No Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, é importante estar alerta para a incidência das doenças cardiovasculares, principal causa de morte no Brasil e no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), morrem em torno de 17,5 milhões de pessoas por ano, vítimas principalmente de Infarto do Miocárdio (IAM) e o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Juntas, essas duas doenças causam cerca de 110 mil mortes por ano no País.  No Brasil, a média anual das DCVs já chegou a 380 mil óbitos, o que corresponde a uma vida perdida a cada 40 segundos. Elas representaram mais de 30% dos óbitos e em países em desenvolvimento contabilizam mais de três quartos das causas de morte.

Apesar de serem mais frequentes com o avançar da idade, podem afetar qualquer pessoa e em qualquer lugar. De acordo com dados do Ministério da Saúde, foram registrados aproximadamente 27 mil internações no SUS por AVC na faixa etária de 15 a 39 anos, entre 2014 e abril de 2017. Por outro lado, o Data SUS mostra, em sua última apuração, que houve 589 internações de jovens, em decorrência de infarto em um período de nove meses. Infarto e AVC acontecem em jovens por um conjunto de fatores, como hábitos de vida nocivos, histórico familiar e doenças crônicas

“O tabagismo, sedentarismo, má alimentação, ansiedade e estresse são alguns dos elementos que aumentam a suscetibilidade. A hipercolesterolemia – colesterol ruim elevado – e doenças crônicas, como o diabetes tipo 2 e hipertensão arterial, tornam o risco ainda maior”, afirma Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC.

O impacto que essas doenças podem causar na vida do jovem é maior comparado à outras idadesIsso porque essa parcela da sociedade está em seu período de maior produtividade e, ao adoecer, em decorrência de infarto ou AVC, sofrem consequências psicossociais e econômicas mais profundas. Para a Dra. Sheila, o espectro de causas é maior nos pacientes jovens, sendo os distúrbios de coagulação e o uso de drogas algumas condições agravantes.

Considerada a doença que leva ao maior índice de incapacidade funcional no mundo, o AVC ocorre de duas maneiras. A primeira é a hemorrágica, por ruptura de vasos responsáveis pela irrigação cerebral. A segunda, responsável por 85% dos casos, é a isquêmica, quando há obstrução das artérias e consequente redução da circulação sanguínea, com sofrimento da região cerebral acometida.

O infarto, por outro lado, é causado pela obstrução de alguma artéria do coração. Em ambas as doenças, coágulos podem contribuir para a interrupção do fluxo sanguíneo e funcionamento normal dos órgãos mas, no infarto, o maior causador das obstruções é o acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias.

Em ambos os casos, o rápido atendimento ao paciente que está sofrendo um AVC ou infarto é crucial para evitar sequelas graves e até salvar vidas. No caso do AVC isquêmico, quanto mais tempo a artéria obstruída impedir a circulação de sangue em determinada área do cérebro, mais células locais, chamadas de neurônios, irão morrer, aumentando e intensificando a chance de sequelas graves.

Sendo assim, para alertar a população sobre a importância do rápido atendimento ao paciente que está sofrendo um AVC ou infarto, foi criada a campanha “A Vida Conta”, que é uma iniciativa da associação de pacientes Rede Brasil AVC em parceria com a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e apoio da Boehringer Ingelheim.

Coração de antúrio na Expoflora (Foto: Juliana Lazarini)

Maioria dos casos pode ser evitada

Com exceção de fatores genéticos que exigem cuidados especiais, cerca de 80% das doenças cardíacas podem ser evitadas apenas com atitudes saudáveis, como não fumar, evitar álcool, praticar atividades físicas e manter dieta adequada.

Quase metade da população brasileira passa por problemas de desequilíbrio no sistema cardiovascular. Em boa parte, devido à alimentação, à falta de atividades físicas e maus hábitos no cotidiano, levando a complicações com o tempo”, afirma o cardiologista Pedro Rubens, coordenador dos setores de de cardiologia e clínica geral do HSANP.

