Poluição deixa marcas visíveis na cidade e no corpo da população
Estamos falando do ar que se respira, da água que se bebe. A crise não é só hospitalar — ela está no pulmão das pessoas, no aumento de casos de câncer, de doenças cardíacas e respiratórias. É uma epidemia invisível, mas que mata aos poucos.”
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito, proposta por ele em 2023 e até hoje engavetada, ganha agora fôlego com a situação de calamidade reconhecida pela Alerj. O deputado ressalta que, além da morosidade na criação da CPI da CSN, emendas de R$ 900 mil destinadas pelo deputado ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para instalar estações de monitoramento da qualidade do ar e da água não saíram do papel. Diante disso, Jari propõe transferir a responsabilidade ao Ibama.
Entenda a situação
Explosão de casos de dengue tipo 3, câncer e cardiopatias
O decreto ainda destaca a sobrecarga das Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (UNACONs) e a escassez de vagas para procedimentos de alta complexidade em Cardiologia, o que tem gerado longas filas de espera para tratamentos essenciais, como o câncer de mama e radioterapia.
Além disso, o decreto ressalta que, apesar de Volta Redonda ser um polo regional de tratamento para neoplasias malignas, a responsabilidade pela regulação de acesso a esses serviços não é do município, que apenas realiza a contratualização dos serviços de oncologia e cardiologia de alta complexidade. O tempo médio de espera para cirurgias oncológicas chega a seis meses, enquanto para radioterapia, o tempo de espera é de quatro meses.
Outro ponto mencionado no documento é o aumento da judicialização dos procedimentos médicos, com a inclusão de novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS), o que tem impactado diretamente a gestão financeira da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
O decreto emitido por Neto aponta também longas filas de espera no atendimento de saúde, além de outros problemas estruturais. O envelhecimento populacional, o aumento de doenças crônicas e o impacto pós-pandemia também são destacados no decreto como agravantes dessa realidade.
O prefeito incluiu ainda outras medidas no decreto para enfrentar os problemas da área da Saúde. Uma delas refere-se à vistorias em imóveis públicos e privados, com autorização para entrada forçada em locais abandonados, com o objetivo de eliminar focos do mosquito da dengue. Também serão intensificadas as ações de controle vetorial, além do rastreamento precoce das neoplasias malignas e cardiopatias.
Agravantes que levam ao colapso na saúde
Segundo o prefeito, o município enfrenta um colapso nos serviços públicos de saúde, com agravantes como:
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Aumento alarmante de casos de neoplasias malignas (câncer);
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Altos índices de cardiopatias;
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Risco iminente de epidemia da dengue tipo 3, que tem se espalhado por diversas regiões do estado;
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Filas de espera crescentes para exames, consultas e cirurgias, além de falta de insumos e estrutura hospitalar comprometida.
Fatores que contribuem para a crise
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Déficit financeiro – A prefeitura alega um déficit de R$ 32 milhões no setor de média e alta complexidade, o que compromete o funcionamento dos serviços de saúde.
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Problemas de gestão – A crise financeira e a falta de investimentos adequados são apontadas como causas para a deterioração da saúde pública.
Poluição:
O “pó preto” emitido pela CSN é um problema ambiental que afeta a saúde da população, aumentando casos de doenças respiratórias e outras condições.
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Crise nacional:
A crise econômica no Brasil e no estado do Rio de Janeiro também impacta a arrecadação municipal e a capacidade de investimento na saúde.
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Crise hídrica:
A falta de água e a má qualidade da água potável em algumas áreas também podem contribuir para o aumento de doenças.
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Crise no abastecimento de medicamentos:
A falta de dipirona e outros medicamentos impacta o atendimento médico.
Consequências:
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Prejuízo à população:
A crise na saúde afeta a qualidade do atendimento e a disponibilidade de serviços para a população, especialmente para aqueles que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS).
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Risco de epidemias:
A falta de estrutura e recursos pode levar ao aumento de doenças e epidemias.
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Impacto na qualidade de vida:A poluição e a falta de acesso à saúde afetam a qualidade de vida dos moradores de Volta Redonda.
Medidas emergenciais
O pedido à Alerj foi feito pelo prefeito Neto, por meio do ofício 358/25, enviado à Mesa Diretora da Alerj. A CCJ, em reunião realizada na quarta-feira (25), aprovou a declaração e elaborou a proposta a ser apreciada em plenário.
O estado de calamidade pública tem prazo determinado de 180 dias e termina em agosto. Até lá, a administração municipal buscará soluções para os desafios enfrentados pelos setores de oncologia, cardiologia e vigilância epidemiológica.
Com a aprovação do PL 5.702/25, o reconhecimento passa a ter respaldo estadual, o que amplia a capacidade do município de adotar medidas emergenciais. Caso sancionado, Volta Redonda poderá acessar linhas de crédito, verbas emergenciais e auxílio técnico para reorganizar a rede de saúde pública.
A aprovação do estado de calamidade pública no Parlamento fluminense permite ao município de Volta Redonda:
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Captar recursos estaduais e federais com mais agilidade;
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Flexibilizar regras fiscais e administrativas, como limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), possibilitando a execução de despesas emergenciais sem as amarras normais do orçamento;
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Realizar contratações temporárias e aquisições diretas de insumos, equipamentos e serviços, sem os trâmites burocráticos usuais.
Com informações da Alerj, Folha do Aço, O Sul Fluminense