A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou que exames realizados em quatro macacos do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, interior paulista, tiveram resultado positivo para febre amarela. De acordo com a prefeitura, não há atualmente nenhum registro da doença em humanos na cidade. Embora macacos doentes não transmitam febre amarela, são um indicativo de circulação do vírus.
Os primatas são os principais hospedeiros do vírus, mas os únicos vetores de transmissão são os mosquitos. No meio silvestre, os mosquitos picam o macaco que, depois de infectado pelo vírus, pode ser picado por outro vetor e este, por sua vez, transmitir a doença para o homem. Por causa disso, a campanha de vacinação contra a febre amarela foi intensificada na cidade de Ribeirão Preto.

Segundo a administração municipal, equipes da Vigilância Epidemiológica da cidade iniciaram, na sexta-feira passada (3), a imunização de pessoas que moram ou trabalham no campus da USP e que nunca receberam a vacina. A prefeitura também tem feito busca ativa para imunização de cerca de 4 mil crianças que ainda não completaram o ciclo vacinal da febre amarela, composta por duas doses, uma aos 9 meses e outra aos 4 anos.

Estamos realizando uma busca ativa por essas crianças. A secretaria está entrando em contato com todas essas famílias para que as crianças sejam vacinadas. Não é preciso que a população faça filas nos postos de saúde”, disse Mauricio Godinho, secretário municipal da Saúde. De acordo com Godinho, após esta idade uma única dose da vacina garante a proteção contra a doença.

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A doença pode ser prevenida por meio de vacina, que está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Melhor forma de prevenção da doença, a vacina contra febre amarela faz parte do calendário de imunização e está disponível em todos os postos de saúde do estado.

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde informou ter remanejado 20 mil doses de imunizantes para Ribeirão Preto. Após ser notificado de que quatro macacos do campus da USP testaram positivo para febre amarela, o Ministério da Saúde decidiu enviar 100 mil doses extras de vacina para São Paulo para intensificar a imunização contra a doença.Ainda neste mês de janeiro, a pasta informou que vai distribuir mais de 600 mil doses de rotina dessa vacina para o estado.

Macacos não transmitem febre amarela

No Brasil, o ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio de mosquitos. Os últimos casos de febre amarela urbana foram registrados no país em 1942. “Vale destacar que os macacos não transmitem febre amarela. A infecção se dá por meio de mosquitos silvestres, que vivem em zonas de mata e não habitam o ambiente urbano das cidades”, destacou a Secretaria de Saúde.

A pasta alerta que o risco é maior em áreas de mata e zonas rurais que recebem turistas para acampamentos, trilhas e outras atividades. “Caso alguém identifique macacos mortos na região onde vive ou está, deve informar imediatamente às autoridades sanitárias do município, de preferência, diretamente para a vigilância ou o controle de zoonoses”, diz nota da secretaria.

Entenda a doença

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda que é causada por um vírus, transmitido pela picada de um mosquito silvestre, que vive em zona de mata, e não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os sintomas iniciais da febre amarela são febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza.

A maioria das pessoas melhora após os sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% podem apresentar um breve período, que pode ir de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolver uma forma mais grave da doença, que pode levar à morte, destacou o Ministério da Saúde.

Da Agência Brasil

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