Pela primeira vez em muitas décadas, eles não vão pisar a Avenida para desfilar o amor por suas escolas de samba. O momento é de cuidar de saúde. E assim fizeram vários baluartes do samba neste sábado de Carnaval no Sambódromo, no Rio de Janeiro. O compositor Monarco, de 87 anos, foi uma das pessoas imunizadas na Marquês de Sapucaí, junto com outros sambistas. Emocionado, o baluarte da Velha Guarda da Portela fez um apelo.
Que todos os idosos venham se vacinar. Eu quero cantar para o meu povo, quero subir no palco. Estou com saudade dos meus amigos, da Velha Guarda da minha Portela querida”, revelou Monarco, que lembrou de companheiros que morreram vítimas da Covid-19, como o compositor Aldir Blanc e o sambista Ubirany, do Cacique de Ramos.
Ao lado da esposa Olinda Diniz, o compositor cantou alguns sucessos, como “Coração em desalinho”, samba que fez com o parceiro Ratinho e que foi imortalizado na voz de Zeca Pagodinho. A ação no templo sagrado do samba fez parte da repescagem da vacinação contra a Covid-19 de idosos a partir de 85 anos, realizada pela Secretaria Municipal de Saúde. Pela quarta semana consecutiva a capital fluminense permaneceu na classificação de alto risco, mas que a fila de espera por leitos, que no início de janeiro era de 150 pessoas, foi zerada, segundo a Prefeitura.
Outros três sambistas se vacinaram na Marquês de Sapucaí: Nedyr Torquato, de 85 anos, um dos fundadores da escola de samba Ilha do Governador; Lizette José dos Prazeres, 85 anos, da Velha Guarda do Império Serrano; e Marsilia Lopes, 85 anos, considerada a Mãe dos Destaques da Portela.
A vacinação neste sábado também aconteceu, das 8h às 12h, em postos drive-thru na Cidade Universitária, na Ilha do Fundão; no CMS Belizário Penna, em Campo Grande; no CMS Manoel Guilherme da Silveira, em Bangu; no Engenhão, em Engenho de Dentro; no Parque Madureira; no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca; na Policlínica Lincoln de Freitas Filho, em Santa Cruz; e na UFRJ, na Praia Vermelha.
Rio já tem mais de 240 mil vacinados
Concentrando a maior população do Estado do Rio de Janeiro, a capital é o município do país que mais vacinou contra a Covid-19, com o maior percentual (3,3%) da população já vacinada. Já foram aplicadas na cidade 240.577 doses até este sábado, segundo a SMS.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, comemorou o fato de o tempo médio de vacinação na cidade, até agora, não ter passado de 15 minutos. “A gente completou agora 240 mil doses de vacinas aplicadas. A meta desta semana foi vacinar os idosos acima de 85 anos e a Prefeitura conseguiu cumprir. Agora, a gente espera novas remessas de doses para poder manter o calendário”.
A SMS-Rio informou que tem conseguido executar o calendário planejado. Na segunda (15) e na terça-feira (16), está mantida a imunização de idosos de 84 e 83 anos, respectivamente. Pelo cronograma informado pelo Ministério da Saúde, há previsão de o município receber novas remessas de doses nas duas próximas semanas, com as quais espera manter a programação da vacinação para os próximos grupos prioritários. As vacinas para a segunda dose de quem tomou a primeira no início da campanha estão garantidas e começarão a ser aplicadas na semana que vem.
Prefeito pede que a população não se aglomere no feriado
Na sexta-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, fez um novo apelo para que os cariocas evitem e denunciem aglomerações durante o período de Carnaval, ao acompanhar a divulgação do sexto Boletim Epidemiológico da Covid-19, no Centro de Operações (COR), na Cidade Nova.
Chegou a sexta do Carnaval que não vai acontecer. As razões do cancelamento, de termos regras de distanciamento, de não se permitir festas e bailes, têm o único objetivo: o de preservar vidas. Meu apelo aos cariocas é para que, por favor, evitem aglomerações em blocos e festas, porque é assim que as autoridades sanitárias nos recomendam”, afirmou o prefeito.
Eduardo Paes ainda recordou que todos terão várias opções para se divertirem dentro de suas casas. Seja por acompanhar a reprise de desfiles antigos pela televisão, seja por eventos online promovidos por blocos e escolas de samba via redes sociais.
