Nesta segunda (28) e terça (29), a fachada do Congresso Nacional recebe iluminação especial, na cor amarela, para marcar o Dia Mundial das Hepatites Virais (28/7), data criada em 2010 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um marco central da campanha para aumentar a conscientização sobre o problema.
No Brasil, a Lei 13.802/2019 instituiu o Julho Amarelo, uma campanha anual que concentra ações relacionadas à luta contra as hepatites virais em todo o território nacional.  A ideia é alertar os cidadãos sobre a importância de prevenir, diagnosticar e tratar as hepatites virais — infecções que atingem o fígado e causam alterações leves, moderadas ou graves, podendo evoluir para doenças como a cirrose e o câncer e até levar à morte.
No Brasil, a campanha Julho Amarelo foi instituída pela Lei nº 13.802/2019 e tem como objetivo promover a conscientização e a mobilização coletiva durante todo o mês; além de impulsionar ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais

Grave problema de saúde pública em todo o mundo, as hepatites virais mais comuns no Brasil são as causadas pelos vírus A, B e C. As vacinas são as principais estratégias de prevenção contra as hepatites A e B e ainda não existe vacina contra a hepatite C.

Para alguns tipos de hepatite existe cura definitiva, enquanto para outros há tratamentos que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos doentes. Quanto mais rápido se descobre a doença, maiores são as chances de tratamento eficaz e menor o risco de sequelas graves.
A maior preocupação das autoridades sanitárias atualmente é com a hepatite C, para a qual ainda não existe vacina. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, chegou a registrar 1.089 casos de hepatite C em 2015. Nos anos seguintes, o número de casos reduziu, chegando a ter registro de 716 casos em 2023, e 448 até junho de 2024.
Em Niterói, no ano de 2024, foram notificados 105 casos de hepatites virais. Destes, 93 casos são de residentes locais. Quanto à classificação etiológica, o vírus do tipo C continua sendo o mais prevalente conforme anos anteriores, seguido pelo vírus do tipo B, segundo dados de notificação e vigilância epidemiológica.
Contra a hepatite C não existe vacina, porém, há tratamento, cujo índice de cura é de 90%.  De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio), com a introdução das chamadas drogas de ação direta (DAA), o tratamento para a hepatite C foi simplificado, tendo seu tempo de duração reduzido (de 12 a 24 semanas dependendo do estadiamento da doença no diagnóstico), além de ser bem tolerado e ter alta taxa de resposta, levando à cura. 

Rio oferece tratamento em 240 unidades de saúde

Como diagnóstico precoce salva vidas, principalmente em casos como os de hepatites virais, os municípios do Rio de Janeiro e Niterói buscam reforçar a importância da prevenção. No Rio, o tratamento contra a doença está disponível em todas as 240 unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde), com vacinação, testes rápidos e dispensação de medicamentos.
O município oferta testagem rápida para hepatites virais B e C e vacinação para as hepatites A e B. A retirada de medicamentos para tratamento das hepatites virais B e C está disponível em 17 unidades municipais dispensadoras. Os avanços no tratamento e diagnóstico no SUS foram essenciais para a redução de casos notificados nos últimos anos.
A vacinação contra as hepatites A e B está disponível nas clínicas da família e centros municipais de saúde espalhados por toda a cidade, além do Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, que funciona todos os dias, das 8h às 22h; e do Super Centro Carioca de Vacinação – unidade Campo Grande, localizado no ParkShoppingCampoGrande, que também funciona todos os dias, de acordo com o horário de funcionamento do centro comercial.

Niterói investe no diagnóstico precoce e faz ações no Julho Amarelo

Para lidar com essa doença, a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói possui uma Assessoria Técnica de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids) e Hepatites Virais que funciona na Coordenação de Vigilância em Saúde; e realiza programas de prevenção e acompanhamento de casos nas unidades básicas de saúde, policlínicas e unidades do Programa Médico de Família.
O diagnóstico precoce pode evitar a progressão para formas mais graves das doenças e nosso município realiza os testes rápidos para detecção das hepatites em todas as suas unidades de saúde, além de fazer o acompanhamento dos pacientes. É importante frisar que todas as pessoas precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida. No caso daqueles que são mais vulneráveis, esses testes precisam ser feitos de forma periódica”, afirma a secretária municipal de Saúde, Ilza Fellows.
A campanha Julho Amarelo conta com diversas ações promovidas pela Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal de Saúde. Durante todo o mês, há uma vasta programação de atividades, como aplicação de vacinas, testagem rápida, palestras educativas e atualização sobre Hepatite B e C para os profissionais da rede.
Até o dia 31, as unidades de saúde intensificam suas atividades repetindo a ação simbólica do tradicional Cantinho Amarelo,  enfeitando lugares estratégicos com balões, flores, tecidos ou qualquer outro material na cor amarela. Esses espaços de circulação e visibilidade devem servir como pontos focais para distribuição de materiais informativos e realização de abordagens educativas sobre as hepatites B e C.

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Companhia de Limpeza de Niterói promove vacinação para colaboradores

Iniciativa incluiu doses contra Influenza e Hepatite B, roda de conversa com especialista e distribuição de materiais informativos

A Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) promoveu, na última quarta-feira (23), uma ação de vacinação voltada aos seus colaboradores. A iniciativa, realizada na sede da empresa e nos 14 distritos de limpeza urbana, ofereceu imunização contra Influenza e Hepatite B. A atividade integrou a campanha Julho Amarelo, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e a Fundação Estatal de Saúde de Niterói (FeSaúde).

