A imunização de reforço para a Covid-19, aprovada pelo Ministério da Saúde, prioriza a população de idosos a partir de 70 anos de idade, assim como idosos institucionalizados e acamados, além de pessoas com alto grau de imunossupressão que receberam as duas doses de qualquer vacina contra Covid-19 ou a dose única da Janssen há mais de seis meses.
Em alguns estados e capitais, a terceira dose para os idosos já foi iniciada. No Estado do Rio, a cidade de Niterói sai na frente e começa a vacinar seus idosos a partir desta quarta-feira (1/9), começando pelos nonagenários. Na capital, a dose está prevista para começar a ser aplicada a partir do dia 15, se houver imunizantes disponíveis, já que o Ministério da Saúde tem atrasado a remessa de doses.
Embora estudos apontem que as vacinas aprovadas no país são eficazes, pessoas nesta faixa etária apresentam mais comorbidades e condições de saúde mais fragilizadas devido à imunossenescência, deterioração natural do sistema imunológico provocada pelo envelhecimento, e dessa forma a proteção vai diminuindo com o tempo.
A recomendação é aplicar a dose adicional em período superior a seis meses à data em que completaram o primeiro ciclo vacinal. No caso das pessoas imunossuprimidas, a indicação é que tomem a dose de reforço com, no mínimo 28 dias, após a segunda dose ou a dose única.
Geriatra aposta em redução dos casos entre idosos
Para a geriatra Bruna Fiuza, do Hospital Adventista Silvestre, a aplicação da segunda dose pode ajudar a diminuir os casos em idosos. “A terceira dose é um meio de reforçar o sistema imunológico para que, caso haja contato com o vírus, o paciente não tenha a forma mais grave da doença”, comenta.
Segundo ela, ainda não é possível distinguir os principais sintomas da Covid-19 em idosos que já tomaram vacinas. “Não existe diferença entre os sintomas. Mas o que se avalia, na prática, é um quadro mais brando de quem já tomou a vacina”, completa.
O Ministério da Saúde também anunciou a redução do intervalo entre as doses da vacina. O período anterior era de 12 semanas (três meses). A partir do dia 15 de setembro, o intervalo passará a ser de 8 semanas (dois meses).
Segundo a geriatra, os pacientes que, mesmo depois de tomarem a vacina, testarem positivo para a Covid-19, devem tomar sempre os mesmos cuidados. “É preciso adotar o isolamento domiciliar, para evitar a contaminação dos familiares, e monitorar os sintomas”, finaliza.
Estado do Rio inicia dose de reforço por Niterói
Em Niterói, a vacinação com a dose de reforço para pessoas com 90 anos ou mais segue nesta faixa etária na quinta-feira (2). Na sexta-feira (3) e sábado (4), é a vez dos idosos a partir de 85 anos. A vacinação deste grupo será feita com a vacina da Pfizer. Para receber a dose de reforço, os idosos devem comparecer a um dos oito postos de vacinação, munidos de comprovantes da primeira e da segunda dose recebidas e documento de identidade.
O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, explica que o reforço na vacinação dos idosos é uma medida importante para conter o avanço da variante delta que tem se espalhado rapidamente no Rio de Janeiro. Ele lembrou que o reforço na vacinação é recomendado pela Organização Pan-americana de Saúde, Ministério da Saúde e Secretaria de Estado de Saúde.
Estudos mais recentes confirmam que com cerca de 6 meses os idosos têm a redução da imunização. Por isso a importância da dose de reforço nesse público, já que ela aumenta consideravelmente a quantidade de anticorpos neutralizantes e garante mais proteção”, destacou o secretário.
Na semana passada, o município tornou-se também a primeira cidade do Estado do Rio a iniciar a aplicação da terceira dose em Instituições de Longa Permanência para Idosos que tomaram a segunda dose da vacina há seis meses ou mais. Segundo a SMS, nesta primeira etapa, cerca de 1.200 idosos deste grupo vão recebe a terceira dose.
Quais vacinas devem ser aplicadas na terceira dose
A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, após deliberação conjunta com o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), estabeleceu a inclusão, a partir desta quarta-feira (1/9), da dose de reforço contra a Covid-19 no Calendário Único de Vacinação do Estado do Rio de Janeiro.
A medida foi pactuada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e visa garantir a proteção da população de maior risco de adoecimento e de evolução para formas graves da doença.
A imunização de reforço foi recomendada também pelo Grupo de Especialistas em Vigilância Epidemiológica, que assessora a vigilância estadual. A SES reforça que continua pleiteando ao Ministério da Saúde que as pessoas maiores de 60 anos também sejam contempladas com a dose de reforço.
De acordo com a SES, as vacinas a serem utilizadas como dose de reforço devem pertencer, preferencialmente, a plataformas diferentes das que foram aplicadas no esquema com duas doses ou dose única, conforme tabela abaixo:
Dose 1 / Dose Única | Dose 2 | Dose de reforço |
Coronavac | Coronavac | Pfizer / Astrazeneca / Janssen |
Astrazeneca | Astrazeneca | Pfizer / Coronavac |
Pfizer | Pfizer | Astrazeneca / Janssen / Coronavac |
Janssen | – | Pfizer / Coronavac |
Astrazeneca (*) | Pfizer | Coronavac |
(*) caso de vacinação de gestantes e puérperas, eapvs graves, etc. Com Assessorias |