Essa é a quarta morte registrada no estado em consequência da doença. Os outros três óbitos foram confirmados em Cachoeiras de Macacu, Paraty e Macaé. Os casos são considerados episódios isolados. Não houve novos registros de casos graves e internações relacionados à febre do Oropouche nos municípios onde aconteceram as mortes.
Em 2025, até esta quarta-feira (4), foram registrados 1.836 casos confirmados da doença no estado. As cidades que concentram mais notificações são: Cachoeiras de Macacu (672), Macaé (517), Angra dos Reis (392) e Guapimirim (172).
A partir da notificação da suspeita da primeira morte, a comissão de investigação de óbitos da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) se dedicou a investigar o caso de forma minuciosa, com o apoio de técnicos do Ministério da Saúde. Os protocolos de vigilância epidemiológica e controle da doença também foram aprimorados.
Desde que o vírus entrou em nosso estado, no ano passado, temos trabalhado no aperfeiçoamento de nossas rotinas e na assistência oferecida aos pacientes. A SES-RJ monitora semanalmente o avanço da Oropouche e temos feito capacitações com os municípios com o objetivo de evitar a proliferação da doença”, destacou a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
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A febre do Oropouche é transmitida principalmente pelo maruim (Culicoides paraensis), inseto bem pequeno e corriqueiro em áreas de mata, cachoeiras e plantação de bananeiras. Os sintomas são parecidos com os da dengue. O período de incubação dura entre quatro e oito dias. O início geralmente é marcado por febre, dor de cabeça, dor nas articulações, dor muscular, calafrios e, às vezes, náuseas e vômitos persistentes por até cinco a sete dias. Na maioria dos casos, o paciente se recupera em uma semana.
A febre do Oropouche é nova no nosso estado e requer atenção redobrada. O maruim é bem pequeno e corriqueiro em locais silvestres e áreas de mata. Por isso, a recomendação é usar roupas que cubram a maior parte do corpo, passar óleos corporais nas áreas expostas da pele, limpar terrenos e locais de criação de animais, recolher folhas e frutos que caem no solo e instalar telas de malha fina em portas e janelas”, explica o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde do estado, Mário Sergio Ribeiro.
Nilópolis quer força-tarefa para investigar presença do mosquito maruim
A Prefeitura Municipal de Nilópolis, por meio das Secretarias de Saúde, Meio Ambiente e os setores de Controle de Vetores e Epidemiologia, enviou ofício à Secretaria de Estado de Saúde (SES) e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para que seja feita uma investigação profunda e descobrir se há presença do inseto Culicoides paraenses, popularmente conhecido como ‘maruim’ ou ‘mosquito-pólvora’, no município. Ele é o transmissor da febre oropouche.
Há dois meses o setor de Controle de Vetores criou armadilhas- com água e levedo de cerveja em paletas de Eucatex- nas residências para recolher ovos do mosquito Aedes aegypt, transmissor de dengue, zika e chikungunya. “ Já promovemos ações de bloqueio a vetores com a equipe de Controle de Vetores no entorno do Parque Natural do Gericinó Prefeito Farid Abrão”, explicou o secretário de Saúde André Esteves.
A ação preventiva será direcionada agora ao mosquito maruim, com colocação dessas armadilhas dentro do parque, para descobrir se há ovos desse inseto no local. A atividade ocorre depois do falecimento da paciente G. C. em um hospital particular em Nilópolis.
O marido dela, no relatório da visita domiciliar feita pela equipe da secretaria, disse que estiveram em uma chácara, em São Pedro da Aldeia, e quatro dias depois ela começou a apresentar os sintomas. E a SES não definiu o local do contágio”, afirmou André Esteves.
A Secretaria de Saúde, em parceria com o Meio Ambiente, vai distribuir panfletos explicativos aos frequentadores do Parque Farid Abrão e no Calçadão da Mirandela. Essa ação já está sendo realizada em cidades como Porciúncula. Entre as orientações: o uso de repelentes e evitar frequentar o parque entre 15h e 18h, horários de maior incidência do mosquito.
Da Agência Brasil, com informações da SES-RJ e Prefeitura de Nilópolis