A hanseníase é uma doença que provoca lesões de pele e danos aos nervos, podendo causar deficiência física, caso os pacientes não sejam diagnosticados precocemente e recebam o tratamento adequado. Apesar de ser uma condição que tem cura e é conhecida pela Humanidade há milhares de anos, ainda hoje a doença não foi eliminada, atingindo cerca de 200 mil pessoas no mundo, anualmente.

O Rio de Janeiro é um dos estados com mais casos de hanseníase do Brasil, segundo país com maior incidência da doença no mundo, atrás apenas da Índia.  Apenas entre janeiro e novembro de 2023, mais de 19 mil pessoas foram diagnosticadas com a enfermidade em todo o país, segundo o Ministério da Saúde, mas a Sociedade Brasileira de Hansenologia diz que o número de pessoas com a doença pode ser ainda maior, já que, após a pandemia de Covid-19, o número de diagnósticos diminuiu cerca de 40%.

Como parte da estratégia de barrar a doença, uma carreta do Programa Roda-Hans chegou na semana passada ao Estado do Rio e leva consultas e exames gratuitospara identificação de casos de pessoas com hanseníase em três cidades fluminenses – Campos dos Goytacazes, Nova Iguaçu e Magé.

O programa é uma parceria do Ministério da Saúde com a farmacêutica Novartis Brasil e conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A coordenação dos trabalhos no Rio de Janeiro é da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ).

Qualquer pessoa que tenha queixas dermatológicas – como micoses, feridas que demoram a cicatrizar e manchas na pele – pode ser examinada pela equipe médica, formada por dermatologistas especializados.

A carreta também oferece testes rápidos e o exame de baciloscopia, este último a partir de uma parceria com a Fiocruz. O atendimento é gratuito e por ordem de chegada.

O diagnóstico precoce é fundamental para que os casos de hanseníase sejam tratados adequadamente e para que consigamos ter uma boa resposta para o tratamento e impedir as lesões incapacitantes em caso de diagnóstico tardio”, afirma a secretária de Estado de Saúde, Claudia Melo.

Próximas paradas da carreta

O trajeto do Roda-Hans no wstado do Rio começou pelo município de Campos dos Goytacazes, onde a carreta realizou 161 atendimentos durante quatro dias, entre 17 e 20 de junho.

Entre terça e sexta-feira (dias 25 a 28), a carreta está em Nova Iguaçu, das 8h às 16h, na Praça Rui Barbosa.

Na próxima semana, na terça (2/07) e na quarta-feira (3/07), O Roda-Hans estará na Praça Sete de Setembro, em Piabetá, em Magé.

Já na quinta (04/07) e na sexta-feira (05/07), os atendimentos e exames gratuitos estarão disponíveis para a população na Praça Nilo Peçanha, no Centro de Magé.

Programa inclui capacitação para Atenção Primária dos municípios fluminenses 

Além do atendimento à população, o Programa Roda-Hans oferece oficinas de capacitação em ações de controle da Hanseníase. O treinamento é dirigido para profissionais da Atenção Básica e do Programa Mais Médicos de vários municípios e acontece na sede da SES-RJ, no Rio Comprido, nos dias 26 de junho e 1º de julho.

Participam da capacitação profissionais de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Mesquita, São João de Meriti, Japeri, Belford Roxo, Seropédica, Queimados, Nilópolis, Magé, Guapimirim, Duque de Caxias, Teresópolis, Petrópolis, Itaguaí e Mangaratiba.

Em Campos dos Goytacazes, na primeira fase do programa, participaram das oficinas 146 profissionais – entre médicos, enfermeiros, psicólogos e agentes de saúde – das cidades de Macaé, São João da Barra, Quissamã, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, Conceição de Macabu, Carapebus e Campos.

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Mais sobre o programa Roda-Hans

O programa Roda-Hans foi criado em 2009, fruto de uma parceria da Novartis com o Ministério da Saúde, renovada em 2024. Desde o ano passado, o programa também conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

A entidade realiza capacitações sobre a doença, voltadas aos profissionais de saúde dos municípios por onde a carreta passa. Além do Rio de Janeiro, o programa já passou pelo Espírito Santo e por Minas Gerais no primeiro semestre de 2024.

Há mais de 30 anos, a Novartis tem trabalhado com parceiros em todo o mundo para eliminar a hanseníase. Desde 2000, por meio da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Novartis já doou mais de 70 milhões de unidades de poliquimioterapia (PQT), avaliadas em aproximadamente 124 milhões de dólares, o que ajudou a tratar mais de 7,5 milhões de pacientes com hanseníase em todo o mundo, promovendo cura e interrupção da transmissão.

A Novartis atua também no enfrentamento a outras doenças negligenciadas, aquelas que se proliferam sobretudo em comunidades carentes ao redor do mundo, como doença de Chagas, malária e doença falciforme.

Com informações da SES-RJ e Novartis

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