Há quase um consenso entre os especialistas sobre medidas capazes de combater a mortalidade materna. ‘’O mais importante é garantir o acesso ao planejamento reprodutivo para evitar a gravidez indesejada e os casos de complicações por causa de morbidades pré-existentes com risco elevado para a mulher’’, diz Tiago Almeida, diretor associado de Assuntos Médicos da Organon.

  • O médico lista uma série de ações que devem ser tomadas para prevenir a mortalidade materna, a começar pelo planejamento reprodutivo e o acompanhamento do pré-natal. Também aponta medidas de segurança em relação ao parto, para se evitar complicações e óbitos, e para o período do puerpério, até 45 dias após o parto (confira abaixo).

‘’Embora muito seja feito pelas sociedades médicas em termos de ensino e treinamento visando diminuir as taxas de mortalidade materna, ainda enfrentamos uma realidade com déficit em acesso a uma saúde de qualidade, um cenário com grandes contrastes socioeconômicos, o que impacta ainda mais nesse acesso”, avalia Almeida.

Já durante a rotina, para promover uma boa saúde, antes, durante e depois da gravidez, o obstetra da Unimed aponta que é fundamental a adoção de medidas de autocuidado, como uma dieta balanceada, a prática de exercícios físicos regularmente, boa noite de sono, bem como evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.

“É crucial promover a conscientização sobre as doenças que mais afetam as mulheres, os obstáculos enfrentados por elas para manter a saúde e os cuidados específicos que são necessários durante a maternidade”, ressalta Dr Márcio.

Como prevenir a mortalidade materna – antes, durante e depois do parto

  • Para Dr Tiago, educação médica, treinamento dos profissionais de saúde e conscientização da população a respeito da dimensão desse problema ainda são os principais caminhos para enfrentar esse desafio. Veja as orientações do especialista:

– Garantir o acesso ao planejamento reprodutivo para evitar a gravidez indesejada e os casos de complicações devido a morbidades pré-existentes;

– Garantir um acompanhamento pré-natal com acesso e número de consultas adequadas;

– Estabelecer uma rotina de pré-natal e de controle de morbidades gestacionais de acordo com os protocolos existentes;

– Não discriminar gestantes em condições de vida desfavorecidas;

  • – Promover a vigilância das gestantes com comorbidades;

– Garantir uma maternidade de qualidade para as gestantes e hospital referência para gestações de alto risco;

  • – Realizar a monitoração adequada do trabalho de parto;
  • – Reduzir o número de cesarianas desnecessárias;
  • – Realizar o diagnóstico oportuno e início imediato do manejo de hemorragias;
  • – Promover a vigilância contínua do pós-parto imediato;
  • – Garantir o acesso e avaliação clínica adequada na consulta de puerpério na atenção básica.
  • Com jornada dupla ou tripla, mulheres não priorizam autocuidado

  • O desenvolvimento, muitas vezes silencioso, das doenças que atingem as mulheres tem diferentes causas: dificuldades relacionadas ao acesso à saúde, demora na marcação de exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – especialmente pelas camadas menos favorecidas da população – ou mesmo pela falta de priorização de autocuidado.
  • Esse quadro é atribuído em parte a dupla jornada feminina: trabalho e atenção a família, fazendo com que muitas deixem, inclusive, de fazer os exames periódicos preventivos. A jornada tripla do cuidado com a família, vida profissional e responsabilidades domésticas, divididas de forma desigual com os homens, corroboram para o problema.

    “Essa somatória pode levar também a altos níveis de estresse, e ansiedade decorrentes da falta de tempo para cuidar de si mesmas e dificuldade em equilibrar todas as áreas da vida. Outros fatores que igualmente representam desafios significativos para a saúde da mulher estão relacionados à desigualdade de gênero e violência doméstica”, justifica Márcio Almeida, médico obstetra e diretor da Seguros Unimed.

    Ainda segundo ele, “está provado que, embora as mulheres vivam mais tempo do que os homens, elas adoecem com mais frequência. E que essa vulnerabilidade tem mais relação com a sua discriminação na sociedade do que com fatores biológicos”.

    A importância da rede de atenção primária à saúde para a mulher

  • O médico destaca que a Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel crucial na promoção e manutenção da saúde da mulher. As equipes de saúde da APS devem acolher a mulher desde o início da gravidez (o mais precocemente possível, no início ou até antes da gestação); reconhecer, acompanhar e tratar as principais causas de morbimortalidade materna e fetal; e estar disponíveis quando ocorrerem intercorrências durante a gestação e puerpério.

    “Durante as consultas, são realizados exames e testes que ajudam a identificar condições de risco e complicações precocemente, permitindo intervenções oportunas para a saúde da mãe e do feto”, lembra. “Além disso, é uma oportunidade para fornecer orientações sobre alimentação saudável, exercícios, cuidados pessoais e preparação para o parto”, complementa.

    Por meio de uma abordagem abrangente e centrada na paciente, a APS se concentra na prevenção, detecção precoce e tratamento de doenças, bem como na promoção de hábitos saudáveis ​​e qualidade de vida. A APS oferece uma ampla gama de serviços, como consultas ginecológicas regulares, exames de rotina, planejamento familiar, rastreamento de câncer de colo do útero e mama, além de orientações sobre saúde sexual e reprodutiva.

    “Os profissionais envolvidos nesse tipo de atendimento estão bem posicionados para abordar questões de saúde mental, violência de gênero e abuso, oferecendo um ambiente seguro e confidencial para as mulheres compartilharem suas preocupações e receberem apoio adequado. “O atendimento e os exames feitos a tempo podem salvar vidas”, complementa o obstetra.

    Mulheres usam mais a telemedicina

    A telemedicina também tem se mostrado uma aliada nos cuidados da saúde da mulher e auxilia na prevenção da mortalidade materna na rede privada de saúde. Nos últimos dois anos – 2020 e 2021 – o público feminino liderou o uso do serviço digital, realizando 91% a mais de consultas que os homens, segundo levantamento da Conexa. Em outras palavras, as mulheres quase o dobraram o registro de teleatendimentos.

    “As consultas online podem resolver cerca de 85% dos problemas de saúde e, especificamente quando se fala de saúde da mulher, pode esclarecer dúvidas sobre métodos contraceptivos e planejamento familiar, além de auxiliar em medidas de preconcepção principalmente de pacientes hipertensas e diabéticas, condições que precisam estar muito bem controladas para uma gestação mais segura”, conta Flávia.

 

Com Assessorias Unimed, Organon e Conexa

Gostou desse conteúdo? Compartilhe em suas redes!
Shares:

Related Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *