Segundo o Ministério da Saúde, o índice de suicídios cresceu entre 2011 e 2015 no Brasil. De acordo com o estudo, essa é a quarta maior causa de mortes entre jovens de 15 e 29 anos. Em 2011, foram 10.490 mortes: 5,3 a cada 100 mil habitantes. Já em 2015, o número chegou a 11.736: 5,7 a cada 100 mil, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
Mario Louzã, médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha, e membro filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, afirma que há diversas maneiras de prever e impedir o ato suicida. Os dois principais sinais de alerta são:
Tentativa prévia
“É o fator preditivo isolado mais importante. Pacientes que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar suicídio novamente. Estima-se que 50% daqueles que se suicidaram já haviam tentado previamente”, ressalta Louzã.
Doença mental
- Segundo ele, quase todos os suicidas tinham uma doença mental, muitas vezes, não diagnosticada ou não tratada de forma adequada. “Os transtornos psiquiátricos mais comuns incluem depressão; transtorno bipolar; alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas; alguns transtornos de personalidade e esquizofrenia. Pacientes com múltiplas comorbidades psiquiátricas têm um risco aumentado, ou seja, quanto mais diagnósticos, maior o risco”, explica.
Outros fatores de risco
Outros fatores de risco também devem ser considerados, como o sentimento de desesperança, desamparo e desespero; doenças clínicas graves, como câncer, HIV ou doenças degenerativas; maus tratos na infância, como abuso físico e sexual; dentre outros.
Como identificar
“Muitas pessoas com intenção suicida expressam, de modo sutil, o desejo de morrer; falam de sua falta de esperança, do sentimento de culpa e de a vida não valer mais a pena. Amigos, familiares, pessoas que tenham contato com alguém demonstrando tristeza profunda e com um discurso pessimista precisam levar em consideração o risco de suicídio. Poderão, assim, conversar e levar o indivíduo para receber ajuda especializada”, destaca o especialista.
Onde obter ajuda
Ele lembra que os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Hospitais de Urgência e Emergência (geral e/ou psiquiátrico), os Serviços Especializados e outros são de fundamental importância para os indivíduos que estão em situação de crise. “Portanto, ao menor sinal de alterações no comportamento compatíveis às características citadas acima, é imprescindível buscar ajuda médica, de preferência, o mais rápido possível”, afirma Louzã.
Campanha Setembro Amarelo
Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, que tem como intuito alertar a população sobre a realidade do suicídio e as formas de prevenção. De acordo com a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), este trabalho surgiu para disseminar informações que podem auxiliar a sociedade a desmitificar o tabu em torno do assunto e ajudar médicos a identificar seus fatores de risco, tratar e instruir seus pacientes.
Iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP, o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2014, em Brasília. Em 2015, a campanha conseguiu uma maior exposição com ações em todas as regiões do País. No exterior, o IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio – também incentiva a divulgação do evento.
Spotify lança play list especial
A música está presente em todos os momentos de nossas vidas. É um “produto” democrático, feito para qualquer pessoa. E é por isso que o Spotify, maior serviço global de streaming de música, dá total apoio ao Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio.
As 40 músicas presentes na Playlist 188 foram selecionadas pelos curadores do Spotify e podem ajudar na luta contra depressão. Porém, não deixe de conversar. Falar é a melhor forma de lidar. Ligue 188 e converse com um dos voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) ou acesse cvv.org.br para saber mais.
Da Redação, com Assessorias
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