Como as 33 regiões administrativas (RAs) ainda estão em nível alto, as medidas de proteção à vida não se alteram. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz explicou que apesar de as médias móveis de casos e de óbitos manterem a tendência de queda e a fila por um leito Covid-19 estar zerada, a classificação permaneceu porque estamos no período de Carnaval e pelo fato do surgimento de novas variantes do vírus, apesar de nenhum caso dessa cepa ter sido registrado no Rio.
A grande maioria das áreas da cidade já poderia estar em risco moderado. Mas têm situações que a gente não pode ignorar que é a questão do carnaval e também da cepa de Manaus circulando. A gente ainda não tem todas as informações sobre ela. Na saúde pública precisamos ter prudência e a opção foi manter todo mundo em risco alto”, afirmou o secretário de Saúde.
Mais de 194 mil casos e 17.888 mortes
O boletim epidemiológico mostrou ainda que o Rio registrou 194.497 casos de Covid-19 desde o início da pandemia. O total de óbitos foi de 17.888. A letalidade está em 9,2% e a mortalidade em 268,5/100 mil habitantes. As RAs de Copacabana (V), Centro (II), Lagoa (VI) e Tijuca (VIII) são as que concentram a maior incidência acumulada de casos confirmados da doença. Centro e Lagoa têm as maiores taxas de mortalidade acumulada.
Ainda de acordo com a SMS, a cidade segue sem nenhum paciente aguardando por mais de 14 horas em unidades de urgência e emergência por leito especializado para síndrome respiratória aguda grave (SRAG), casos suspeitos ou confirmados da doença. Todos os pacientes que deram entrada ao longo da quinta-feira (11/2) foram direcionados aos leitos Covid-19. No fim da tarde de quinta, havia 886 pacientes internados nos leitos da rede SUS (municipais, estaduais, federais ou universitários) para a doença no município, com uma taxa de ocupação média de 73% dos leitos operacionais.
Guia de medidas de proteção à vida
Como a cidade se mantém em risco alto, as medidas de proteção à vida propostas não mudam. Entre elas, estão: limitação da capacidade de lotação de estabelecimentos, alteração nos horários de funcionamento e ampliação das regras de distanciamento em locais fechados, além, é claro, do uso de máscara e álcool em gel para higienizar as mãos.
Para ajudar a população a entender quais são as medidas indicadas para cada faixa de risco, conforme estabelecido na Resolução Conjunta SES/SMS nº 871, de 12 de janeiro de 2021, a Secretaria Municipal de Saúde lançou o “Guia de medidas de proteção à vida”. Disponível para download no site http://coronavirus.rio/, o guia apresenta de forma didática as restrições que devem ser adotadas em cada tipo de estabelecimento quando a faixa de risco estiver moderada (amarela), alta (laranja) ou muito alta (vermelha).
Fiscalização para evitar aglomerações
A Prefeitura mantém intensificadas as ações de fiscalização na cidade para garantir que as normas restritivas de proteção à vida sejam cumpridas. Ações integradas desde o dia 15 de janeiro entre a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), o Instituto de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio), a Guarda Municipal e a Defesa Civil já passaram por 51 bairros, contabilizando 443 inspeções em estabelecimentos, 232 infrações sanitárias e 36 interdições.
Nesta quinta, foi anunciado o plano logístico de prevenção e combate às aglomerações durante o período de carnaval, cancelado devido à pandemia da Covid-19. Desta sexta-feira (12/02) até o dia 21 de fevereiro, os órgãos municipais (Seop, Ivisa-Rio, Centro de Operações Rio, Guarda Municipal, Secretaria Municipal de Transportes e CET-Rio) farão ações de fiscalização para evitar eventos irregulares que gerem concentração de pessoas. As medidas estão amparadas no Decreto n° 48.500 e na Resolução Conjunta SES/SMS.
De acordo com o artigo 2° do decreto N° 48.500, publicado no último dia 5 em Diário Oficial, estão proibidos, neste período, a concentração e o desfile de escolas de samba e blocos de rua; a concessão de autorização para comércio ambulante temporário e de licenciamento transitório para eventos de blocos carnavalescos; e a entrada na cidade de ônibus e demais veículos fretados, exceto aqueles que prestem serviços regulares para funcionários de empresas ou para hotéis, cujos passageiros comprovem reserva de hospedagem.