O diagnóstico precoce possibilita maiores chances de tratamento e deve ser incentivado. Exames de rotina são essenciais para detectar alterações significativas, ou silenciosas na saúde.

Problemas cardíacos não afetam apenas idosos. No Brasil, 11% das mortes ocorrem em pessoas dos 30 aos 46 anos. Além de cigarro e álcool, costumam ser fatores agravantes o estresse elevado, consumo de muitos alimentos gordurosos e carboidratos, excesso de peso, sedentarismo e colesterol alterado.

OS PERIGOS DA PRESSÃO ALTA

A hipertensão arterial é a doença cardiovascular mais prevalente. No Brasil, em torno de 25% da população são diagnosticados com hipertensão, de acordo com dados colhidos pela Vigitel, que é o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico.

Trata-se de uma doença crônica e responsável por 80% dos casos de AVC, mas também se mostra um agravante em quadros de enfarte, aneurisma arterial ou mesmo insuficiência renal. Sintomas como tontura, falta de ar, dor de cabeça, visão embaçada ou sangramento nasal podem ser indicadores de pressão arterial elevada, embora os sintomas costumem demorar para aparecer”, alerta o cardiologista Nelson Collares, do Hospital Dona Helena.

Sobre o grupo em que as doenças cardiovasculares, como a hipertensão, são mais comuns, Nelson Collares explica que a prevalência se dá no paciente idoso. Sob a mesma estatística da Vigitel, considera-se que, desses 25%, cerca de 85% dos hipertensos começam a manifestar a doença entre 45 e 60 anos”. Existem outros fatores que atuam no desenvolvimento da pressão arterial, como explica o médico: “Os hábitos também são relevantes não só para a precocidade da doença, como também a gravidade. Alguns fatores são bem identificáveis: obesidade, tabagismo, ansiedade, alto consumo de sal e álcool, e aspectos genéticos ou raciais”.

Sobre as principais causas de hipertensão, o cardiologista diz que “indiscutivelmente não só no Brasil (principalmente na Região Sul), mas também nas populações do primeiro mundo, particularmente os EUA, a obesidade tem sido apontada como principal vilão, ao ponto de algumas seguradoras já fazerem discriminação nos seus sinistros de acordo com a superfície corpórea do indivíduo”.

O problema da hipertensão tem se alastrado, com índices mundiais sinalizando um aumento dessa condição. O cardiologista, entretanto, explica: “As doenças cardiovasculares têm aumentado, muito em decorrência do aumento de sobrevida da nossa população de idosos”, pondera, sinalizando que as medidas de combate a esse tipo de doença estão cada vez mais eficientes, mas o perigo de apresentar uma doença cardiovascular é cada vez maior conforme o ser humano envelhece.

COLESTEROL ALTO É OUTRO VILÃO

Entre os responsáveis pelo aumento nos casos de doenças cardíacas é o colesterol alto. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 40% dos brasileiros têm o problema e doenças associadas a ele, como infarto e AVC, são apontadas pela OMS como sendo a primeira causa de morte no mundo. O aumento no índice de colesterol é mais comum nas mulheres (25,9%) do que nos homens (18,8%), segundo a Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).
O colesterol, quando está acima do índice indicado, se deposita nas artérias ajudando a formar placas de gordura nessas estruturas, provocando o endurecimento dos vasos (aterosclerose). Cerca de 70% do colesterol é fabricado pelo próprio organismo, enquanto 30% é adquirido na dieta. “O colesterol é uma substância lipídica normal que o nosso organismo produz e que é essencial para várias funções vitais do mesmo. Quando se encontra elevado torna-se potencialmente perigoso e aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares”, explica o cardiologista da CardioAnchieta, Dr. Thiago Germano.
Exames e acompanhamento
Fazer visitas regulares a um especialista médico e utilizar a medicação recomendada de forma correta ajudam não apenas a prevenir as DCVs, mas proporcionam melhor qualidade de vida. “Os exames laboratoriais são importantes para este acompanhamento bem como exames cardiológicos específicos para a condição/doença da pessoa. A Tomografia Computadorizada das artérias coronárias é capaz de identificar alguma obstrução arterial destes vasos que pode ser decorrente de um controle inadequado dos níveis de colesterol pelo paciente”, afirma o responsável técnico do Anchieta Diagnósticos, Dr. Anderson Benine Belezia.
Prevenção e alimentação
A prevenção de doenças cardiovasculares engloba bons hábitos alimentares associado a exercícios físicos regulares. Os hábitos de vida, como alimentação não adequada, rica em gorduras e carboidratos, juntamente ao sedentarismo, na grande maioria das vezes, estão associados a esse aumento.
Uma pequena parcela também possui o fator genético como resultado.  “É muito importante para a conscientização da população, acima de tudo para um alerta, que é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. Além disso, um fator de risco, na maioria das vezes modificável, é a atuação precoce que previne várias doenças, bem como ajuda a obter uma melhor qualidade de vida”, afirma o cardiologista da CardioAnchieta.

