A promessa de curas milagrosas atrai milhares de pessoas a clínicas que oferecem tratamentos com células-tronco. No entanto, o que muitos não sabem é que por trás da esperança existe um mercado de terapias não comprovadas e potencialmente perigosas, como alerta o professor de biologia de células-tronco e medicina regenerativa, Darius Widera, em artigo recente para a BBC Brasil.

Essa é uma discussão fundamental no cenário atual da saúde e será um dos pontos cruciais do congresso Regenera Brasil, que acontece em novembro, em São Paulo. O evento vai discutir temas importantes relacionados ao avanço das terapias com células-tronco em todo o mundo e a urgência de regulamentar o setor, que vem crescendo também no Brasil.

Em nível global, o turismo de células-tronco tem crescido exponencialmente, impulsionado por centenas de clínicas clandestinas em países como Estados Unidos, México, Índia e China. Esses locais prometem a cura de diversas doenças, do autismo à paralisia cerebral, mas, segundo Widera, os pacientes estão desembolsando grandes quantias para se tornarem cobaias de tratamentos sem eficácia comprovada.

Sem segurança e sem eficácia

O artigo da BBC destaca casos graves, como o de pacientes que perderam a visão na Flórida após um tratamento não regulamentado. Além disso, outros relatos incluem febre, infecções e até mortes. Segundo o especialista, o mercado de terapias não regulamentadas se aproveita de uma brecha legal em alguns países, onde o reimplante de células-tronco não modificadas não é considerado um medicamento e, por isso, escapa da supervisão de órgãos reguladores.

Sem controle de qualidade, a segurança e a eficácia desses procedimentos não podem ser garantidas. As clínicas utilizam depoimentos não verificados de pacientes e a fama de celebridades para criar uma falsa sensação de credibilidade, em vez de recorrer a evidências científicas sólidas, como os ensaios clínicos randomizados.

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Avanço dos estudos sobre Medicina Regenerativa

Apesar dos riscos, a medicina regenerativa legítima continua avançando. O artigo da BBC explica que as células-tronco possuem uma capacidade única de se transformar e reparar tecidos. Milhares de testes clínicos sérios estão em andamento, e alguns poucos tratamentos já foram aprovados para condições específicas, como certos tipos de câncer e atrofia muscular espinhal.

É fundamental que a população entenda a diferença entre a pesquisa científica séria e as promessas milagrosas. O congresso Regenera Brasil vem para jogar luz sobre essa distinção, promovendo a conscientização e a divulgação de tratamentos seguros e comprovados. Saiba mais aqui.

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