Além da vacinação, os funcionários participaram de uma roda de conversa conduzida pelo professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Renato Bergallo, preceptor do Programa Médico de Família do Morro do Boa Vista. Acompanhado de seus alunos, o especialista abordou temas como os diferentes tipos de hepatite, formas de contágio, prevenção, sintomas e tratamentos. Também foram distribuídos materiais informativos sobre o tema.

Trazer a vacinação para dentro da Clin foi uma ação essencial. Sabemos que os postos de saúde estão próximos, mas é no trabalho que as pessoas passam a maior parte do tempo. Levar saúde ao ambiente laboral é fundamental. Nossa roda de conversa foi produtiva, com boa participação e muitos esclarecimentos”, destacou Dr. Renato Bergallo.
A ação foi bem recebida pelos colaboradores. Gari há 31 anos, Carlos Eduardo Machado elogiou a iniciativa. “Tomei as duas vacinas. É algo muito positivo para nós, funcionários, que muitas vezes não temos tempo ou nem consciência da importância da vacinação. O trabalho do serviço social da empresa nos incentiva bastante”, concluiu.
No dia 26, ocorreu uma ação conjunta do Julho Amarelo com o Dia Delas, voltado para prevenção do câncer de mama e útero. Das 8h às 17h, será feita abordagem educativa sobre as hepatites, além de vacinação contra hepatite B, testagem rápida das hepatites B e C e distribuição de insumos de prevenção nas unidades de saúde.

Hepatites podem levar a cirrose e câncer de fígado

A hepatite viral é uma inflamação no fígado causada por vírus. Na maioria dos casos ocorre a cura espontânea, porém uma parcela dos pacientes pode apresentar a forma crônica da doença e evoluir para cirrose e câncer de fígado quando não tratados. O tratamento é feito com medicação por via oral e o paciente deve permanecer em acompanhamento médico regular.

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as dos tipos A, B e C e cada uma delas tem suas particularidades. Na maioria das vezes, as hepatites são doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas, quando estas aparecem, se manifestam na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes clarasEm sua evolução para hepatite crônica há complicações como cirrose hepática e câncer no fígado.

A hepatite A é de transmissão fecal-oral, por água e alimentos contaminados ou contato pessoal com pessoas infectadas e está diretamente relacionada às condições ruins de saneamento básico, higiene e tratamento da água. O tratamento é feito apenas com o uso de remédios para os sintomas apresentados.

Ela pode ser prevenida lavando bem as mãos e alimentos e consumindo água filtrada e fervida. Mas a principal forma de prevenção desta hepatite é com a vacinação, disponível no SUS, preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Crianças menores de 5 anos e pacientes a partir de 1 ano, pessoas usuárias de PREP, pacientes com doença hepática crônica, imunodeprimidos e na presença de outras doenças específicas, conforme protocolo do Ministério da Saúde, podem e devem se imunizar.

Hepatites B e C são transmitidas sexualmente

Já no caso da hepatite B, o vírus se apresenta no sangue e em secreções, classificando a doença como uma infecção sexualmente transmissível, podendo também ocorrer transmissão vertical em gestantes (de mãe para o bebê). Os sintomas podem se manifestar ou não, podendo ser totalmente assintomática.

A melhor forma de prevenção é a vacinação, associada ao uso de preservativos em todas as relações sexuais. Ambos são disponibilizados gratuitamente nas unidades básicas de saúde.

A vacina é a principal medida de prevenção contra a hepatite B, sendo extremamente eficaz e segura.  Outras medidas são usar preservativo e não compartilhar objetos de uso pessoal como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente e material de manicure e pedicure.

A hepatite C tem como principal forma de transmissão o contato com sangue, por meio da transfusão de sangue ou hemoderivados contaminados, drogas injetáveis ou inaláveis e compartilhamento de material cortante não esterilizado, podendo também ser sexualmente transmitida.
A doença se torna crônica em 80% dos casos e na maioria das vezes é assintomática. Para evitar a infecção, é importante não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente etc.) e usar preservativo nas relações sexuais.

Medidas simples como usar preservativos, exigir materiais descartáveis e esterilizados em estúdios de tatuagem, salões com manicures e pedicures e não compartilhar agulhas e seringas podem prevenir a infecção”, explica a coordenadora municipal de IST/AIDS e Hepatites Virais de Niterói, Márcia Santana.

Testagem é fundamental para diagnóstico precoce

Além da vacinação, o diagnóstico precoce é de extrema importância, pois reforça o resultado e eficiência da testagem rápida, principalmente com foco nas populações mais vulneráveis, que são: profissionais de saúde, pessoas acima de 40 anos, pessoas vivendo com HIV, pessoas que fazem ou já fizeram hemodiálise e usuários de álcool e outras drogas.
A testagem de mulheres grávidas ou com intenção de engravidar também é fundamental para prevenir a transmissão para o bebê. A profilaxia para a criança após o nascimento reduz drasticamente o risco de transmissão vertical.
Toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada adequadamente.
Com assessorias
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