A ideia é fazer com que pessoas, famílias, empresas e instituições públicas e privadas apoiem ações concretas que estimulem a valorização da saúde mental como prioridade coletiva. Palestras, rodas de conversa, oficinas, caminhadas, corridas e eventos culturais estão previstos em diversas cidades do país, reunindo psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, enfermeiros, educadores, gestores, líderes comunitários, mídias e a população em geral.
Nos últimos anos, problemas de saúde mental têm-se tornado cada vez mais comuns e recorrentes no Brasil e no mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 86% dos brasileiros sofrem com algum tipo transtorno mental, entre eles, os principais são: ansiedade, síndrome do pânico e depressão.
De acordo com a Organização Internacional de Pesquisa de prevenção e tratamento do stress (ISMA), cerca de 32% dos trabalhadores brasileiros sofrem com os efeitos do esgotamento mental devido ao stress e tensão emocional provocados por condições de trabalho desgastantes (burnout), o que compromete o desempenho da empresa, como um todo.
Com essa crescente, o movimento social Janeiro Branco vem ganhando força. Com o objetivo de alertar as pessoas, instituições e autoridades governamentais a se conscientizar sobre a importância de estratégias e políticas públicas voltadas para o tratamento da saúde mental na sociedade.
O objetivo da campanha Janeiro Branco é chamar a atenção para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional dos indivíduos e das instituições humanas. O mês de janeiro foi escolhido porque é nele que as pessoas estão mais focadas em resoluções e metas para o ano.
Quem quiser apoiar a campanha pode fazer o download gratuito de folders, cartazes, banners, faixas, bottons, cartilhas e panfletos no site oficial do Movimento Janeiro Branco. Os materiais vêm com orientações didáticas e acessíveis sobre saúde mental.
Psicólogo alerta para sinais de que a saúde mental corre perigo
Cristiano Nabuco, psicólogo especialista em dependência tecnológica, enumera alguns sinais de que a saúde mental corre perigo e faz uma observação.
Consumo excessivo de álcool, comprar de maneira demasiada, enfim, sempre que eu saio do meu ponto de equilíbrio, isso pode ser um forte indicador de que algo não vai bem. Os profissionais de saúde que são treinados para ajudar não vão chegar e dizer como deve viver melhor a sua vida, a vida é sua. O que ele vai fazer? Ele vai provocar reflexões que muitas vezes tem esse fator de cura.”
Cristiano alerta que – quando as sensações e sentimentos mudam – pode ser sinal de que é preciso procurar um profissional.
Primeiro: sensação constante de cansaço ou esgotamento emocional. Segundo: dificuldade de se concentrar como antes. Dificuldade de ter satisfação em coisas que eram muito agradáveis. Um outro elemento envolve alterações no sono: insônia, quando não se consegue dormir ou excesso de sono, e questões ligadas ao apetite.”
Reflexão sobre atitudes do cotidiano importantes para a qualidade de vida
A professora Sideli Biazzi, coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), diz que a saúde mental deve ser uma preocupação. Segundo ela, as pessoas estão expostas a situações que alteram o seu equilíbrio biopsicossocial.
Diante das expressivas mudanças em todos os níveis da sociedade, há uma necessidade de adaptação e de desenvolvimento de novas habilidades para absorver o ritmo e o significado de transformações, positivas ou negativas, que influenciam todos os aspectos da vida dos indivíduos e que requerem esforços físicos, psicológicos e emocionais. Esse esforço de adaptação gera o fenômeno do stress, muito presente na contemporaneidade”, destaca a professora.
Sideli aponta que, no campo de estudo sobre estresse e burnout, estamos vendo a predominância de sintomas psicológicos do stress como depressão, ansiedade generalizada, cansaço mental, irritabilidade entre outros. Para ela, quem for capaz de utilizar estratégias de enfrentamento adequadas para o manejo do stress estará mais preparado para administrar suas habilidades e limites, como também enfrentará as situações difíceis de modo favorável, evitando problemas mais graves à sua saúde física e psicológica e promovendo ambientes mais saudáveis.
Vale frisar que não há um modelo único e definitivo para lidar com o stress no trabalho, e que as soluções precisam ser compartilhadas e construídas por todos os envolvidos. Lidar com o stress exige, em muitos casos, que o indivíduo modifique hábitos, perspectivas, formas de se relacionar com o trabalho, com a empresa e com os colegas”, ressalta.
Algumas mudanças de hábitos saudáveis contribuem diretamente na qualidade de vida das pessoas. Praticar exercícios físicos, alimentar-se bem, respeitar os próprios limites, buscar conexão com a natureza, passar momentos agradáveis ao lado de amigos e familiares são exemplos de atitudes que podem fazer total diferença no cotidiano.
Da Agência Brasil, com Assessoria de Imprensa e Redação