Um conjunto de fatores contribui para o maior aumento do número de jovens, crianças e até bebês que estão sendo internados ou até morrendo por Covid. “Isso vem de umas sequência de fatores, uma bola de neve que começou coma s festas de fim de ano, veraneio, carnaval e agora Semana Santa”, explica Marise Reis, infectologista e pesquisadora da UFRN, em entrevista à Globonews.

Segundo ela, casos em jovens sempre foram predominantes, sobretudo na faixa economicamente ativa. “Mas o grupo que interna sempre foi maior entre idosos. Agora, distribuição mais equitativa – idosos e mas jovens, 40 ou 50 anos, chegando a UTI sem doenças de base e morrendo”, alertou. E isso ocorre porque o público de jovens está se expondo mais porque está cansado de seguir regras sanitárias.

“Além disso, as variantes estão relacionadas a maior transmissibilidade e, provavelmente, maior mortalidade”, ressalta. A médica infectologista reforçou que, mesmo se tiver que sair de casa, é preciso fazer uso da máscara adequada, sem folgas, sem elástico solto, que não esteja velha. “É preciso trocar as máscaras antigas. Não tire a máscara para nada, saia de perto das pessoas e tome café ou água longe, a não ser aquelas do seu núcleo familiar”, recomendou.

Para o Doutor em Microbiologia Átila Iamarino, os casos de maior gravidade estão aumentando entre os jovens porque eles saem mais e, portanto, se expõem mais ao vírus. Esse fator é também decorrente da variante em circulação, que pode causar carga viral maior e gerar complicações maiores também entres os jovens. “O Brasil está muito atrasado na vacinação porque não tem doses suficientes e a população jovem é mais numerosa”, comentou na Globonews.

Causa das variantes é uma pandemia descontrolada

A microbiologista Natália Pasternack também destaca que nos hospitais e UTIs lotadas com variantes circulando, jovens podem ser acometidos de forma mais grave. “No Brasil, a vacinação priorizou os idosos e pessoas com comorbidades, mas a doença também é grave entre os mais jovens. Existem os fatores epidemiológicos de comportamento porque jovens se expõem e se arriscam mais”, afirmou ela à CNN.

Ela também falou sobre novos fatores que influenciam, a partir das variantes novas circulando. Essas variantes são decorrentes de mutações no vírus quando se replica. “Quanto mais o vírus circula, mais se replica e sofre mutações. Variante não é causa, mas consequência e agrava porque é mais contagiosa. É o desdobramento de uma pandemia descontrolada, o que era ruim, fica pior ainda”, disse.+

Segundo ela, lidar agora com uma variante mais infecciosa, se tornando prevalente, é fruto da incompetência do governo em conter a pandemia. “Isso torna nosso trabalho mais difícil. O momento é de redobrar a atenção e não relaxar as medidas. Depende também da consciência de cidadão de cada um, que pode colaborar ficando em casa, cobrando de amigos, vizinhos e familiares que também cumpram as medidas restritivas. “A P-1 é mais preocupante, o momento de se preocupar mais”, ressalta.

Testes de vacinas entre crianças e adolescentes

  • Ensaios com imunização de crianças e adolescentes podem ajudar a reduzir a circulação do vírus e o surgimento de novas variantes. Nos EUA, Pfizer e Biotech divulgaram 100% de eficácia nos estudos de vacinas com idades de 12 a 15 anos. Os laboratórios também iniciaram testes em crianças menores de 12 anos.
  • A Sinovac (fabricante da Coronavac) também anunciou pesquisas com adolescentes entre 13 a 16 anos, enquanto a Moderna já começou as fases 2 e 3 entre crianças de 6 meses a 2 anos nos EUA e Canadá. A Astrazeneca também faz pesquisas com crianças de 6 a 10 anos.
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