A família é o primeiro grupo ao qual pertencemos. Nascemos e já estamos inseridos no padrão de comportamento da nossa família, que nos transmite valores e nos apresenta o mundo. E através dela começamos a dar os primeiros passos na vida.
Ao longo dos anos, o modelo de família tradicional constituído por um homem, uma mulher e seus filhos, mudou bastante. Hoje se reconhece e legitima outros modelos de família, que sempre existiram, mas que eram negados como um conjunto familiar, que são as famílias monoparentais – mãe e filhos, pai e filhos, avó(ô) e netos, tia(o) e sobrinhos, ou outro arranjo onde um adulto sustenta sozinho uma ou mais crianças.
Além disso, com o avanço dos direitos humanos, também passaram a ser legitimadas as famílias homoafetivas, formadas por casais do mesmo sexo e seus filhos. O que mudou essencialmente foi o reconhecimento de que os vínculos afetivos são mais importantes que as regras socioculturais ou os vínculos biológicos, para construção do sentimento de pertencimento ao grupo familiar.
E nessa linha de pensamento, se reconhece também que nem toda família é boa o suficiente para a criação das crianças, desconstruindo o mito de que todas as mães, pais, avós, enfim, os parentes, são pessoas amorosas que colocam o bem-estar dos filhos como prioridade. Nem sempre isso é verdade.
Espera-se que a família seja composta por pessoas equilibradas, acolhedoras, protetoras, afetuosas e transmita segurança e autoconfiança para seus membros. Que compartilhem um ambiente saudável e seguro, onde haja respeito mútuo, onde todos possam se posicionar e se comunicar naturalmente, aprendendo juntos com os desafios da vida. Onde as crianças possam crescer e amadurecer emocionalmente.
O que é uma família disfuncional e como lidar?
Mas nem sempre isto acontece. Hoje já se reconhece que a maioria das agressões e abusos (emocional, físico, sexual) acontece dentro da rede familiar e a ideia de uma família disfuncional talvez seja mais comum do que sempre se quis acreditar.
Uma família é disfuncional quando a dinâmica familiar é pautada no desrespeito, ameaças, gritos, agressões, violências, abusos, manipulações, chantagem emocional, conflitos, falta de diálogo, dependência emocional e/ou financeira, disputas internas.
Esse ambiente gera insegurança, baixa autoestima, dificuldades de aprendizagem, dificuldade de relacionamentos, estresse e quadros clínicos como os transtornos de ansiedade, depressão, ou outros mais graves, afetando diretamente a saúde mental dos membros da família.
Para muitos a família ainda é considerada a base de tudo e quando esta família é disfuncional, o que fazer? Como a pessoa viveu a vida inteira neste padrão comportamental e não conhece outra maneira de viver, as vezes é necessário procurar ajuda de um psicólogo para poder sair deste círculo vicioso em que se encontra e que causa tanto sofrimento.
É importante a pessoa tomar consciência que vive ou viveu em uma família disfuncional, o que por si só já é um processo doloroso, para começar a identificar em seus relacionamentos as consequências e repetições inconscientes das suas vivencias.
No processo psicoterapêutico a pessoa tem a oportunidade de desenvolver uma maior conexão com ela mesma, promover o autocuidado e resgatar seu potencial de saúde mental, profissional, emocional, para construir novas formas de relacionamento que sejam mais saudáveis e satisfatórias para si.
Independente da sua estrutura familiar, desejo que fique mais conectada(o) com você e construa uma família mais saudável!