Natural de Fortaleza, no Ceará, Juan Yure Carneiro das Chagas, com apenas 13 anos, já enfrentou obstáculos que poderiam desestruturar qualquer pessoa adulta. Depois de uma inocente brincadeira entre amigos, Juan descobriu uma alteração no osso femoral e foi diagnosticado com Osteosarcoma – câncer ósseo que começa nas células formadoras dos ossos.
Como parte do tratamento, Juan precisou passar por uma amputação. Adaptado à nova realidade, ele encontrou no esporte a chance de um recomeço. E foi no surfe adaptado que o pequeno manobrou a doença. “A cura foi a melhor alegria da minha vida. Hoje eu sou um vencedor”, conta o menino, que contou com apoio do Instituto Ronald McDonald para o tratamento.
Outro Juan – o Carlo Moreira – aos 10 anos foi diagnosticado com 10 tumores malignos e uma metástase no pulmão. Ele passou pelo tratamento oncológico e contou com o auxílio da Casa Ronald McDonald do Rio de Janeiro, um dos programas coordenados pelo Instituto Ronald no Brasil.
Eu não acreditava em doações, e ali, na Casa, vi realmente a importância delas para quem atravessa a doença. Sou a prova de que o preconceito existe e de que cada doação conta, e conta muito. Guardo isso no meu coração, é um peso de ter, um dia, duvidado da ajuda dessas doações”, afirma Alessandra Araújo de Souza, mãe de Juan.
A jornada de Juan Carlo não foi fácil, mas hoje, aos 18 anos, ele está curado, faz o curso de Técnico de Informática, está no seu primeiro emprego e tem o sonho de estudar fora do país. Juan é também um vencedor, considerando que, atualmente, no Brasil, as chances de cura do câncer infantojuvenil são de 64% – abaixo da média mundial, de 80%.
Para elevar o Brasil aos mesmos patamares dos países com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), onde as chances de cura podem chegar a 80%, instituições como o Donald McRonald vêm trabalhando. A instituição sem fins lucrativos, há quase 22 anos atua para aproximar famílias da cura do câncer infantojuvenil.
No Brasil, o tempo entre a percepção de sintomas e a confirmação diagnóstica do câncer infantojuvenil é longo e por isso muitos pacientes chegam ao tratamento em fase avançada da doença.
Identificar precocemente o câncer infantojuvenil é fundamental para aumentar as chances de cura e resultados positivos de tratamento. Os sinais do câncer na infância muitas vezes são imprecisos e por isso é importante estarmos sempre em alerta”, reforça o superintendente Francisco Neves.
Desafio é aumentar o diagnóstico precoce
O programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil, do Instituto Ronald, já capacitou mais de 27 mil profissionais e estudantes da área de saúde, sensibilizando os participantes sobre a importância dos sinais e sintomas da doença em crianças e adolescentes como auxílio para o aumento das chances de cura.
Em 2020, o programa Diagnóstico Precoce, em versão totalmente digital, capacitou 742 estudantes de enfermagem e medicina e residentes em pediatria. Ainda em 2020, o Instituto Ronald McDonald, por meio de suas ações e campanhas, beneficiou 68 projetos, de 59 instituições em 43 municípios de 21 estados mais o Distrito Federal.
Tendo em vista o desafio de mudar a vida de crianças e adolescentes com câncer como os Juans, o mês de fevereiro celebra o Dia Internacional da Luta contra o Câncer Infantil (15/02), com objetivo de alertar sobre a doença e promover a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce.
De acordo com pesquisa realizada pelo Inca no Brasil, a cada hora, surge um novo registro de câncer em crianças e adolescentes. Esta é a doença que mais mata crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no país. Ainda conforme o estudo, entre os anos 2020 e 2022, o Brasil terá cerca de 625 mil novos casos de câncer diagnosticados entre crianças e adultos.
Fundado em, o Instituto Ronald McDonald, tem como missão promover saúde e qualidade de vida para crianças e adolescentes antes, durante e após o tratamento da doença através de diversos projetos pelo Brasil. Apenas em 2019, a organização, que depende exclusivamente de doações de pessoas físicas e empresas, realizou cerca de 95 mil atendimentos a crianças e adolescentes com câncer em tratamento e seus familiares.
Fonte: Instituto Ronald McDonald