Fonoaudiólogo formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pós-graduado em Audiologia Clínica pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Cristiano de Oliveira recebeu o diagnóstico de autismo aos 34 anos, sua idade atual. Aficcionado pelo gênero documentário, decidiu fazer um filme para abordar esse tema.

Cristiano é diretor de Stimados Autistas, disponibilizado nesta terça-feira, 13, às 17h, na edição online do Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência’. O média-metragem fala sobre o diagnóstico tardio de autistas adultos e de como é conviver sem uma definição e o que muda após a confirmação. O filme, que também conta a experiência pessoal do diretor, levou dois meses para ficar pronto.

Fico muito feliz em participar do Assim Vivemos. Para mim, é o reconhecimento por um trabalho bem feito. Os espectadores poderão aprender sobre autismo a partir do ponto de vista dos próprios autistas. O documentário aborda diversos temas de relevância dentro do autismo, mas a mensagem principal é a importância do diagnóstico para a melhor compreensão de si mesmo e de seu lugar no mundo”, comenta Cristiano

O fonoaudiólogo foi responsável por todo o processo, desde a concepção até a finalização. Gravado remotamente durante a pandemia, Stimados Autistas entrevistou seis personagens e também gravou depoimento contando sua história. Entre as personagens, está Polyana Sá (foto), de 19 anos, diagnosticada aos 15 anos. O título é um trocadilho com o termo ‘Stim’, expressão em inglês para comportamentos repetitivos e estereotipados, com a palavra ‘estimados’.

O caminho para acabar com mitos sobre autismo é ouvir o que os próprios autistas têm a dizer. Como foi feito no nosso documentário: foi produzido por uma pessoa autista, com convidados autistas, e com diversidade de pontos de vista. Com a presença de homens, mulheres, negros e brancos, com diferentes personalidades e necessidades de suporte variados”, ressalta o diretor.

Debate ‘Autismo e Neurodiversidade’

Após a exibição, às 19h, acontece o debate Autismo e Neurodiversidade com participação de Cristiano de Oliveira e de Laís Silveira Costa, cofundadora do AcolheDown, membro do Inclusive e do Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência. A mediação será feita por Lara Pozzobon, uma das fundadoras do Assim Vivemos.

Doutora em saúde pública pela ENSP-Fiocruz, onde hoje atua como docente e pesquisadora, Laís relaciona os processos de mudanças na saúde com a necessidade de emancipação dos sujeitos e atuado no acolhimento de familiares de PcD. Organiza processos de discussões científicas, políticas e de engajamento público, com impacto na formação de conhecimento que traz à luz pessoas ignoradas historicamente.

Saiba mais sobre o festival ‘Assim Vivemos’

Cena do filme brasileiro ‘Estrangeiros’, de Sônia Machado Lima (Divulgação)

Participam do Assim Vivemos 2021, ao todo, 14 filmes nacionais e estrangeiros de edições passadas e dois inéditos brasileiros entre curtas, médias e longas-metragens. Realizado bienalmente desde 2003 – há 18 anos – no segundo semestre de 2021 está prevista a 10ª edição com produções inéditas.

Os filmes contam com recursos de acessibilidade como a audiodescrição e as legendas LSE (para surdos e ensurdecidos), além interpretação em LIBRAS. Os debates têm interpretação em LIBRAS. Será distribuído gratuitamente por e-mail material didático com sugestões de atividades para professores e profissionais da área, inspirado nos temas retratados nas produções, podendo ser aplicadas tanto para alunos como para professores. 

Esta edição online só foi possível porque a Cinema Falado Produções, organizadora do festival, foi contemplada no edital Lei Aldir Blanc. O evento é presencial nas cidades do Rio de Janeiro, de Brasília e de São Paulo. Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Aldir Blanc, apresentam o evento.

Até o dia 13, as produções serão disponibilizadas em duas sessões diárias: às 15h e às 17h.  Até quarta-feira, 14, último dia do evento, todo o conteúdo ficará disponível no site. Para assistir aos filmes, basta entrar em www.assimvivemos.com.br.

Conheça as histórias do André, personagem da Turma da Mônica com autismo

Com o propósito de levar cada vez mais informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), até o final de abril, considerado o mês do autismo, as histórias em quadrinhos do André, personagem com autismo da Turma da Mônica, estarão disponíveis para download por meio do link.

A ação é promovida pelo Instituto Mauricio de Sousa (IMS), em parceria com a Revista Autismo e o Instituto Singular. O objetivo é dar auxílio às pessoas para que saibam dos sintomas do espectro, alerte pais, familiares e professores sobre a importância do diagnóstico precoce e esclareça sobre o comportamento que deve ser adotado com uma criança autista.

Com Assessorias

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