Mesmo faltando quase um mês para o início do inverno (21 de junho), a frente fria que chegou nesta semana ao Brasil baixou as temperaturas, já mostrando a cara da próxima estação. Como o frio e os ambientes mais fechados favorecem a transmissão de infecções virais, muita gente tira, além de casacos e cobertores do armário, os medicamentos para gripes e resfriados. Mas é preciso ter cuidado, porque embora eles tenham livre acesso nas farmácias, podem trazer alguns riscos
Uma pesquisa realizada no ano passado pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) revelou um cenário alarmante: nove em cada dez brasileiros se automedicam. Segundo o estudo, esse hábito afeta principalmente mulheres, pessoas economicamente ativas e com maior nível de instrução e pode acarretar sérias consequências para a saúde. Entre os medicamentos mais consumidos livremente estão os indicados para gripe, resfriado, febre, tosse, dores de cabeça e na barriga.
A automedicação sempre é um risco e mesmo os remédios mais comuns podem provocar alergias, efeitos colaterais, interação com outros medicamentos ou ainda mascarar problemas mais graves. O ideal é sempre conversar com um médico antes de recorrer a esses remédios”, explica a clínica médica dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, Larissa Hermann. “Nos casos de sintomas como febre alta que não melhora, dificuldade para respirar e fadiga, é fundamental procurar atendimento médico”, complementa.
Alerta
O frio não age diretamente no sistema imunológico, mas pode ser um fator importante para gripes e resfriados. Isso acontece porque em dias mais gelados, a tendência é que as pessoas se concentrem em ambientes mais fechados, o que, aliado ao ar seco e frio, facilita o aumento de doenças respiratórias
Para evitar gripes e resfriados, a médica orienta que é importante usar roupas adequadas para manter o corpo aquecido. Outro alerta importante é tomar cuidados também em casa, que acaba ficando menos arejada, para evitar mofo e áreas úmidas. “É preciso seguir com as recomendações aprendidas durante a pandemia, como a higienização constante das mãos com álcool em gel. Boa alimentação, hidratação e higiene nasal com soro fisiológico auxiliam a evitar quadros respiratórios”, acrescenta Larissa.
Cuidados com a saúde devem ser redobrados durante os dias frios
Pneumologista explica como o clima frio favorece infecções respiratórias e reforça a importância da vacinação, hidratação e de manter os ambientes ventilados
Com a intensificação das ondas de frio em boa parte do país, cresce a preocupação com os impactos que as baixas temperaturas e o clima seco podem causar à saúde, especialmente no sistema respiratório.
De acordo com Sandra Guimarães, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o frio intenso exige atenção redobrada de toda a população, sobretudo de idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.
As temperaturas mais baixas favorecem a circulação de vírus respiratórios, como o influenza e o coronavírus, e aumentam a concentração de poluentes nas cidades, o que pode agravar crises de asma, bronquite e outras doenças pulmonares.
O ar seco, comum nessa época, contribui para o ressecamento das mucosas, deixando o organismo mais vulnerável a infecções. A médica também destaca que a permanência em locais fechados e pouco ventilados facilita a propagação de vírus e bactérias.
Nesse contexto, manter hábitos de prevenção se torna essencial. Hidratar-se bem, mesmo sem sentir sede, ajuda a preservar a integridade das vias respiratórias e auxilia o funcionamento geral do organismo. A alimentação balanceada, com frutas e verduras ricas em vitaminas, especialmente a vitamina C, fortalece o sistema imunológico e oferece maior resistência a infecções.
Outro ponto importante é a atualização da carteira de vacinação. Dra. Sandra ressalta que a imunização contra a gripe, a pneumonia e a Covid-19 continua sendo uma das formas mais eficazes de evitar complicações respiratórias, especialmente entre os grupos mais vulneráveis.
Apesar do desconforto térmico, manter os ambientes arejados é fundamental. A ventilação adequada contribui para a dispersão de vírus em espaços internos. A pneumologista também chama atenção para o uso cuidadoso de aquecedores e lareiras, que, além dos riscos de acidentes, reduzem ainda mais a umidade do ar, piorando quadros respiratórios já existentes.
Por fim, é importante estar atento a sinais como tosse persistente, chiado no peito, febre e falta de ar. Esses sintomas podem indicar complicações respiratórias e exigem avaliação médica rápida. Quando persistentes ou associados a piora no quadro geral, a recomendação é procurar o serviço de pronto atendimento o quanto antes, especialmente no caso de idosos e pessoas com doenças crônicas.
Com prevenção, cuidado e informação, é possível enfrentar os desafios do frio intenso e do tempo seco com mais saúde e segurança.
Com Assessorias