A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro monitora, por dez dias, todas as 15 pessoas funcionários do BioParque Rio, possivelmente expostas ao vírus da gripe aviária, após a morte de nove galinhas d’angola com a doença. Por enquanto, não há nenhum caso suspeito em humanos no estado e, de acordo com a secretaria, a transmissão do vírus H5N1 de animais para humanos é rara. O vírus também não é propagado de uma pessoa para a outra.

Por causa do incidente, o BioParque está fechado desde o dia 17, mas foi reaberto nesta quinta-feira (24), “com a adoção de medidas necessárias e autorização dos órgãos fiscalizadores”, segundo a administração. A única área que permanecerá interditada ao público é a Savana Africana, onde as galinhas d’angolas ficavam.

Sempre que ocorre a suspeita em uma ave, a SES-RJ é acionada pela Secretaria estadual de Agricultura para esse acompanhamento. O monitoramento dos expostos iniciou no dia 17/07, no plantão do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), com a identificação do local de residência para repassar as informações para as respectivas vigilâncias municipais. Essas pessoas serão monitoradas ao longo de dez dias, conforme explicou a superintendente de Emergências em Saúde Pública da SES-RJ, Silvia Carvalho.

Casos de transmissão do vírus H5N1 para humanos são raros. Porém, se nesse período de monitoramento uma dessas pessoas apresentar algum sintoma respiratório, é aberto um protocolo de caso suspeito humano, e a pessoa é orientada a ficar em isolamento em sua própria residência. O material colhido é encaminhado ao Laboratório Central Noel Nutels (Lacen) e ao laboratório nacional de referência (Fiocruz) para análise, de modo a verificar se há ou não a presença do vírus.

Desde 2010, apenas 75 casos em humanos foram registrados em toda a região das Américas, e dois deles levaram à óbito, de acordo com dados da Organização Panamericana de Saúde (Opas), órgão que representa a Organização Mundial da Saúde (OMS) na região. O Brasil nunca registrou casos de gripe aviária em humanos.

Já casos em animais são registrados no país desde 2023 e, este ano, foram confirmados 183 focos de influenza aviária de alta patogenicidade, nome técnico da gripe aviária. Além do episódio do Bioparque, há outras três investigações em andamento no estado de São Paulo, duas envolvendo aves silvestres e uma relacionada a aves domésticas.

Em 18 de junho, o Brasil havia se declarado livre da doença, após encerrar o processo de desinfecção de uma granja no Rio Grande do Sul. O Ministério da Agricultura e Pecuária ainda não informou se os casos do BioParque afetam o status do país.

Entenda a situação

A infecção das nove aves encontradas mortas foi confirmada pelo próprio parque, após análise laboratorial feita pelo laboratório de referência do Ministério da Agricultura e Pecuária, em Campinas (SP) e validado por autoridades sanitárias. O zoológico declarou, em nota, que todas as aves infectadas estavam em uma mesma área do parque “que permanecerá interditada por 14 dias como medida preventiva, conforme protocolos de biossegurança”.

A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou, nesta terça-feira (22), a contaminação de aves do BioParque do Rio pelo vírus da Influenza Aviária. Segundo a Superintendência de Defesa Agropecuária Estadual, a doença infectou galinhas-d’Angola e os técnicos já adotaram todas as medidas necessárias para controle e prevenção da disseminação do vírus.

-A confirmação do caso reforça a importância do trabalho permanente da equipe de Defesa Agropecuária na vigilância ativa e resposta imediata. Garantir a segurança sanitária e reforçar as medidas de prevenção são pontos chaves. Seguimos trabalhando com responsabilidade e em total alinhamento com os órgãos federais para proteger a saúde animal e humana _ destaca o secretário de Agricultura, Dr. Flávio.

Medidas de controle e monitoramento são intensificadas

No período em que ocorreu a suspeita, o BioParque foi interditado. A área da savana, onde estavam os animais doentes, permanecerá isolada e em quarentena por 14 dias. Durante esse período, os visitantes não terão acesso ao local. As demais áreas serão reabertas ao público.

A Secretaria de Estado de Agricultura, em conjunto com o Ministério da Agricultura e os responsáveis técnicos do parque, vem executando ações como o isolamento total da área afetada; monitoramento clínico de todas as aves; vistorias técnicas; rastreamento e controle de entrada e saída de materiais e pessoas.

Ainda segundo a pasta. “a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne ou ovos, mas a rápida detecção e contenção são vitais para proteger a saúde animal, humana e a economia do setor”.

A Defesa Agropecuária, autoridade competente para a definição das medidas sanitárias cabíveis, está tratando com técnicos do Ministério da Agricultura, da Secretaria de Estado de Saúde e do BioParque para estabelecer as ações relacionadas à preservação saúde das aves existentes no local e segurança dos visitantes do Parque, possibilitando, em breve, o retorno da visitação, com restrição de áreas de acesso ao público”, ressalta o superintendente de Defesa Agropecuária, Paulo Henrique Moraes.

Com informações da SES-RJ e da Agência Brasil

 

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