Na novela Terra e Paixão, a atriz Débora Falabella interpreta Lucinda, a funcionária de uma cooperativa que representa a rotina de muitas mulheres vítimas de violência doméstica. A personagem apanha do marido Andrade (Ângelo Antônio) e resolve aprender técnicas de defesa pessoal.
Entra para a academia de krag magá comandada por Odilon, um lutador de artes marciais interpretado por Jonathan Azevedo em Nova Primavera, cidade fictícia onde acontece a trama das 9 da Globo. Nas gravações, a atriz chega a ficar com hematomas, mas dá o seu máximo para mostrar realidade nas cenas em que treina na academia.
“O Andrade, às vezes, fica agressivo. Eu não quero ser mais uma que apanha calada”, diz Lucinda, em uma das cenas, sendo questionada por Odilon se Andrade já havia batido nela. “No passado, sim. Parou ultimamente. Mas, às vezes, me empurra ou tem gestos agressivos. Não quero esperar pra ver. Andrade é um ótimo marido, mas, quando bebe, vira bicho. Eu só quero me defender”, justificou a personagem.
A técnica de defesa pessoal aprendida pelos atores Jonathan Azevedo e Débora Falabella para interpretar seus papeis na novela vem se popularizando cada vez mais nas academias e centros de treinamento pelo mundo, especialmente entre as mulheres, muitas, inclusive, para se defender das agressões de maridos e companheiros violentos.
“O Krav Magá é uma técnica perfeita para a mulher moderna que busca ter cada vez mais autonomia e independência. É uma modalidade que trabalha a conexão do corpo com a mente, ferramenta ideal para quem busca obter OS MELHORES resultados, crescimento pessoal e até profissional”, afirma o instrutor israelense Avigdor Zalmon, introdutor da arte no estado de São Paulo e presidente da Federação Internacional de Krav Magá.
Atividade completa queima até 900 calorias
Atualmente a técnica é uma das mais procuradas pelas mulheres, já que, além de ajudar com o condicionamento físico, não exige força física e a prática aumenta a confiança e a sensação de segurança. Segundo o instrutor, as aulas são consideradas uma atividade completa, atuando contra todos os tipos de agressão.
“As mulheres adoram o Krav Magá, porque é fácil aplicar os golpes. Já que não tem a necessidade de usar a força física, apenas a transferência de peso com a velocidade máxima na direção do agressor”, explica o instrutor israelense Avigdor Zalmon.
Em uma aula de Krav Magá é possível queimar de 600 a 900 calorias, e quem pratica a atividade também consegue enxergar as mudanças de peso e desenvolvimento do corpo. Além dos benefícios físicos, a técnica tem impactos na autoconfiança e na autoestima, já que os praticantes superam o medo da violência, aprendem a se defender e tem uma maior sensação de segurança na rua.
Segundo ele, o Krav Magá é a única modalidade reconhecida como defesa pessoal, diferente das lutas e artes marciais, é uma técnica que pode ser praticada por qualquer pessoa independentemente de força física, idade, peso ou gênero. Esse é um dos grandes atrativos para o público feminino, que desde a primeira aula já pratica os golpes.
‘Aprendi a manter a calma em situações delicadas’, diz ator
Em entrevista ao jornal O Globo, o ator Jonathan Azevedo falou sobre o desafio do personagem: “Quando fui convidado para a novela, fiquei animado ao saber que trataria desse tema. Eu já tinha feito jiu-jítsu, judô e taekwondo, mas o Krav Magá é muito diferente. Aprendi a olhar nos olhos do oponente e manter a calma em situações delicadas”, diz o ator, que está de volta às telinhas com o ciumento personagem que faz par romântico com Tatá Werneck.
Mas o que é exatamente o Krav Magá e o que o diferencia das demais artes marciais? Para começar, Krav Magá não é considerado um tipo de arte marcial, mas sim uma técnica de defesa pessoal. Foi criado em Israel por Imi Lichtenfeld na década de 1940 e significa “combate de contato” em hebraico.
O israelense Avigdor Zalmon, que coordena a equipe de instrutores das academias do Estado de São Paulo, explica que antes de tudo, eles são educadores, que ensinam além de uma técnica de defesa pessoal, princípios e valores humanos, cidadania e integração social.
“Os alunos recuperam a autoconfiança e a autoestima e reforço que todos são orientados a só colocar em prática o que aprenderam, em situações de perigo ou agressão”, esclarece.
A técnica não é considerada arte marcial porque não tem regras, competições ou premiações. “Nós acreditamos que o maior troféu é a vida que é salva na rua ou em qualquer outro lugar”, explica o israelense Avigdor Zalmon,
A ideia do Krav Magá é simples: transferir o peso na direção do agressor e golpeá-lo com a maior velocidade possível. Os golpes são curtos e rápidos e visam atingir pontos sensíveis do corpo humano, como os olhos, a traqueia, as genitálias e outros.
Por esse motivo, o Krav Magá não exige força física e qualquer pessoa, independente de tamanho, gênero ou idade, é capaz de colocar em prática e voltar ileso e seguro para casa.
Parte do treinamento consiste em simular situações reais de perigo que podem acontecer no dia a dia, mas os alunos são orientados a apenas utilizarem a técnica se realmente necessário.
“O Krav Magá é a melhor arte não só para treinar a resistência física, mas também a parte mental, já que para agir rápido, o aluno precisa ter frieza, concentração e estar preparado emocionalmente frente ao agressor”, completa Avigdor.
Fonte: Federação Internacional de Krav Magá