Subiu para 77 o número de casos de febre amarela em 17 municípios do Estado do Rio de Janeiro somente este ano. Ao todo, 34 pessoas já morreram após contrair a forma silvestre da doença, causada por mosquitos que habitam regiões rurais de mata. O índice de letalidade agora fica em torno de 40% – de cada 10 vítimas, quatro morrem. É o que mostra novo boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), divulgado na noite desta terça-feira (20). Diante dos números, a SES anunciou na segunda-feira (19) a realização de um novo Dia D de vacinação contra a doença. No dia 3 de março, um sábado, a mobilização acontecerá nos 92 municípios fluminenses.
Até as vésperas do Carnaval, estavam confirmados 55 casos de febre amarela em humanos no Estado do Rio, com 25 mortes. Em 10 dias em que não era divulgado um novo boletim, o salto foi para 74 casos e 33 mortes (dia 19). Em todo o ano de 2017, foram registrados 27 casos e 9 óbitos, segundo a SES. Pelas novas estatísticas, dobrou também o número de cidades atingidas por epizootias (epidemias entre macacos): agora 10 registram mortes de primatas por causa da doença. São elas: Niterói, Angra dos Reis (Ilha Grande), Barra Mansa, Valença, Miguel Pereira, Volta Redonda, Duas Barras, Paraty, Araruama e Engenheiro Paulo de Frontin.
As cidades mais atingidas até o momento estão nas regiões Sul Fluminense, Costa Verde e Serrana, onde há grande concentração de mata (veja abaixo). Valença registra o maior número de casos (17, com 6 óbitos), seguida axgora por Angra dos Reis (12 casos e 7 óbitos), Teresópolis (11 casos e 6 óbitos), Nova Friburgo (7 casos, com 3 óbitos), Sumidouro (6 casos e 2 óbitos) e Cantagalo (5 casos e 3 óbitos). Na quarta-feira, a SES informou que apenas depois do Carnaval iria emitir novo boletim epidemiológico, mas nesta quinta, divulgou novo quadro, com mais cinco casos, sendo duas mortes.
Em todo o Brasil, foram confirmados 464 casos e 154 óbitos no período de 1º julho de 2017 a 16 de fevereiro deste ano. Ao todo, foram notificados 1.626 casos suspeitos, sendo que 684 foram descartados e 478 permanecem em investigação. No Estado do Rio, segundo o Ministério da Saúde, foram 54 casos confirmados, com 27 mortes. No mesmo período anterior (de julho de 2016 até 16 fevereiro de 2017), em todo o país, foram 532 casos confirmados e 166 óbitos confirmados. De acordo com o Ministério, os informes de febre amarela seguem, desde o ano passado, a sazonalidade da doença, que acontece, em sua maioria, no verão. Dessa forma, o período para a análise considera de 1º de julho a 30 de junho de cada ano.
Dia D de Vacinação: meta é vacinar 5 milhões
Casos de febre amarela silvestre em humanos no RJ (de 1 de janeiro a 20 de fevereiro de 2018)
– 12 casos – Angra dos Reis, sendo sete óbitos
– 11 casos – Teresópolis, sendo seis óbitos
– 7 casos – Nova Friburgo, sendo três óbitos
– 6 casos – Sumidouro, sendo dois óbitos
– 5 casos – Cantagalo, sendo três óbitos
– 3 casos – Rio das Flores, sendo dois óbitos
– 2 casos – Carmo, sendo um óbito
– 2 caso – Maricá, sendo um óbito
– 1 caso – Miguel Pereira, sendo um óbito
– 1 caso – Paraíba do Sul, sendo um óbito
– 1 caso – Engenheiro Paulo de Frontin, sendo um óbito
– 5 casos – Duas Barras
– 1 caso – Vassouras
– 1 caso – Paty do Alferes
– 1 caso – Petrópolis
– 1 caso- Mangaratiba
Número de localidades com casos confirmados de febre amarela em macacos: