A poucos dias da COP30, um novo relatório da revista The Lancet lançou um alerta contundente: os impactos da crise climática sobre a saúde estão se intensificando rapidamente no Brasil e em toda a América Latina. O estudo faz parte do Lancet Countdown 2025, iniciativa global que monitora anualmente como as mudanças climáticas afetam a saúde humana. A edição regional traz dados inéditos sobre o custo econômico da crise climática e mostra como calor extremo, poluição do ar e incêndios florestais já estão afetando bebês, idosos e famílias brasileiras.

As mudanças climáticas e seus efeitos sobre a saúde das pessoas também foram alguns dos temas tratados nesta quinta-feira (6), no Rio Health Forum, realizado durante a Fisweek25, maior evento de inovação, criatividade e tendências na saúde da América Latina. Por videoconferência, a médica infectologista Mariângela Simão, secretária do Ministério da Saúde, disse que “o Brasil está tentando aproximar a agenda da saúde da agenda climática”.

O que o Brasil está levando para apreciação dos países é um plano de adaptação. O setor de saúde precisa de respostas imediatas, não dá pra deixar para amanhã. Tem muitas coisas na agenda climática que o setor de saúde pode fortalecer e muitas coisas na área climática que hoje têm que fazer parte do setor de saúde”, afirmou, durante o painel “Mapeando os Efeitos das Mudanças Climáticas na Saúde”.

Marcia Goraieb, diretora da Sanofi Brasil, contou durante o mesmo painel que a empresa farmacêutica de origem francesa está direcionando seus negócios para a interseção entre clima e saúde.

Hoje, 70% dos produtos da Sanofi atendem doenças que são agravadas pelas mudanças climáticas e 78% dos estudos (para criação de medicamentos) já em fase dois estão totalmente voltados a atender doenças agravadas pelas mudanças climáticas: doenças cardiovasculares e respiratórias, diabetes… isso mostra nosso comprometimento em direcionar os esforços para responder ao impacto das mudanças climáticas”, afirmou.

Marcia afirmou ainda que o setor de saúde responde por 4,4% das emissões de gases do efeito estufa no mundo, e 45% dessa parcela decorrem da “jornada do paciente”, que inclui prevenção, exames, diagnóstico, medicamentos, hospitalização e outras etapas.

Por meio de ecodesign (processo para reduzir o impacto ambiental na cadeia produtiva) conseguimos otimizar a fabricação do princípio ativo de um dos nossos medicamentos mais vendidos no mundo, para dermatite. Reduzimos 53% da pegada de carbono e 62% do consumo de água. Para uma das nossas insulinas, conseguimos reduzir 27% da pegada de carbono e 11% do consumo de água. Da nossa vacina hexavalente de referência, conseguimos reduzir 17% da pegada de carbono e 19% do uso da água”, relatou.

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