Os hospitais Glória D’Or e Niterói D’Or devem realizar cerca de 100 cirurgias cardiológicas por ano para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) no valor de R$ 3,6 milhões. As duas unidades particulares do Estado do Rio de Janeiro foram incluídas no programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde, para o reforço à rede pública.

Como contrapartida, a rede D´Or receberá créditos financeiros que podem ser utilizados para quitar tributos federais vencidos ou a vencer. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cerca de R$ 300 mil mensais serão destinados à realização de cirurgias de revascularização do miocárdio, procedimento fundamental para prevenir infartos e salvar vidas.

Isso garante maior velocidade no atendimento para essa cirurgia tão complexa. Com esse contrato, a gente garante equipes especializadas, equipamentos e todos os insumos para que brasileiros e brasileiras recebam esse atendimento sem precisar esperar meses pelo procedimento”, disse Padilha em solenidade de assinatura do contrato nesta segunda-feira (22).

As primeiras cirurgias realizadas pela rede D’Or no âmbito do programa estão previstas para janeiro de 2026. O encaminhamento dos pacientes será feito pelas secretarias municipais de saúde do Rio de Janeiro e de Niterói, com base nos critérios definidos pelas centrais locais de regulação.

Além da ampliação dos atendimentos, o Ministério da Saúde firmou uma carta de intenção com o Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa para cooperação em áreas como neurociências, oncologia, terapias avançadas e pesquisa clínica. 

Rio de Janeiro (RJ), 22/12/2025 – Ministro da Saúde, Alexandre Padilha durante anuncio da adesão da Rede D’or ao programa “Agora Tem Especialistas” Fotos: João Risi / MS
Ato de assinatura do contrato com a rede D´Or reuniu executivos e secretários municipal e estadual de Saúde do Rio (Fotos: João Risi / MS)

R$ 200 milhões para agilizar filas no SUS

Com a adesão das duas unidades da rede D´Or, o total de hospitais privados e filantrópicos participantes do programa chega a 28. Em 2025, o total de investimento em atendimentos adicionais ao SUS é de mais de R$ 150 milhões. Para o início de 2026, a expectativa do Ministério da Saúde é ampliar esse valor para R$ 200 milhões por ano.

Com a ampliação da participação do setor privado, o Ministério da Saúde busca reduzir o tempo de espera por atendimentos especializados em sete áreas prioritárias: oncologia, cardiologia, ortopedia, ginecologia, otorrinolaringologia, oftalmologia e nefrologia.

Com esses contratos, aproveitamos os profissionais, os equipamentos e os insumos que estão nesses hospitais. Isso faz uma diferença enorme para quem está aguardando há tanto tempo uma cirurgia ou um exame especializado no SUS”, disse o ministro.

Mais médicos anestesistas para ampliar cirurgias eletivas

No Rio de Janeiro, Padilha assinou ainda um acordo com a Sociedade Brasileira de Anestesiologia para mapear a necessidade de profissionais e ampliar a formação de anestesiologistas no país.

Um dos grandes desafios para a saúde do país, para ampliar o número de cirurgias eletivas, é ter cada vez mais anestesiologistas bem formados, qualificados e distribuídos pelo Brasil. Hoje, esse acordo histórico enfrenta diretamente o problema: vamos juntos qualificar 300 anestesiologistas e mapear os serviços em todo o país”, disse o ministro.

Mais 8 hospitais privados já estão atendendo ao SUS no Brasil

Atualmente, oito hospitais privados e filantrópicos já estão atendendo os pacientes do SUS pelo Agora Tem Especialistas:

  • Hospital das Clínicas em Alagoinhas (BA);
  • Fundação Lucas Machado/Feluma, em Belo Horizonte (MG);
  • Centro Especializado em Olhos Cynthia Charone, em Belém (PA);
  • Neotin Neonatal, em Niterói (RJ);
  • Hospital Santa Terezinha, em Sousa (PB);
  • Santa Casa de Sobral, no município do mesmo nome (CE); e
  • Hospitais Santa Maria e Med Imagem, ambos em Teresina (PI).  

Quase 160 hospitais privados tiveram suas manifestações de interesse aprovadas pela pasta e, agora, estão sendo avaliados pelos gestores locais. Desse modo, a expectativa é que ainda mais unidades de saúde atuem pelo programa na medida em que outros contratos forem firmados.  

Outras 20 instituições de vários estados brasileiros já passaram por todas as aprovações necessárias, e aguardam o encaminhamento de pacientes pela secretaria municipal. Juntos, esses 28 hospitais converterão em mais procedimentos especializados para o SUS o total de R$ 150 milhões de dívidas com a União.   

Atender as necessidades do SUS é um dos critérios para aprovação de novas adesões  

Para aderirem ao Agora Tem Especialistas, trocando dívidas por atendimentos gratuitos para o SUS, os hospitais privados precisam manifestar interesse. Em seguida, devem comprovar capacidade técnica e operacional e ofertar serviços de saúde que atendam as demandas da rede pública nos estados e municípios. Portanto, todas as entidades interessadas passam por um rigoroso processo de avaliação, que envolve o Ministério da Saúde e os gestores dos estados e municípios.  

Para garantirem regularidade fiscal com a quitação das dívidas federais, os hospitais recebem créditos financeiros com base na Tabela do Agora Tem Especialistas, cujos procedimentos são até quatro vezes maiores do que os da Tabela SUS. Esses créditos são usados para abater as dívidas e, também, tributos que ainda estão para vencer; portanto, hospitais privados com regularidade fiscal também podem participar.   

Além da conversão do pagamento de tributos em mais atendimentos para o SUS, o setor privado também está atuando pelo programa em outras frentes, como a oferta de atendimento móvel em carretas de saúde da mulher, oftalmológicas e de exames de imagem; ao participar de mutirões; ao reforçar o atendimento oncológico e em outras especialidades; entre outras ações.  

Fonte:Ministério da Saúde

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