De acordo com o CBR, a previsão é que mais de 50 clínicas de imagem e instituições de saúde ofereçam esse tipo de atendimento até dezembro. Cada clínica aderiu a uma das três modalidades disponíveis na campanha: ouro, prata e bronze, conforme o tipo e o volume de exames a serem disponibilizados:
– 21 na categoria ouro, onde serão disponibilizadas mais de 50 mamografias e/ou tomossínteses (equipamento semelhante ao mamógrafo) e mais de 20 ultrassonografias e/ou biópsias de mama);
– sete na categoria prata, onde serão disponibilizadas de 20 a 50 mamografias e/ou de 10 a 20 ultrassonografias;
– 22 na categoria bronze, onde serão disponibilizadas até 20 mamografias e/ou tomossínteses e 10 ultrassonografias.
A maior parte das clínicas fica na Região Sudeste (28 instituições participantes), seguida pelo Sul, com sete clínicas participantes; pelas regiões Centro-Oeste e Nordeste, ambas com seis clínicas participantes; e pelo Norte, com três instituições participantes. Minas Gerais e São Paulo se destacam entre os estados, com 14 e nove clínicas, respectivamente.
A coordenação da realização dos exames, de acordo com o CBR, ficará a cargo de instituições não governamentais (ONGs), fundações sem fins lucrativos e instituições de saúde pública, que devem direcionar os atendimentos para mulheres de baixa renda e dentro da faixa etária recomendada para o rastreamento (a partir dos 40 anos).
Fake news
Em meio à disseminação das chamadas fake news (informações falsas) na área da saúde, o CBR informou que a campanha também contará com ações para conscientizar a população sobre a importância da detecção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, “valorizando a promoção de informações confiáveis e baseada em evidências científicas”.
Em nota técnica publicada anteriormente, a entidade já havia reforçado a importância da mamografia como método essencial para identificar o câncer de mama em estágios iniciais. O documento também desmente mitos como o de que o exame causa câncer ou poderia ser substituído por outros métodos de imagem.
Números
O CBR alerta que a incidência de câncer de mama tem aumentado em todo o mundo – a cada ano, mais de 2 milhões de mulheres são diagnosticadas com a doença. Somente no Brasil, ao longo de 2024, a estimativa é que quase 74 mil novos casos sejam registrados, com maior prevalência entre mulheres jovens, com menos de 50 anos.
“Apesar de todos os esforços, o câncer de mama ainda é o tumor que mais mata mulheres no Brasil e no mundo. No entanto, quando detectado precocemente, é uma doença tratável, com altas chances de cura (chegando a 95% se o diagnóstico ocorrer antes que o tumor atinja 10 milímetros)”.
A Comissão Nacional de Mamografia reforça a recomendação de rastreamento mamográfico anual para mulheres a partir dos 40 anos e repudia todas as formas de fake news e disseminação de informações falsas, que podem levar algumas mulheres a não realizarem a mamografia, com desfecho em diagnósticos tardios e tumores avançados.”
Radiologista explica a importância da prevenção do câncer de mama
Conscientes que o tema câncer de mama é um problema grave e que vem acometendo também mulheres mais jovens, a coordenadora médica de mamografia, a radiologista Andrea Petrelli, da Clínica Felippe Mattoso e Labs a+, do Grupo Fleury, destaca a importância do “Outubro Rosa”, que busca promover conscientização para a prevenção do câncer de mama, proporcionando a realização de exames de imagem fundamentais para o controle da doença.
Abaixo, a especialista esclarece alguns pontos necessários para o diagnóstico:
– A partir de qual idade a mulher deve começar a fazer exames da mama?
A mamografia deve ser realizada a partir dos 40 anos.
– Quais os principais exames de imagem devem fazer parte do check-up anual da mulher?
Os principais exames de imagem são mamografia e ultrassonografia mamária.
– Qual a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama?
Quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de cura da doença, menor o tratamento com melhor resultado estético e melhor qualidade de vida.
– Quais são os principais exames para o diagnóstico de câncer de mama?
Exames de imagem para o diagnóstico são a mamografia, ultrassonografia mamária e ressonância magnética. Não devemos esquecer do autoexame e exame clínico das mamas.
– Qual a diferença entre a ultrassonografia da mama e mamografia?
Ultrassonografia e mamografia são exames diferentes, porém complementares. O ideal é realizar inicialmente a mamografia e, após, a ultrassonografia complementar. Por exemplo, caso tenha aparecido algum nódulo na mamografia, precisamos da ultrassonografia para definir sua natureza e ver a conduta a ser seguida. Lembrar que algumas lesões são identificadas somente pela mamografia e outras somente por ultrassonografia, por serem métodos diferentes. Um não substitui o outro, se complementam.
– Ultimamente vem sendo publicado que o câncer de mama vem atingindo cada vez mais mulheres jovens. Por conta disso, qual a orientação que pode ser dada para as mulheres como forma de prevenção?
A principal orientação é que as mulheres façam o autoexame, conheçam suas mamas, frequentem o ginecologista e/ou mastologista e realizem os exames de mama solicitados.
– Qual a orientação para a pessoa que foi diagnosticada com câncer de mama?
Uma vez diagnosticado o câncer de mama, a pessoa deve procurar seu médico o mais rápido possível para que tão logo seja iniciado o tratamento adequado.
– Qual a importância do Outubro Rosa para a prevenção do câncer de mama?
O “Outubro Rosa” é uma excelente campanha que tem por objetivos:
- Alertar e orientar sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama;
- Prestar informações sobre a saúde da mama e ressaltar a relevância da mamografia;
- Proporcionar melhoria da qualidade de vida da população;
- Reduzir o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento.
Da Agência Brasil