O que fazer em caso de suspeita de contrair o vírus HIV?

Saiba o que fazer se tiver relações sem preservativo, compartilhado agulhas e seringas ou acidente com material perfuro-cortante

HIV blood test tube and prescription on table ,
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Dezembro Vermelho marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o vírus.  Ao todo, 77,5 milhões de pessoas pelo mundo foram infectadas pelo HIV desde o início da epidemia (até o final de 2020).

Apesar dos avanços no tratamento da Aids, é importante salientar que ainda não há cura para a doença. Portanto, o preservativo ainda é o melhor método de prevenção. Caso haja uma exposição de risco, é necessário realizar o diagnóstico o mais precocemente possível para que o tratamento seja imediato, reduzindo o risco de transmissão e agravamento do quadro.
Em caso de suspeita de infecção por HIV devido à alguma exposição de risco, como ter relações sem preservativo, compartilhar agulhas e seringas ou acidente com material perfuro-cortante em ambiente profissional, André Cortez, infectologista do Hospital Casa de Saúde Guarujá, recomenda seguir os seguintes passos:

· Procurar um médico;

· Fazer o teste do HIV;

· Fazer o teste complementar do HIV;

· Avaliar com um profissional de saúde imediatamente a indicação profilaxia, medicamento que consiste nas mesmas medicações utilizadas para o tratamento.

Como o vírus do HIV só pode ser detectado no sangue após cerca de 30 dias de possível contágio, há probabilidade que o especialista peça para repetir o exame após este período para checar se existe infecção ou não.

Dr Cortez reforça que é imprescindível que os pacientes iniciem o tratamento o quanto antes e usem os antirretrovirais corretamente, assegurando o controle da infecção e prevenindo a evolução para a AIDS.

“A boa adesão à terapia antirretroviral traz grandes benefícios individuais, como a ampliação da expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas como tuberculose, hepatite C, HPV, herpes genital, entre outras”, destaca o médico.

Evolução dos tratamentos antiretrovirais

Um levantamento da UNAIDS indica que cerca de 920 mil indivíduos vivem com HIV no Brasil. Desses, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e até 94% deles em tratamento não transmitem o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável há mais de 6 meses. Dados do Módulos da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2021 apontam que 27,4 mil de pessoas tiveram acesso à terapia antirretroviral em 2020.

“O Brasil tem hoje uma das maiores coberturas de tratamento antirretroviral (TARV) entre os países de renda média e baixa. Apesar disso, a adesão ao tratamento disponível gratuitamente pelo SUS ainda é um desafio. Vale frisar que as novas terapias são mais eficazes e com menos efeitos colaterais, facilitando a sua aceitação”, explica André Cortez, infectologista do Hospital Casa de Saúde Guarujá.

O especialista conta que atualmente, o tratamento preferencial para contra-atacar o HIV na fase inicial é composto por três medicamentos: Tenofovir, Lamivudina e Dolutegravir. Esse coquetel antirretroviral aumenta a sobrevida dos pacientes.

“Para facilitar a vida dessas pessoas a Anvisa aprovou no dia 29 de novembro de 2021 um novo medicamento contra a doença chamado Dovato, o que é um grande avanço no tratamento dos portadores do vírus que causa a Aids, já que reúne em uma dose diária dois antirretrovirais disponíveis em um só comprimido o que diminui efeitos adversos. Vale destacar que o uso irregular dos medicamentos aumenta o risco de o vírus criar resistência a eles, o que certamente abala a qualidade e a expectativa de vida”, alerta o infectologista.

A medicação é de uso diário e pode ser tomada em jejum, representando um regime completo para o tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1). Ela é destinada a adultos e adolescentes acima de 12 anos de idade, com peso mínimo de 40 kg e sem histórico de resistência ao Dolutegravir ou à Lamivudina. “O paciente poderá fazer a manutenção do seu tratamento de maneira eficaz com menor utilização de medicamentos e reduzindo o potencial de toxicidade”, comemora.

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