Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacinação em massa evita entre 2 a 3 milhões de mortes por ano. Apesar das evidências científicas, a procura por vacinas importantes tem sido baixa nas últimas campanhas no Brasil. A vacina contra a gripe, por exemplo, foi liberada logo no começo de junho para toda a população porque não atingiu a cobertura esperada de 90% dos públicos prioritários.

Alguns estados ainda não atingiram a meta de vacinação entre os grupos de riscos, como idosos, gestantes e crianças. É o caso do Rio de Janeiro, líder da lista. No estado, até 15 de junho, prossegue a vacinação para os grupos prioritários. Mas o que tem levado as pessoas a deixar de procurar a vacina, apesar dos inúmeros dados sobre sua eficácia?

Segundo Flavia Carijó, vacinologista coordenadora médica da Rede Prophylaxis, esse é um fenômeno mundial e a OMS alertou recentemente para esse fato. A OMS acaba de incluir entre as 10 maiores ameaças à saúde pública o que se convencionou chamar de HESITAÇÃO EM VACINAR, que é a relutância ou recusa em se vacinar contra uma doença infecciosa imunoprevenível (saiba mais aqui).

São três os fatores principais para essa baixa adesão:

– Percepção errônea que algumas doenças não existem mais. Elas foram eliminadas de uma determinada região, mas não erradicas. Ou seja, basta o vírus encontrar um grupo suscetível para que ela se reproduza novamente. A única doença infectocontagiosa erradica no mundo todo é a varíola.

– Medo das reações das vacinas. As reações, quando ocorrem, são brandas e transitórias. O risco da doença é muito maior do que da reação a ela.

– Fake News. Na era das redes socias, whatsapp etc, uma informação errônea se multiplica com muita facilidade. No primeiro ano que a vacina de gripe começou a ser oferecida na rede pública, o primeiro boato era que a vacina era para “matar velhinhos” para não pagar as aposentadorias. No ano seguinte, surgiu a história que ela deixava impotente.

O poder das vacinas

No dia 9 de junho é comemorado o Dia Mundial da Imunização e, com isso, é importante alertar a população sobre a importância da vacinação ao longo da vida para a prevenção de diversas doenças sérias. As vacinas reduzem o risco de infecção, evitam o agravamento de doenças, internações e até mesmo óbitos, estimulando as defesas naturais do corpo, ajudando-o a desenvolver a imunidade. 

Além disso, quando altas coberturas vacinais são atingidas, os efeitos benéficos da vacinação contra algumas doenças não estão limitados somente às pessoas que foram imunizadas. vacinação em massa permite, não somente proteção individual, mas também a proteção de toda a população, reduzindo a incidência de doenças e impedindo a transmissão para pessoas suscetíveis.

“A vacinação é um dos principais métodos de prevenção e qualquer desconforto causado por uma vacina é, geralmente, menor do que o risco de se contrair uma doença. Não se vacinar e impedir a imunização de crianças e adolescentes pode causar aumento da morbidade e da mortalidade, e enormes problemas para a saúde pública, como o ressurgimento de doenças graves ou o retorno de agravos de forma epidêmica, como a poliomielite, o sarampo, a rubéola, entre outros”, alerta o Dr. Jessé Alves, infectologista e gerente médico de vacinas da GSK.

Segundo o Ministério da Saúde, a população pode se vacinar gratuitamente nas mais de 36 mil salas de vacinação localizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de todo o país. Para isso, basta comparecer a um posto de saúde com o cartão de vacinação em mãos. “Caso tenha perdido o cartão de vacinação, a orientação é procurar um posto de saúde onde recebeu as vacinas, tentar resgatar o histórico, e refazer uma nova caderneta. Mas, é importante frisar que a falta da caderneta não impede a vacinação. Mesmo sem a caderneta, a população pode e deve se imunizar”, orienta Dr. Jessé Alves.

VACINA PARA TODOS

O Calendário Nacional de Vacinação, do Ministério da Saúde, contempla não só as crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos e gestantes. Ao todo, são disponibilizadas gratuitamente 19 vacinas para mais de 20 doenças como meningite, pneumonia, coqueluche e gripe, cuja proteção inicia ainda nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a vida.

O Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), vacinas recomendadas pela OMS para todas as fases da vida, desde recém-nascido a idoso, como BCG (para prevenção de formas graves de tuberculose em crianças); Hepatite B; VIP/VOP (vacina inativada e vacina oral contra poliomielite – paralisia infantil); Pneumocócica (contra a infecção por pneumococo que causa meningite, pneumonia e infecção de ouvido – otite); Meningite Meningocócica pelo sorogrupo C (conjugada); Febre Amarela; Hepatite A; Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola); Tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela – catapora); entre outras.1,7 

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) possuem calendários de vacinação com recomendações que complementam o PNI, abrangendo também vacinas que atualmente só estão disponíveis na rede privada para a imunização de crianças, jovens, adultos, gestantes e idosos.

Da Redação, com Assessorias

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