Ir à praia é um dos grandes prazeres do verão, mas, junto com o sol, areia e mar, é preciso ter cuidado redobrado com a segurança alimentar. O calor intenso acelera a proliferação de bactérias em alimentos, aumentando o risco de intoxicação alimentar, o que pode transformar momentos de lazer em preocupação. No verão, as praias se tornam destinos preferidos para aproveitar o calor e relaxar, mas a escolha dos alimentos consumidos nesses locais exige atenção redobrada.

surto de virose que atinge o litoral paulista tem gerado preocupação, especialmente entre turistas que visitam a região durante a temporada de verão. O número de pessoas que foram atingidas pelo surto de virose no litoral de São Paulo chamou a atenção nos primeiros dias de 2025. Embora aparentemente esse problema tenha ocorrido devido a uma questão sanitária, existem as chamadas “viroses de verão”.

O calor intenso, o consumo de alimentos mal armazenados e o contato com água contaminada são fatores que contribuem para a disseminação da doença. caracterizadas pelos sintomas gastrointestinais, que incluem febre, vômitos, diarreia e mal-estar, levando muitas pessoas a buscarem atendimento médico.

No caso dos idosos, o médico geriatra Marco Túlio Cintra, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), alerta que essas viroses são mais perigosas, pois pode provocar desidratação, risco de piora da função renal e internações.

Um idoso mais debilitado pode ter uma evolução pior. Então, quem está enfrentando um momento como esse, a primeira medida é consumir água de fonte confiável, seja comprando água mineral ou fervendo, como se fazia antigamente. Além disso, também é preciso se atentar com a alimentação, o local onde estão sendo adquiridos os alimentos e como está sendo realizado o preparo. Para isso, manter as mãos limpas e higienizadas para lidar com os alimentos é fundamental”, afirma.

Cuidados ao consumir alimentos na praia

A nutricionista Cintya Bassi e a infectologista Michelle Zicker, ambas do São Cristóvão Saúde, alertam sobre os principais cuidados e como prevenir riscos à saúde.
De acordo com Cintya Bassi, é fundamental observar aspectos como a higiene do ambiente e dos manipuladores de alimentos. “Se a barraca ou o vendedor apresentar condições de higiene duvidosas, é melhor evitar”, alerta coordenadora de nutrição e dietética da São Cristóvão Saúde.
Além disso, prestar atenção à aparência, cheiro e textura dos alimentos é essencial. Mesmo que pareçam frescos, estes podem abrigar bactérias sem sinais visíveis de deterioração. Itens perecíveis, como frutos do mar, carnes mal-passadas, embutidos, ovos crus e sucos não pasteurizados, apresentam maior probabilidade de contaminação.
Dra. Michelle Zicker complementa que esses alimentos têm alto teor de água e uma curta duração sob baixa refrigeração, fatores que agravam os riscos em temperaturas elevadas. “A contaminação por bactérias como Salmonella e E. coli ou vírus como o norovírus pode causar intoxicações alimentares, que frequentemente se manifestam como diarreia, náuseas e vômitos. Em casos graves, a desidratação exige atendimento médico imediato”, explica a infectologista.

Sinais de alerta

A aparência do alimento é o primeiro indicativo de problemas. Cor alterada, pontos de bolor, textura pegajosa e odores ácidos são sinais claros de que o item não está em boas condições para consumo. No entanto, mesmo alimentos aparentemente normais podem estar contaminados, por isso a atenção deve ser redobrada.
Para quem busca segurança alimentar na praia, Cintya recomenda opções como milho cozido, queijo coalho e açaí. Se possível, preparar lanches em casa e armazená-los adequadamente é ainda mais indicado. Frutas ricas em água, como melancia e melão, oleaginosas e água de coco são escolhas saudáveis que ajudam a manter a hidratação.
Famílias com crianças, idosos ou pessoas com restrições alimentares devem levar alimentos de casa, minimizando os riscos. “Um lanche preparado previamente é a forma mais segura de garantir que as necessidades alimentares sejam atendidas sem expor a saúde”, sugere Cintya.
Dra. Michelle reforça a importância de higienizar as mãos antes de qualquer refeição e consumir apenas água potável ou engarrafada, com lacre intacto. Evitar alimentos crus ou mal-cozidos e verificar a procedência dos produtos também são atitudes indispensáveis.
Sintomas como febre, vômitos persistentes, dores abdominais e diarreia podem indicar intoxicação alimentar. Se houver sinais de desidratação, como boca seca e ausência de urina por longos períodos, é necessário buscar atendimento médico imediato”, destaca a infectologista.
Aproveitando o verão, a diversão não precisa ser interrompida por problemas alimentares. Escolher alimentos com critérios e adotar hábitos de higiene podem fazer toda a diferença para um dia tranquilo e seguro na praia”, finaliza Cintya Bassi.

Seis dicas para aproveitar a praia de forma segura e saudável

A endocrinologista e metabologista Thais Mussi, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), compartilha seis dicas essenciais para aproveitar a praia de forma segura e saudável:

1. Mantenha a temperatura adequada
Alimentos perecíveis, como carnes, laticínios e saladas, devem ser mantidos bem refrigerados até o momento do consumo. Utilize caixas térmicas com gelo ou bolsas térmicas para garantir que a temperatura permaneça segura.

2. Utilize recipientes herméticos
Armazene os alimentos em recipientes com tampas bem ajustadas ou sacos para congelar selados. Isso ajuda a manter a temperatura e evita contaminação cruzada, protegendo os alimentos do contato com a areia ou insetos.

3. Lave as mãos adequadamente
Leve sabonete líquido e água limpa ou opte por lenços umedecidos para higienizar as mãos antes de preparar ou consumir alimentos. A lavagem adequada das mãos é essencial para evitar a contaminação.

4. Embale os utensílios corretamente
Se for preparar alimentos na praia, mantenha os utensílios que entram em contato com carne crua separados daqueles que serão usados para alimentos prontos para consumo. A contaminação cruzada é uma das principais causas de intoxicação alimentar.

5. Evite alimentos suscetíveis a estragar
Molhos lácteos, ovos crus ou pratos com maionese são mais suscetíveis ao calor e devem ser evitados, a menos que você possa garantir sua conservação em temperaturas adequadas.

6. Hidrate-se e consuma álcool com moderação
Bebidas alcoólicas podem aumentar o risco de desidratação em dias quentes. Intercale o consumo de álcool com água para manter o corpo hidratado e evitar complicações.

Mesmo com todos os cuidados, fique atento aos sinais de intoxicação alimentar, como náuseas, vômitos, diarreia, febre ou dores abdominais. “Se algum desses sintomas surgir, procure atendimento médico imediatamente”, alerta a Dra. Thais.

Adotar essas práticas simples pode garantir que o seu dia na praia seja seguro, saudável e livre de preocupações. A prevenção é a melhor forma de aproveitar o verão com tranquilidade!

Com Assessorias

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