Comemorado-se seu dia em 5 de junho, o meio ambiente não recebe muito a nossa atenção. É meio igual a respirar. A maior parte de nós nem dá bola. Só nos damos conta de que é condição necessária para viver, quando o nariz entope e ficamos péssimos, fungando à procura de ar.  Em contrapartida, a data é  muito comemorada por organizações e grupos que lutam pela preservação da vida no planeta.

Flora, fauna e seres humanos vêm protagonizando um desequilíbrio fora do comum e que, caso medidas não sejam adotadas – e cumpridas – podem culminar com a extinção de diversas espécies de animais, plantas e, no pior cenário, da vida humana. Meio ambiente engloba tudo o que está no nosso planeta redondo, chamado Terra, e que afete a ecossistemas e à vida.

Por isso, gostaria de indicar algumas leituras que enfocam o tema sob várias perspectivas. Mas, antes, pretendo falar de meio ambiente latu sensu, bem como de nossas escolhas e nosso papel entre tentar cuidar ou seguir descuidando dia após dia.

Em 1972, definiu-se meio ambiente como “o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas”. O conceito foi estabelecido na Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, em Estocolmo, na Suécia.  É a Lei brasileira 6.938, de 1981, que define os instrumentos para proteção do meio ambiente.

O estatuto é visto como mais importante instrumento legal para determinar ações de conservação ambiental no Brasil. De acordo com a lei do País meio ambiente é: “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

ANTROPOCENOS

Ora, nós — os antropocenos — costumamos usar o meio ambiente como se não houvesse amanhã, servindo-nos, sem cerimônia, de tudo o que ele nos oferece. O termo antropoceno possui raízes gregas: “anthropos” significa homem e “cenos” significa novo e foi cunhado pelo biólogo Eugene Stoermer, na década de 80. Mas foi popularizado em 2000 pelo químico holandês Paul Crutzen, ganhador do prêmio Nobel de 1995, por seus estudos sobre a camada de ozônio.

Segundo eles, antropoceno seria um novo período geológico, também denominado Era da Humanidade.  Segundo os pesquisadores, a era antropocena simboliza a atividade humana sobre a Terra e de que formas esta atividade estaria influindo na alteração da atmosfera.

Com a fumaça lançada por milhares e milhares de automóveis, queimadas, no ar, por exemplo, estaríamos modificando a composição de carbono do meio ambiente e, com isto, aumentando em 1 grau C a temperatura do planeta. Altas temperaturas ocasionariam derretimento das geleiras, aumento do nível do mar e modificações climáticas extremas, como temporais fora de época, tsunamis.

PRESERVAR E CONSERVAR

Falando em queimadas, em tempos de desmatamento da Amazônia, o mês de abril, foi o maior, em 10 anos, com mais de 500 quilômetros de floresta derrubada.  Por isso, a preservação e a conservação do meio ambiente precisam reunir ações de planejamento educacional, econômico, além de redução do desmatamento: numa palavra, sustentabilidade.  Mas é também importante dar nomes e definir a raça dos bois: preservação do meio ambiente não tem nossa intervenção antropocena. Já conservar é protegermos o meio ambiente, usando-o de forma responsável.

VAMOS LER OS LIVROS INDICADOS, AGORA?

Em um cenário de quarentena onde as pessoas possuem mais tempos para atividades pouco praticadas em suas rotinas “normais”, sugerir leituras que mostrem a necessidade da luta pelo reequilíbrio da vida na Terra serve como um choque de realidade a quem atenta de forma inapropriada contra nosso planeta. Seguem, então, dois livros que tratam da temática escritos pela jornalista e escritora Cristina Serra:

Tragédia em Mariana: A história do maior desastre ambiental do Brasil (Ed. Record): Livro-reportagem que revela documentos, procedimentos e condutas sobre o rompimento da barragem de Fundão. Também conta a história de moradores das regiões atingidas pelo mar de lama que perderam família, amigos e o patrimônio conquistado em décadas de trabalho.

Uma História de Conservação – A Mata Atlântica e o Mico-Leão-Dourado (Andrea Jakobsson Estúdio): Símbolo da preservação ambiental do Brasil, o mico-leão-dourado trava incessantes batalhas para não ser extinto. Já são 50 anos de esforços para salvar este que se tornou o animal símbolo da defesa ambiental no Brasil. Expoente no jornalismo ambiental, Cristina Serra ganhou fama durante os quase 25 anos em que trabalhou na redação da TV Globo, no Rio de Janeiro, até virar correspondente internacional. De volta ao Brasil, integrou a mesa das “Meninas do Jô” e fez reportagens especiais para o Fantástico. Em uma cobertura que a marcou, sobre a tragédia de Mariana, Cristina mergulhou tão fundo nos fatos que escreveu um livro-reportagem sobre o que testemunhou.

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