Campanha Fale de Coração

O mês de setembro ficou colorido este ano e o vermelho é uma homenagem ao Coração, órgão muscular fundamental para a circulação do sangue no corpo. Além de ter um mês dedicado às campanhas de conscientização, prevenção e tratamento das Doenças Cardiovasculares (DCV), o dia 29 de setembro é reservado para a celebração do Dia Mundial do Coração (WHD), data criada em 2000 pela Federação Mundial do Coração com apoio das Nações Unidas.

Para chamar a atenção da população brasileira para as doenças cardiovasculares, o Grupo de Advocacy em Cardiovascular, administrado pela Colabore com o Futuro, aproveita a data para lançar a campanha “Fale de Coração“. A ação tem dois principais objetivos: conscientizar as pessoas sobre a importância de hábitos saudáveis na prevenção dessas doenças; e chamar a atenção do governo para que os pacientes já diagnosticados tenham acesso ao tratamento adequado.

A campanha, criada pela IK Creative Branding, com o apoio da agência The Heart, visa gerar um grande movimento de pessoas nas redes sociais, postando depoimentos sobre suas experiências com as doenças cardiovasculares.

O trabalho de engajamento na campanha envolve a criação de uma página no Instagram especialmente para a causa (www.instagram.com/faledecoracao). “Dessa forma as pessoas poderão compartilhar seus vídeos e fotos na página @faledecoração, relatando suas histórias reais na luta contra as doenças cardiovasculares. Nesse sentido, a hashtag #D♥ foi criada para que o público possa usar nas mensagens, deixando-as registradas e visíveis para todos”, destaca Carolina.

O primeiro depoimento com vídeo será da idealizadora do conceito da campanha, Irene Knoth, e vai ao ar na página @faledecoração neste domingo (29), Dia Mundial do Coração. Ela conta sobre a sua experiência, com o falecimento do pai por infarto. Em sua fala, Irene convida outras pessoas a também postarem suas histórias com a hashtag da campanha. “Com a ação, queremos, juntos, fazer com que o Dia Mundial do Coração seja sobre amor e não sobre saudade”, ressalta Irene.

A população de São Paulo, Brasília e Curitiba, se somadas, ultrapassam 17,2 milhões de pessoas. O número é muito próximo – cerca de 17,5 milhões – ao de óbitos ocasionados por doenças cardiovasculares a cada ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a média anual chega a 350 mil, o que corresponde a uma vida perdida a cada 40 segundos.

FLOR DO CORAÇÃO VIRA SÍMBOLO

Com suas folhas escuras, o antúrio tem o poder de purificar o ar
(Foto: Vera Longuini)

Chamado de “flor do coração” por causa do formato de suas exóticas flores, o antúrio está sendo usado pelos produtores da Cooperativa Veiling Holambra para apoiar o “Setembro Vermelho”, mês dedicado às campanhas visando à diminuição do número de casos de infartos, derrames e outras complicações cardiovasculares, que ainda são uma das maiores causas de mortes no mundo.

