiquiatria com a participação de Thais Muriel Marin. A segunda live será no dia 27, no mesmo horário, com a especialista Bruna Graciano para falar sobre a síndrome na perspectiva da Educação Física. As inscrições para as lives já estão abertas e podem ser realizadas neste link.