Repleto de simbologias e tradições, o Natal é uma festividade que muitas famílias não deixam de comemorar. Mais do que uma celebração familiar, a época natalina é marcada pela magia e pelo espírito de solidariedade.

Para os pais e educadores, essa época oferece uma oportunidade única de conversar com seus filhos sobre o verdadeiro significado do Natal. Ao explicar os valores da generosidade, da gratidão e da importância do tempo juntos, os responsáveis podem fortalecer laços e transmitir ensinamentos que perduram por toda a vida.

Dá para aproveitar a ocasião para, além da troca de presentes, estimular gestos de partilha entre os pequenos, como a doação e o compartilhamento de brinquedos.  Incentivar a criança a entregar os presentes pessoalmente e ver a expressão de gratidão de quem recebe amplia a consciência social e fortalece a empatia”, explica a psicopedagoga Paula Furtado.

A profissional destaca que outra maneira de cultivar esse sentimento de afeto e união é ensinar a criança a expressar gratidão, seja escrevendo cartões de agradecimento ou falando sobre o que mais gostou da época natalina. Isso, segundo Paula, ajuda a valorizar os presentes e os momentos vividos, e não apenas o consumo.

As conversas e atividades em família também podem incluir ocasiões dedicadas a contar e ouvir histórias que remetem ao Natal, sejam de ficção ou ligadas às memórias da própria família. A prática reforça os vínculos afetivos ao valorizar a presença uns dos outros e resgata a atmosfera do tradicional “era uma vez”, contribuindo para um ambiente de encantamento e conexão entre os participantes.

Aprendizado proporcionado pela data 

Quando as crianças criam expectativas em relação a itens específicos, especialmente aqueles que fogem do orçamento familiar, os pais podem conduzir uma conversa acolhedora e realista.

Uma orientação da educadora é explicar que o Papai Noel possui um limite de gastos, já que precisa atender aos pedidos de muitas outras crianças. Dessa forma, ele nem sempre consegue entregar itens muito caros, e por isso é importante escolher opções mais acessíveis.

A abordagem também contribui para que a criança compreenda, de maneira leve e adequada à idade, a realidade financeira da família e a importância de ajustar os desejos ao que é possível”, explica a profissional.

Papai Noel existe?

A crença sobre a existência do Papai Noel costuma coincidir com uma fase do desenvolvimento infantil em que o pensamento da criança é bastante concentrado na fantasia. Esse período acontece dos 6 meses aos 7 anos, aproximadamente, e se intensifica por volta dos 2 anos, quando a linguagem se desenvolve e o imaginário ganha força.

Segundo a psicopedagoga, esse processo é altamente individual, e a “descoberta da verdade” deve ocorrer de maneira espontânea, sem que os pais se antecipem. Caso a criança questione diretamente — “É verdade que o Papai Noel não existe?” — a orientação é responder de forma acolhedora, preservando o encanto que essa fantasia carrega.

Uma alternativa é dizer que ‘o Papai Noel existe para quem acredita nele’, respeitando o tempo emocional da criança e evitando uma ruptura brusca com esse universo simbólico”, comenta.

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A sensação de segurança e conforto que o Natal proporciona

Mais do que presentes, o Natal é feito de afeto e conexão. Saiba como transformar a data em oportunidades especiais com seu filho.

Férias escolares, família reunida, ruas iluminadas, ceia farta e memórias que ficam para sempre. Mesmo com a correria típica do fim de ano, as tradições natalinas se tornam momentos preciosos de afeto e conexão ainda mais quando vividos ao lado das crianças. Mas você já pensou que essas tradições podem ir além da celebração e se transformar em experiências significativas para toda a família?

Segundo o neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil, André Ceballos, essas tradições têm um significado profundo na criação de vínculos familiares e no bem-estar das crianças.

São essas experiências que ajudam os pequenos a crescer de maneira mais equilibrada e conectada. Atividades como montar a árvore de Natal, preparar a comida ou escolher o presente perfeito juntos fazem as crianças se sentirem parte de algo especial. Elas entendem: ‘Você é importante para nossa família’. Esses rituais não só fortalecem os laços afetivos, mas também ativam áreas do cérebro relacionadas à memória, promovendo a liberação de ocitocina, o ‘hormônio do amor’, que reforça a sensação de carinho e segurança emocional”, explica.

Outro aspecto importante destacado pelo Dr. André é a sensação de segurança que o Natal proporciona. “Quando as crianças sabem que, ano após ano, os mesmos rituais familiares se repetem, seja ao abrir os presentes à meia-noite ou ao saborear a sobremesa favorita da avó — elas se sentem mais seguras emocionalmente. Essa rotina é benéfica para o desenvolvimento emocional dos pequenos, criando uma base sólida de confiança e segurança”, afirma.

E embora a empolgação com os presentes seja grande, o que realmente marca o Natal são os momentos compartilhados em família. “O Natal é uma excelente oportunidade para ensinar valores como generosidade, união e gratidão. As experiências vividas em conjunto têm um impacto muito mais duradouro do que qualquer presente material”, completa Dr. André.

Dicas para aproveitar o Natal com as crianças

Veja algumas dicas do especialista para esse Natal ser ainda mais especial:

Fazer o bem sem olhar a quem: Natal é, sem dúvida, um momento ideal para ensinar valores importantes como generosidade e empatia. Participar de ações solidárias, como a doação de brinquedos ou visitas a asilos. Assim, elas aprendem desde cedo que pequenos gestos podem fazer uma grande diferença na vida dos outros, além de desenvolverem sua inteligência emocional e um forte senso de comunidade.

Música: Reunir a família para cantar músicas natalinas pode ser muito divertido. As crianças adoram música, e essa é uma ótima oportunidade para ensinar canções tradicionais e até inventar novas canções de Natal.

Brincadeiras: Brincadeiras também não podem ficar de fora. Aqueles tradicionais Jogos em família são sempre um sucesso. Além do clássico amigo oculto, a família pode aproveitar para se divertir com jogos de tabuleiro ou atividades ao ar livre. Essas brincadeiras promovem a interação, ensinam a trabalhar em equipe e, claro, criam memórias que serão lembradas com carinho.

Decorações natalinas: Outra sugestão é envolver as crianças na criação de enfeites para a árvore de Natal ou na decoração da casa. Essas atividades oferecem momentos de diversão, aprendizado e desenvolvimento. Ao participarem da confecção das decorações, as crianças exercitam sua criatividade, estimulam a coordenação motora e a imaginação.

Doutor André sugere ainda que, para criar um Natal inesquecível, o mais importante é priorizar o tempo de qualidade com a família. “Não se trata de ter a mesa mais farta ou a árvore mais decorada. O essencial é estar presente, compartilhar risadas, ouvir histórias e criar momentos que realmente conectem a família. Essas são as lembranças que as crianças levarão consigo”, conclui.

Com Assessorias

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