O Estado do Rio de Janeiro registrou 14.208 casos de sífilis em 2020. A maioria das pessoas infectadas tinha entre 20 a 29 anos, mais da metade eram do sexo masculino e a maior proporção era de pessoas com o Ensino Médio completo. No mesmo ano, foram notificados 12.884 casos em gestantes, sendo a maioria jovens, na faixa etária de 20 e 29 anos de idade e com o Ensino Fundamental incompleto. A maior parte dos diagnósticos aconteceu no terceiro trimestre de gestação.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pela Gerência de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ). Em 2020, foram notificados 4.711 casos de sífilis congênita. Historicamente, ao longo dos anos, a sífilis apresenta um número expressivo de gestantes que são diagnosticadas no momento do parto/curetagem, quando a chance de o bebê nascer com a doença é grande.

“É importante saber que, quanto mais cedo se descobre a infecção, menor o risco de adoecimento, tanto para os adultos quanto para os bebês. No Estado do Rio de Janeiro, no ano de 2020, ocorreram 213 óbitos por sífilis congênita. Óbitos que seriam evitáveis, já que temos acesso ao diagnóstico e tratamento gratuitos pelo SUS”, analisa o secretário.

Sífilis congênita: um grave problema de saúde pública

O cenário da sífilis adquirida em gestante e da sífilis congênita representa um sério problema de saúde pública, que vem sendo enfrentado no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil. O teste rápido para sífilis é oferecido no SUS. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a sífilis afeta um milhão de gestantes por ano em todo mundo, levando a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais e colocando em risco de morte prematura mais de 200 mil crianças.

Estima-se que aproximadamente 25% das gestantes infectadas apresentem como desfecho morte fetal ou aborto espontâneo, e 25% dos recém-nascidos apresentem baixo peso ao nascer ou infecção grave. Ainda de acordo com a OMS, são registrados mais de 7 milhões de novos casos da doença em todo o mundo e sua eliminação continua a desafiar globalmente os sistemas de saúde.

Teste parecido com o de glicemia é oferecido na Semana da Saúde

Devido ao alto índice de sífilis, principalmente entre os mais jovens, a 11ª edição da Semana da Saúde, que começou nesta terça-feira (23) e vai até quinta-feira (25), no Largo da Carioca, no Centro do Rio, está  oferecendo 130 testes rápidos para detecção de sífilis por dia. As senhas começam a ser distribuídas às 7h. No primeiro dia do evento, dos 130 exames realizados, 22 foram positivos e os pacientes encaminhados para tratamento. 

“É um teste simples, com uma pequena perfuração no dedo, algo parecido com o exame de glicemia, e que fica pronto em poucos minutos. Com a diminuição de casos, internações e óbitos provocados pela Covid-19, estamos conseguindo direcionar esforços no combate a outras doenças que acabaram subnotificadas nos últimos dois anos”, disse o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.

SÍFILIS – ENTENDA A DOENÇA

A sífilis é uma infecção sistêmica, de evolução crônica, causada pela bactéria Treponema pallidum. Sua transmissão acontece pela relação sexual sem preservativo com pessoa infectada, da mãe infectada para o bebê por via transplacentária (transmissão vertical) ou durante o parto vaginal, se a mãe apresentar alguma lesão sifilítica.

É uma doença exclusiva do ser humano e curável. É fundamental que os parceiros sexuais também sejam tratados para que não haja reinfecção. A manifestação inicial pode ser na forma de uma ferida única e indolor, com a borda definida e regular (cancro duro).

Posteriormente, aparecem manchas nas palmas das mãos e dos pés, podendo estender-se para o corpo e, após um período de um a 40 anos do início da infecção, ocorre destruição tecidual, acometimento do sistema nervoso e cardiovascular. Podem surgir tumores na pele, mucosas, ossos ou qualquer tecido, levando a  desfiguração, incapacidade e até a morte.

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