De acordo com dados da OMSOrganização Mundial da Saúde, divulgados em 2024, globalmente, um em cada 20 pacientes sofre danos evitáveis com medicamentos, sendo que mais da metade (53%) são relacionados à prescrição, apontando para a necessidade de melhorar as práticas de segurança medicamentosa.

Neste 17 de setembro, data em que se celebra o Dia Mundial da Segurança do Paciente, a OMS para aumentar a conscientização sobre a segurança do paciente e estimular ações globais para reduzir danos evitáveis na prestação de cuidados de saúde.

O movimento busca reduzir danos evitáveis durante os cuidados médicos e, em 2025, concentra o olhar sobre um público especialmente vulnerável: recém-nascidos e crianças. Para 2025, a OMS definiu o tema  “Cuidado seguro para cada recém-nascido e cada criança”., reforçando a importância de garantir atendimento seguro e de qualidade desde o nascimento.

O slogan Segurança do paciente desde o início!” sintetiza o chamado global, enfatizando, assim, a necessidade de medidas mais fortes para proteger esse grupo especialmente vulnerável de danos evitáveis durante o cuidado de saúde.  O objetivo é ressaltar a necessidade de implementação de medidas para o fortalecimento da segurança nos cuidados pediátricos e neonatais.

Dessa forma, busca-se também atingir a meta 3.2 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de cinco anos.

A campanha da OMS visa impulsionar melhorias significativas e reafirmar o direito de todos os recém-nascidos e crianças a um cuidado seguro e de qualidade. para estimular governos, profissionais e instituições a adotarem práticas que reduzam riscos e previnam danos na assistência à saúde.

Segundo a OMS, crianças e recém-nascidos estão entre os mais suscetíveis a eventos adversos, seja pela vulnerabilidade fisiológica, pela dificuldade de expressar sintomas ou pela necessidade de cálculos rigorosos na administração de medicamentos. Também exigem equipamentos, treinamento e protocolos especializados, nem sempre disponíveis em todos os serviços de saúde.

Para enfrentar esses riscos, a entidade elencou cinco metas globais: 1) envolver crianças e famílias nos cuidados, 2) aprimorar a segurança da medicação, 3) melhorar a segurança do diagnóstico, 4) prevenir infecções associadas à assistência e 5) reduzir riscos para recém-nascidos pequenos e doentes.

Especialistas em saúde destacam que o envolvimento das famílias é peça-chave para fortalecer a cultura da segurança. Ao participar ativamente das decisões sobre o tratamento, os familiares podem ajudar a identificar sinais precoces de complicações, garantir o cumprimento das orientações médicas e servir como elo entre paciente e equipe de saúde.

Outro ponto de atenção é a prevenção de infecções associadas à assistência, problema ainda frequente em unidades hospitalares de todo o mundo. Estudos mostram que práticas simples, como a higienização correta das mãos, o uso adequado de equipamentos de proteção e a adoção de protocolos de esterilização, podem salvar milhares de vidas todos os anos.

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 Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP)

Sociedade de Direito Médico pede investimentos em treinamentos, uso de tecnologia e o aprimoramento de uma cultura hospitalar que priorize a segurança

No Brasil, estabeleceu-se reduzir, até 2030, a mortalidade neonatal para no máximo 5 a cada mil nascidos vivos e a mortalidade de crianças menores de 5 anos para no máximo 8 a cada mil nascidos vivos. A meta global é de pelo menos 12 e 25, respectivamente.

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) define que é assegurado o acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.

O Ministério da Saúde promove o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), que tem como um dos principais objetivos estimular uma cultura de segurança em todos os níveis da saúde. Além disso, incentiva que pacientes e familiares participem ativamente do cuidado, ao fazer perguntas, esclarecer dúvidas e colaborar com a equipe de saúde.

O presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal, destaca o papel das gestões de unidades de saúde. “É fundamental investir em protocolos claros, treinamento contínuo das equipes, uso de tecnologia para monitoramento e uma cultura hospitalar que priorize a segurança. Cada falha representa não apenas um número em estatísticas, mas uma vida em risco”, afirma.

O especialista em Direito Médico e Odontológico propõe que o PNSP reforce suas ações voltadas para os recém-nascidos e crianças. “O compromisso com a segurança do paciente deve ser ainda maior quando falamos desses públicos. Iniciativas que incentivem o conhecimento e a participação ativa de pais e responsáveis, por exemplo, são essenciais”, completou.

Agenda Positiva

Segurança do paciente ganha cor e voz em setembro

Setembro Laranja alerta para cuidados seguros desde o nascimento

O monumento ao Cristo Redentor e o Castelo da Fundação Oswaldo Cruz serão iluminados em laranja pelo Dia Mundial da Segurança do Paciente, numa parceria entre o Programa Institucional para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Proqualis), a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor.

A iluminação de monumentos icônicos, locais de referência e locais públicos na cor laranja é a marca registrada da campanha global da OMS. Além disso, o Proqualis está realizando, ao longo do mês, uma série de iniciativas voltadas ao tema da segurança nos cuidados pediátricos e neonatais, com o objetivo de apoiar o trabalho e o aprimoramento dos profissionais e serviços de saúde.

Confira as ações do Proqualis que fazem parte da campanha aqui.

Hospitais na Bahia aderem ao Setembro Laranja

Hospitais e unidades de saúde em todo o mundo também se somam à campanha “Setembro Laranja”, promovida pela OMS. Na Bahia, a cor da campanha ilumina as fachadas do Hospital Mater Dei Salvador e do Hospital Mater Dei Emec, em Feira de Santana.

Além da ação simbólica, a Rede Mater Dei realiza o III Fórum Interno de Segurança do Paciente, espaço de debate sobre práticas que reforçam a proteção do paciente, como o protocolo de parto seguro, a adesão às Metas Internacionais de Segurança e os avanços do programa Rumo ao Dano Zero, em vigor há três anos.

Dessa forma, o Setembro Laranja se afirma não apenas como uma campanha de conscientização, mas como um convite à participação ativa de pacientes, famílias e profissionais na construção de um ambiente hospitalar mais seguro, da maternidade às demais etapas da vida. “O Dia Mundial da Segurança do Paciente vai além de uma simples comemoração; é um chamado global à ação para garantir que todos os pacientes recebam cuidados seguros e de qualidade, sem medo de danos desde o início da vida”, afirma a  gerente executiva de Qualidade da Rede Mater Dei, Marília Corrêa.

Com Assessorias

 

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