O Brasil vive o pior e mais preocupante momento da pandemia do novo coronavírus. Em média 1.540 pessoas morreram da doença por dia na última semana, o maior número de toda a pandemia. Diante que fazer para evitar um colapso generalizado na saúde?
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (8/3), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (AMB) defendem medidas de proibição de atividades consideradas não essenciais e adoção de lockdown no momento de agravamento da situação. As entidades analisam que medidas restritivas de distanciamento social são indicadas para conter a velocidade de propagação do vírus.
As entidades lembram que, para conter a nova onda da Covid-19, países como Estados Unidos, Israel e Reino Unido adotaram medidas de prevenção por toda a população, em conjunto com a vacinação em massa. No entanto, elas questionam o que fazer se a vacinação no Brasil está lenta: apenas 8.497.929 de brasileiros, o correspondente a 4,01% da população, receberam alguma dose da vacina até agora.
As entidades apontam que as medidas de distanciamento social são indicadas e devem ser proporcionais à realidade epidemiológica de cada local, podendo chegar ao lockdown, quanto mais grave for a carência de leitos e a propagação do vírus. Trata-se de uma medida extrema, as de efetividade científica comprovada quando não há outras formas capazes de controlar a transmissão comunitária e reduzir rapidamente o número de novos casos e de óbitos
Lockdown em situações graves e pontuais
Ainda de acordo com SBI e AMB, “o lockdown deve ser efetuado somente em algumas situações críticas e em alguns locais, e quando se fizer necessário, por um período determinado, com fiscalização rígida e punição a todos que desrespeitarem. É uma medida individualizada, na tentativa de evitar o colapso do sistema de saúde local”.
Os cidadãos que se negam a praticar as medidas preventivas, tais como uso de máscara, higienização das mãos, distanciamento físico, permanecer em isolamento respiratório domiciliar quando acometidos pela doença e não participar de aglomerações são os grandes responsáveis pelas graves consequências sociais e econômicas que assola o nosso país de maneira contun”, informa o comunicado.
As entidades finalizam o documento informando que atuam “em defesa de toda e qualquer medida fundamental para a proteção de vidas”. E lembram: “nesse momento, nas cidades e estados que estão próximos ao colapso do sistema de saúde, poucas medidas nos restam”. Entre as medidas mais restritivas e rigorosas de distanciamento social estão a adoção de toque de recolher e, eventualmente, o lockdown, “até que possamos voltar a oferecer leitos hospitalares e atendimento médico digno à nossa população”.
Confira a nota na íntegra aqui.