Unidades 24 horas abertas e Atenção Primária abrirá para vacinação
As unidades 24 horas da rede municipal de saúde – UPAs, hospitais e centros de emergência regional (CERs) – vão funcionar ininterruptamente no feriado de carnaval, 16 de fevereiro. Os centros municipais de saúde e clínicas da família funcionarão no feriado exclusivamente para a vacinação contra a covid-19. Neste dia, serão vacinadas nas unidades pessoas de 83 anos ou mais.
As equipes de saúde também aproveitarão a terça-feira de carnaval para vacinar em domicílio idosos acamados a partir de 75 anos e para retornar às instituições de longa permanência, onde aplicarão a segunda dose da vacina nas pessoas que foram imunizadas logo no início da campanha: idosos que vivem em asilos e pessoas com deficiência institucionalizadas.
População indígena e quilombola, além dos profissionais das unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) envolvidos na campanha de vacinação também receberão a segunda dose neste dia.
Ainda no dia 16 de fevereiro, unidades hospitalares e de pronto atendimento deverão aplicar a segunda dose da vacina nos seus próprios profissionais que tomaram a primeira dose no local de trabalho em janeiro.
O Laboratório Municipal de Saúde Pública e o Pronto Atendimento de Fiscalização Sanitária, do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária, estarão funcionando em regime de plantão.
Nos dias 15 e 17 de fevereiro, o funcionamento das unidades de saúde municipais será normal. Outras informações podem ser obtidas pela Central de Atendimento da Prefeitura, no telefone 1746.
Unidades que funcionam 24 horas
– Hospital Municipal Souza Aguiar – Centro
– Hospital Municipal Miguel Couto – Gávea
– Hospital Municipal Salgado Filho – Méier
– Hospital Municipal Lourenço Jorge – Barra da Tijuca
– Hospital Municipal Pedro II – Santa Cruz
– Hospital Municipal Rocha Faria – Campo Grande
– Hospital Municipal Albert Schweitzer – Realengo
– Hospital Municipal Evandro Freire – Ilha do Governador
– Hospital Municipal Rocha Maia – Botafogo
– Hospital Municipal Francisco da Silva Telles – Irajá
– Hospital Municipal Jurandir Manfredini – Jacarepaguá
– Hospital Maternidade Fernando Magalhães – São Cristóvão
– Hospital Maternidade Carmela Dutra – Lins de Vasconcelos
– Hospital Maternidade Herculano Pinheiro – Madureira
– Hospital Maternidade Alexander Fleming – Marechal Hermes
– Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque – Centro
– Hospital da Mulher Mariska Ribeiro – Bangu
– Serviço de emergência da Policlínica Rodolpho Rocco – Del Castilho
– Serviço de emergência da Policlínica César Pernetta – Méier
– Instituto Municipal Philippe Pinel – Botafogo
– UIS Arthur Villaboim – Paquetá
– UPA de Vila Kennedy
– UPA da Rocinha
– UPA do Complexo do Alemão
– UPA da Cidade de Deus
– UPA de Santa Cruz / João XXIII
– UPA do Engenho de Dentro
– UPA de Madureira
– UPA de Costa Barros
– UPA de Senador Camará
– UPA Sepetiba
– UPA Paciência
– UPA Magalhães Bastos
– UPA Rocha Miranda
– Centro de Emergência Regional Centro
– Centro de Emergência Regional Leblon
– Centro de Emergência Regional Barra
– Centro de Emergência Regional Ilha
– Centro de Emergência Regional de Realengo
– Centro de Emergência Regional de Campo Grande
– Centro de Emergência Regional Santa Cruz
– Centro de Atenção Psicossocial Maria do Socorro Santos
– Centro de Atenção Psicossocial Franco Basaglia
– Centro de Atenção Psicossocial Fernando Diniz
– Centro de Atenção Psicossocial João Ferreira Filho
– Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Miriam Makeba
– Centro de Atenção Psicossocial Severino dos Santos
– Centro de Atenção Psicossocial Clarice Lispector
– Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Raul Seixas
– Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Paulo da Portela
– Centro de Atenção Psicossocial Manoel de Barros
– Centro de Atenção Psicossocial Arthur Bispo do Rosário
– Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Antônio Carlos Mussum
Da Ascom da SMS, com Redação