Para tanto, os produtores e a Cooperativa Veiling aproveitam a Expoflora para iniciar o apoio à campanha idealizada em 2014 pelo Instituto Lado a Lado Pela Vida, organização que divulga a importância dos bons hábitos para fortalecer o coração de maneira natural e saudável.

A flor do coração será usada para ajudar a divulgar as recomendações relativamente simples para quem quer ficar longe dos riscos de infarto: alimentação equilibrada (mais natural, livre de conservantes e compostos químicos), check-up anual, prática de esportes (caminhada leve, andar de bicicleta e natação, entre outros), manter o peso ideal e afastar-se do cigarro e de outras toxinas.

Estudos feitos pela Nasa – sobre os gases tóxicos encontrados em ambientes internos – demonstram que o antúrio é uma das plantas mais indicadas para filtrar o ar. Com suas folhas escuras, o antúrio tem o poder de sugar a amônia (utilizada como gás de refrigeração), formaldeído (formol), tolueno (presente em colas, gasolina, tintas, removedores, agentes de limpeza, fumaça do cigarro e cosméticos) e xileno (usado em solventes). Por isso, os antúrios são indicados para decorar residências, escritórios e consultórios.

De acordo com o portal Into Green, o ar limpo e o melhor nível de umidade reduzem alergias e evitam afastamentos do trabalho. Pesquisas feitas pelo Fytagoras – Centro de Fitotecnologia estabelecido em Leide, na Holanda – atestam que o antúrio diminui, em minutos, o formaldeído do ambiente quando comparado com um espaço sem plantas. Outro estudo, da CNmy Construction (Shanghai Research), indica que os antúrios reduzem os VOCs (composto orgânico volátil, na sigla em inglês) em mais de 50% em prédios, no período de 24 horas, e em quase 100% em três dias.

Sobre o antúrio – O antúrio é uma planta nativa das matas de Nova Granada, na Colômbia, onde foi descoberto em 1876. Suas folhas são exóticas, em formato de coração (cordiformes). Variam de cor e de tamanho. Estima-se que, na natureza, existam mais de 900 variedades de antúrios.

A flor faz tanto sucesso na Europa, aonde chegou após as expansões marítimas, que hoje é de lá que vêm alguns dos híbridos mais coloridos e exóticos nas cores vermelha, branca, rosada, verde, marrom, roxa, vinho e mesclada. Pode ser usada no jardim ou na decoração, compondo arranjos tropicais. Por ser uma planta rústica – quase não dá trabalho -, vai bem em ambientes internos e iluminados, mas não suporta sol o dia todo.

Na Expoflora, estruturas no formato de coração exibem antúrios vermelhos de todos os tamanhos. Centenas de vasos dessas flores, em diferentes variedades de cores, compõem dezenas de canteiros localizados na entrada e nos ambientes da Mostra de Paisagismo e Decoração, na Alameda do Beijo, nas floreiras do restaurante Casa Bela e em arranjos florais da exposição assinada pelos artistas holandeses Jan Willem e Jessica Drost.

O curioso é que as “flores” não são a parte colorida, que é, na verdade, uma folha modificada chamada “bráctea”, semelhante às do bico-de-papagaio. Suas verdadeiras flores ficam agrupadas na espiga e são quase invisíveis a olho nu. Quando a espiga fica cheia de verrugas, é sinal de que as flores vão gerar sementes.

CAMPANHA CONTRA AS GORDURAS – Alertando para os riscos do consumo exagerado de gorduras, que aumenta o risco de doenças cardiovasculares, a Unimed Curitiba lança uma campanha especial para o Dia Mundial do Coração. Criado pela Bronx com o mote “O excesso de calorias é um dos maiores serial killers do mundo”, o vídeo chama a atenção para a relação entre maus hábitos alimentares e doenças cardiovasculares. O vídeo será exibido nas principais salas de cinema da capital paranaense e também no canal da cooperativa no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=LIE2e35A8sY

Da Redação, com Assessorias

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