Nos dias de hoje parece que todo mundo está sempre olhando para uma tela de computador, telefone ou outro dispositivo digital. O que está diretamente ligado ao aumento de casos de fadiga ocular, que afeta geralmente pessoas com excesso de esforço visual para perto, principalmente usando telas com luz artificial (celulares, computador, tablets…) – ou seja, quase todo mundo, não é?

Hallim Feres Neto oftalmologista membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e diretor da Prisma Visão, explica que quando os olhos se concentram num ponto por muito tempo, são realizados ajustes imperceptíveis e incontroláveis para obter foco, as denominadas microflutuações de acomodação visual, que são realizadas por meio das contrações de um músculo dentro do olho.

Ao realizar esse esforço contínuo, acontece o estresse das funções oculares e o cansaço. Como resultado, o olho perde a capacidade de promover o foco exato, ocasionando assim os sintomas de fadiga ocular: desconforto, olhos secos, dores de cabeça, visão turva, dor no pescoço e no ombro, espasmos oculares e olhos vermelhos. A fadiga ocular pode piorar com a idade, pois a nossa capacidade de focar para perto piora perto dos 40 anos”, completa o médico.

Algumas dicas e atitudes simples podem prevenir e amenizar os sintomas comuns da fadiga ocular.

1-Alterne a visão de perto com a de longe com a regra 20-20-20 (a cada 20 minutos pare por 20 segundos e olhe para um objeto a 20 pés ou 6 m de distância);

2-Mantenha o ambiente com a iluminação equilibrada;

3-Use colírios lubrificantes;

4- Evite a incidência direta do ar de ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado no rosto;

5-Faça exames oftalmológicos periodicamente

6-Não existe outra maneira de descansar a vista a não ser descansando também o corpo. Se o corpo está cansado por atividade excessiva, falta de sono ou estresse físico ou mental, nenhuma dessas medidas serão úteis.

O oftalmologista reforça que por ser um problema cada vez mais usual, deve-se avaliar se há necessidade de usar óculos, ou realizar algum tratamento. Consultar um especialista é muito importante em casos de desconforto significativo (conjuntivite, dor de cabeça, mas também fadiga geral).

 

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Conheça e saiba como prevenir as principais doenças oculares

O Dia Mundial da Visão (10 de outubro) tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância dos cuidados com os olhos e promover a prevenção de doenças oculares. As mais comuns são conjuntivite, catarata, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e retinopatia diabética.

Com o envelhecimento da população e o aumento das doenças crônicas, como a dibbetes, a saúde ocular torna-se uma preocupação crescente. Com o passar dos anos, é comum que ocorram diversas alterações na saúde dos olhos, como o desenvolvimento de catarata, presbiopia, DRMI, glaucoma e retinopatia diabética.

A genética também influencia no desenvolvimento de várias doenças oculares. Condições como glaucoma, degeneração macular e retinopatia pigmentosa possuem um forte componente hereditário. Keller Azevedo, professor de Oftalmologia da Universidade Iguaçu (UNIG), destaca a importância de estar atento aos sinais dessas doenças e de buscar tratamento adequado.

O envelhecimento é um fator natural, mas cuidados preventivos podem minimizar os impactos. Manter uma rotina de exames oftalmológicos, proteger os olhos dos raios UV e adotar hábitos saudáveis são práticas que ajudam a preservar a visão. A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para evitar complicações graves. Exames regulares, uso de óculos de sol, uma dieta rica em antioxidantes e o controle de doenças crônicas como diabetes são medidas essenciais para manter a saúde dos olhos,” afirma Dr. Azevedo.

Inovação no tratamento de doenças oculares

Avanços recentes na genética ocular incluem testes genéticos para identificar mutações específicas, terapia genética para corrigir essas mutações e pesquisas de edição de genes, como a técnica CRISPR, que tem o potencial de curar doenças hereditárias.

A área da oftalmologia tem evoluído constantemente, trazendo inovações que transformam o tratamento das doenças oculares. Entre as mais recentes, destacam-se:

  • as terapias genéticas, que corrigem mutações responsáveis por certas doenças oculares hereditárias;
  • os implantes de lentes intraoculares ajustáveis, que podem ser ajustados após a cirurgia para otimizar a visão;
  • os dispositivos de liberação de medicamentos, que liberam medicamentos diretamente no olho por um período prolongado;
  • as cirurgias minimamente invasivas para glaucoma (MIGS), que reduzem a pressão intraocular com menor risco e recuperação mais rápida; e
  • as terapias de células-tronco, utilizadas para regenerar células da retina e tratar doenças degenerativas.

Telemedicina na oftalmologia

A telemedicina também tem se mostrado uma ferramenta valiosa na oftalmologia, especialmente para pacientes que residem em áreas remotas. Ela oferece conveniência e facilita o acompanhamento de condições crônicas. No entanto, desafios como a necessidade de equipamentos específicos para diagnósticos precisos e a qualidade da conexão ainda precisam ser superados.

O futuro promete grandes avanços, com o desenvolvimento de dispositivos para exames básicos em casa e o uso de inteligência artificial para diagnósticos mais acessíveis e precisos. Dr. Keller Azevedo comenta: “A tecnologia está revolucionando a maneira como cuidamos da saúde ocular, tornando o atendimento mais acessível e eficiente.”

Com Assessorias

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