Matriarca da família, Dira Paes interpreta a personagem Lígia, cuja rotina é profundamente impactada por uma séria doença pulmonar e tem a saúde agravada por remédios falsos. A filha de Lígia, Gerluce (Sophie Charlotte), descobre um esquema de falsificação de medicamentos que afeta a mãe e outros moradores da comunidade.
Um em cada dez medicamentos comercializados é falsificado ou de baixa qualidade
Os autores da novela irão abordar questões que vão desde a rede de falsificação e distribuição, investigação policial, até as consequências para os pacientes que consomem esses produtos sem saber o risco que estão correndo.
Assim como na trama, em que personagens enfrentam os impactos devastadores da comercialização de produtos que não seguem os padrões de qualidade exigidos, a realidade revela um mercado clandestino que movimenta bilhões de reais, financia atividades criminosas e coloca em risco a vida de milhões de brasileiros.
A falsificação de medicamentos abordada no folhetim da Globo é um problema crescente que compromete diretamente a segurança dos pacientes e a integridade do sistema de saúde no Brasil. O tema já preocupa e tem sido amplamente debatido pelo setor farmacêutico.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um em cada dez medicamentos comercializados em países de baixa e média renda é falsificado ou de baixa qualidade. A situação se agrava com a proliferação de vendas em canais digitais não autorizados, como redes sociais e sites sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), prática proibida pela RDC nº 44/2009.
Leia mais
Planos de saúde terão que custear medicamentos para lúpus
Os 5 medicamentos de saúde mental mais usados pelas mulheres
Farmácia Popular alerta sobre adesão a medicamentos
Cartilha ajuda a identificar medicamentos falsificados
O material educativo faz alerta para os riscos e os impactos do mercado ilegal de medicamentos
Para orientar a população sobre os perigos dessa prática e trazer informações essenciais para proteger os pacientes, a Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) disponibiliza uma cartilha que ajuda a identificar medicamentos falsificados.
Desenvolvida em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), a cartilha “Falsificação de Medicamentos – Cartilha de Conscientização aos Consumidores” reúne informações essenciais sobre os riscos e os impactos da falsificação de medicamentos.
A cartilha reforça nosso compromisso com a proteção da saúde e da segurança do paciente. A parceria com o Ministério da Justiça e o CNCP reforça nosso compromisso com a proteção da saúde e da segurança do paciente. Conscientizar a população brasileira sobre esta questão é essencial para nossas associadas”, ressalta Renato Porto, presidente-executivo da Interfarma, que atualmente representa 42 laboratórios farmacêuticas focados em inovação.
Segundo ele, produtos ilegais imitam embalagens originais, mas não oferecem qualquer garantia de qualidade. Podem estar vencidos, adulterados ou conter substâncias tóxicas, e não produzem o efeito terapêutico esperado. “Ao comprar um produto fora de farmácias autorizadas, o consumidor se expõe a riscos sérios à saúde e, muitas vezes, sem saber, está financiando organizações criminosas que atuam em diversas frentes ilegais”, complementa.
O impacto econômico também é expressivo. A comercialização de medicamentos falsificados prejudica a arrecadação de impostos e sobrecarrega o sistema público de saúde, ao demandar atendimento para complicações evitáveis.
Sinais de alerta para medicamentos falsificados
A cartilha também aponta alguns sinais de alerta: erros de ortografia na embalagem, lacres rompidos e selos de segurança violados, preços muito abaixo dos praticados no mercado e códigos de lote ilegíveis. Destaca ainda a tinta reativa presente em alguns medicamentos legítimos, que revela a palavra “Qualidade” ao ser friccionada com uma moeda.
Outra medida importante de verificação é a conferência do registro do medicamento no site da Anvisa, em que o número do lote e a data de validade devem coincidir com os dados impressos na embalagem.
O material também informa sobre os riscos dos medicamentos legítimos desviados para canais ilegais. Mesmo autênticos, esses produtos perdem sua garantia de segurança e qualidade quando comercializados fora das rotas regulares de distribuição, armazenados de forma inadequada ou vencidos. Nesses casos, o papel do farmacêutico é essencial para orientar o uso seguro e identificar possíveis irregularidades.
Confira as principais recomendações
Entre as recomendações à sociedade para combater esse problema, estão:
* Evitar a automedicação.
* Não adquirir medicamentos pelas redes sociais ou sites sem CNPJ.
* Informar familiares e amigos sobre os riscos.
* Descartar corretamente medicamentos vencidos ou suspeitos em pontos autorizados.
Atitudes individuais como essas ajudam a reduzir a circulação de produtos ilegais e proteger a saúde coletiva.
Além da conscientização dos consumidores, o combate à falsificação deve envolver ações de fiscalização, disseminação de informações confiáveis e canais eficazes de denúncia, como a Anvisa, o Procon, a Polícia Civil, o Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP) e os próprios fabricantes dos medicamentos.
Assim, Renato Porto conclui que é papel de todos – governos, setor privado, profissionais da saúde e cidadãos – atuar no enfrentamento ao mercado ilegal. “Educar a população é essencial, mas também precisamos fortalecer as políticas públicas de controle e fiscalização. A falsificação de medicamentos não pode ser tratada como um crime menor; ela ameaça vidas todos os dias”.
Para saber mais, acesse gratuitamente a cartilha em formato digital no site da Interfarma.
Com informações da Interfarma