Um dos fundadores do Clube da Esquina, movimento que revolucionou a Música Popular Brasileira nos anos 80, o cantor e compositor Lô Borges morreu aos 73 anos, na noite de domingo (2), em Belo Horizonte (MG). A causa da morte foi falência múltipla de órgãos, decorrente de um quadro de intoxicação medicamentosa.
Lô Borges estava internado no Hospital da Unimed da capital mineira desde 17 de outubro, devido à intoxicação por medicamentos. Seu quadro de saúde piorou nas semanas seguintes, levando a várias complicações.
A produção do cantor  e compositor confirmou que o artista passou por uma traqueostomia no dia 25 de outubro. Segundo o boletim médico, o procedimento foi necessário para oferecer mais conforto e manter a ventilação mecânica. Seu quadro de saúde era grave, porém estável.

A morte do artista acende o alerta para um grave problema de saúde pública. No Brasil, de acordo com Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), são registrados, por ano, mais de 30 mil casos de internação por intoxicação medicamentosa. Estima-se que 20 mil pessoas morrem por este motivo anualmente.

Oito a cada dez brasileiros admitem tomar medicamentos sem orientação médica

Muitas das vezes, a intoxicação medicamentosa é causada pela automedicação, um hábito muito comum entre os brasileiros. Pesquisa do Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ) em parceria com o Datafolha revelou que 89% dos brasileiros adultos fazem uso de substâncias sem qualquer orientação ou prescrição médica.
Esse tipo de comportamento vai desde o combate a casos simples, como resfriados, dores musculares e de cabeça, até a doenças mais graves, como insônia e ansiedade. De acordo com o Liberato Brum Junior, gerente de Inovação e Pesquisa Clínica da Prati-Donaduzzi, os perigos dessa prática vão desde pequenos efeitos colaterais, como dor de cabeça ou mal-estar, até a dependência química

Existe até um nome para o hábito de tomar muitos medicamentos ao mesmo tempo: polifarmácia. Esse hábito é perigoso porque as substâncias utilizadas em um medicamento podem interagir com as de outros e, quando consumidos simultaneamente, essa interação química pode desde anular os efeitos terapêuticos quanto provocar reações perigosas.

Segundo ele, doses muito altas podem causar intoxicação. Isso significa uma chance considerável de afetar de forma irreversível órgãos importantes como o fígado, os rins e o coração, e alguns casos podem até ser fatais. Não foi informado se no caso de Lô Borges houve ingestão de medicamentos de forma indiscriminada.

O legado de Lô Borges na MPB

Lô Borges deixa um importante legado na MPB. O Clube da Esquina revolucionou a música nacional a partir dos anos 1970 e 1980. O movimento, batizado em referência a um disco homônimo de 1972, fundia influências do rock, do jazz e da música psicodélica com a tradição da MPB e das mineiras, criando uma sonoridade atemporal e complexa.

Algumas canções de autoria de Lô Borges são O Trem Azul, Um girassol da cor do seu cabeloTudo Que Você Podia Ser Nada Será Como Antes, em parceria com Milton Nascimento. Ele também teve músicas gravadas por Tom Jobim, Elis Regina, Flávio Venturini, Beto Guedes, 14 Bis, Skank, Nando Reis, entre outros.

Cuidado: a automedicação pode levar à morte

Atualmente, 5 bilhões de pessoas acessam diariamente a internet no mundo. A grande maioria utiliza ferramentas de busca como forma de acesso a informações sobre os mais diversos assuntos e interesses, e muitos desses internautas procuram respostas sobre variadas doenças.

É sabido que a internet possui muitas inverdades para diversos assuntos, sendo esse o principal risco a que se expõe a pessoa que procura orientação no “Dr. Google” ou até mesmo em sites especializados, porém, a coleta e interpretação das informações não serão eficazes como as feitas por profissional médico”, adverte o médico intensivista Gustavo Eder Sales, coordenador da UTI do Hospital Albert Sabin.

Como principal risco da utilização de tais informações está a automedicação, sempre gravíssima, pois, pode-se desenvolver intoxicações, prejudicar diagnósticos e ainda lesionar órgãos, não acometidos até o momento, pelo uso indevido de fármacos. Ele citou um fato ocorrido na UTI do hospital com um paciente que  apresentava um quadro de cefaleia (dor de cabeça) e se medicava em domicílio por meio de “dicas” adquiridas na internet e outras fontes.

Após dois ou três dias de automedicação, ele procurou o hospital, pois, não apresentava melhora do quadro e, pior, havia evoluído. Foi então diagnosticado com meningite bacteriana, insuficiência renal aguda e outras patologias que culminaram com o óbito em menos de 24 horas de internação. Se este paciente procurasse atendimento médico no início dos sintomas, fosse diagnosticado e medicado adequadamente, certamente teria sua vida salva”, alerta o Dr. Sales.

Muitas vezes, o paciente faz a busca pelos sintomas e, de imediato, encontra o suposto diagnóstico. Porém, não leva em consideração que um mesmo sintoma pode estar associado a diferentes patologias e que cada pessoa é única. A coleta de informações a respeito de doenças em sites especializados não deixa de ser válida, contudo, desde que seja por pura e tão somente fonte de conhecimento, deixando o diagnóstico e a prescrição de remédios sempre a cargo de um médico.

“Quando o paciente nos procura trazendo informações de suas pesquisas na internet, em nada nos atrapalhará, pois, detendo o conhecimento adequado e específico, não nos influenciaremos. Porém, se o indivíduo se utiliza de tais informações para modificar o tratamento, colocará sua saúde e até sua vida em risco”, finaliza o Dr. Gustavo.

Com informações de agências e assessorias

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